Para um projecto educativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Vítor Manuel Tavares
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/607
Resumo: Este pequeno texto de Malaguzzi oferece algumas pistas para a clarificação do conceito e das características que deve ter o Projecto Educativo. Em primeiro lugar, só uma escola que pensa, que estabelece hábitos continuados de auto-reflexão, pode aglutinar certas condições necessárias à realização de um verdadeiro Projecto Educativo. Em segundo lugar, só uma escola que "põe a pensar muitas cabeças", todas as cabeças, todos os agentes educativos - intra e extra muros (os muros dos estabelecimentos de ensino são simbolicamente barreiras e fronteiras que urge destruir!) - pode reunir outros pressupostos indispensáveis ao Projecto Educativo. Em terceiro lugar, só uma escola que "entra em crise", ou seja, que promove uma dinâmica de inovação (para a mudança), num movimento contínuo de adaptações a sucessivas "estabilidades dinâmicas", isto é, que não se deixa estar em apatias e constrangimentos mortificadores, só uma escola assim pode, de facto, conceber e realizar o "documento vértice e ponto de referência, orientador de toda a actividade escolar, baseado na participação (...)" (ALBALAT, 1989) que é o Projecto Educativo. Mas não se esgotam aqui as ideias-chave que caracterizam este macroconceito. É que o Projecto Educativo pode ser também o instrumento privilegiado para se chegar à autonomia da própria escola (artº 2º. do Dec. Lei nº 43/89, de 3 de Fevereiro) e esta torna-se uma condição essencial para se atingirem os fins desejados localmente - a nível meso e a nível micro - ou seja, a sua adequação às características dos utentes e beneficiários, pois "as medidas de política educativa decididas ao nível do estado central mais não podem fazer do que adequar o sistema educativo no seu conjunto ao ambiente geral" (DIOGO, Fernando, 1994). Só com verdadeira autonomia (que "é dada à escola comunidade educativa e não à escola comunidade docente" (FORMOSINHO, Braga, 1991) é que se pode construir uma nova escola e só no âmbito desta faz sentido a emergência do Projecto Educativo.
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