Cultura e Religião: o que determina a performance empresarial em diferentes ambientes macroeconómicos?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/39058 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo analisar os fatores que determinam a performance empresarial, medida através de dois indicadores intrínsecos à gestão e de dois indicadores de mercado, em diferentes ambientes macroeconómicos, considerando variáveis específicas das empresas, assim como a cultura, o índice de corrupção, o PIB e a religião. Foram utilizados dados de 502 empresas pertencentes a cinco países, os denominados “GIPSI”, Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha para um período de 10 anos, de 2011 a 2020. A metodologia utilizada para testar as hipóteses formuladas foi o modelo de dados em painel, mais concretamente, o Generalized Method of Moments, GMM-System, proposto por Arellano e Bover (1995) e Blundell e Bond (1998). Os resultados obtidos pela estimação dos modelos base revelaram que o sinal e significância das variáveis podem variar consoante a medida de performance utilizada e que a ROA é uma variável interna, mas de reconhecimento global, interessando a um conjunto de stakeholders muito mais alargado do que a Margem do EBITDA que interessa fundamentalmente a quem gere os recursos internamente (Neves, Batista, Dias & Lisboa, 2021). Também nas variáveis de mercado, os resultados mostram diferenças assinaláveis no sinal e significância dos determinantes da performance, sugerindo que a variável “return” pode ser entendida como a variável que mais interessa a potenciais investidores. Adicionalmente, quando se introduz a religião e os fatores culturais ao modelo base, os resultados mostram que esta variável só é importante na perspetiva da sociedade civil, atenta à gestão, enquanto os fatores culturais enfatizam o excesso de confiança do gestor que para se destacar individualmente, gere o recurso de forma a obter melhores níveis de performance. Nem religião e nem os fatores culturais são determinantes da performance quando se utilizam variáveis de mercado na sua medição, sugerindo que independentemente de se tratar de sociedade civil ou potenciais investidores, estes fatores não podem ser atendidos como determinantes da performance. Finalmente, quando se considera o efeito moderador das caraterísticas culturais no endividamento, os resultados mostram que tanto para o gestor como para o investidor, estas novas variáveis não influenciam a performance. Apenas se destaca um resultado inesperado já que o leverage com interação com o índice de distância ao poder, V apresenta um sinal positivo com a ROA, sugerindo que quanto maior a possibilidade de práticas de gestão questionáveis maior liberdade do gestor para obter benefícios da dívida e a perceção do público, em geral, é de que as medidas de gestão interna são deliberadas em função de maior desempenho. |
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O presente trabalho tem como objetivo analisar os fatores que determinam a performance empresarial, medida através de dois indicadores intrínsecos à gestão e de dois indicadores de mercado, em diferentes ambientes macroeconómicos, considerando variáveis específicas das empresas, assim como a cultura, o índice de corrupção, o PIB e a religião. Foram utilizados dados de 502 empresas pertencentes a cinco países, os denominados “GIPSI”, Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha para um período de 10 anos, de 2011 a 2020. A metodologia utilizada para testar as hipóteses formuladas foi o modelo de dados em painel, mais concretamente, o Generalized Method of Moments, GMM-System, proposto por Arellano e Bover (1995) e Blundell e Bond (1998). Os resultados obtidos pela estimação dos modelos base revelaram que o sinal e significância das variáveis podem variar consoante a medida de performance utilizada e que a ROA é uma variável interna, mas de reconhecimento global, interessando a um conjunto de stakeholders muito mais alargado do que a Margem do EBITDA que interessa fundamentalmente a quem gere os recursos internamente (Neves, Batista, Dias & Lisboa, 2021). Também nas variáveis de mercado, os resultados mostram diferenças assinaláveis no sinal e significância dos determinantes da performance, sugerindo que a variável “return” pode ser entendida como a variável que mais interessa a potenciais investidores. Adicionalmente, quando se introduz a religião e os fatores culturais ao modelo base, os resultados mostram que esta variável só é importante na perspetiva da sociedade civil, atenta à gestão, enquanto os fatores culturais enfatizam o excesso de confiança do gestor que para se destacar individualmente, gere o recurso de forma a obter melhores níveis de performance. Nem religião e nem os fatores culturais são determinantes da performance quando se utilizam variáveis de mercado na sua medição, sugerindo que independentemente de se tratar de sociedade civil ou potenciais investidores, estes fatores não podem ser atendidos como determinantes da performance. Finalmente, quando se considera o efeito moderador das caraterísticas culturais no endividamento, os resultados mostram que tanto para o gestor como para o investidor, estas novas variáveis não influenciam a performance. Apenas se destaca um resultado inesperado já que o leverage com interação com o índice de distância ao poder, V apresenta um sinal positivo com a ROA, sugerindo que quanto maior a possibilidade de práticas de gestão questionáveis maior liberdade do gestor para obter benefícios da dívida e a perceção do público, em geral, é de que as medidas de gestão interna são deliberadas em função de maior desempenho. |
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