A citologia e a pesquisa de DNA no diagnóstico da infeção por HPV

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Liliana Patrícia Silva
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/7680
Resumo: A infeção por Papilomavírus Humano (HPV) é a infeção sexualmente transmissível mais comum no mundo. A presença do DNA do HPV foi verificada em quase 100% dos epitélios dos carcinomas invasivos, levando à tese mundialmente aceite de que a infeção pelo vírus HPV é causa necessária para o desenvolvimento do cancro do cólo do útero. Este estudo teve como principal objetivo fazer uma comparação entre os resultados obtidos pela técnica citológica e pela pesquisa do DNA viral do HPV e respetiva genotipagem, no âmbito do rastreio do cancro do cólo do útero. Adicionalmente foram considerados os resultados obtidos pelas biopsias realizadas em algumas das amostras. Assim foram recolhidos e comparados os resultados da pesquisa do DNA viral do HPV pelo método PapilloCheck® Test Kit com os resultados da técnica citológica em 994 amostras, e os resultados da técnica histológica em 28 destas amostras. De todas as amostras cerca de 28% apresentaram HPV positivo, sendo que destas 90% são infeções por HPV de alto/provável alto risco. A maioria das alterações citológicas apareceram em amostras com HPV positivo e, dentro destas, as lesões mais graves surgiram, na sua maioria, em amostras com infeção múltipla. Os resultados obtidos indicam que, de forma geral, existe concordância entre a deteção do DNA do HPV e a citologia. No entanto, cerca de 27% das amostras com HPV positivo apresentaram citologias normais, e em cerca de 2% das amostras com lesões intraepiteliais não foi detetado o DNA do vírus. Estes casos levantam dúvidas no momento da sua interpretação e na decisão sobre se deverá proceder ou não a tratamento. Juntando este facto às limitações que ambos os métodos de diagnóstico apresentam, é possível concluir que nenhuma das técnicas é suficiente por si só, devendo recorrer-se aos dois métodos de forma conjunta para que se possam complementar um ao outro. Ambos os métodos são importantes quer numa perspetiva de prevenção, através de programas de rastreio, quer no seguimento de casos já identificados, permitindo reduzir o número de casos de cancro do cólo do útero.
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