Consumo de Psicoestimulantes no Meio Universitário – Aspetos Clínicos e Bioéticos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25752/psi.8883 |
Resumo: | Introdução: O consumo não-médico de psicoestimulantes tem aumentado de forma significativa nos últimos anos, verificando-se tal fenómeno também no meio académico. Objetivos: Neste artigo pretende-se analisar o padrão de consumo de psicoestimulantes na população universitária, bem como discutir questões clínicas e éticas associadas a esta problemática. Métodos: Para tal foi feito recurso ao que tem sido descrito na literatura sobre o tema. Resultados: Verificou-se que existe uma prevalência significativa de consumo não-médico de psicoestimulantes pelos universitários, sendo a principal fonte de obtenção os colegas, e que este é justificado, na maioria dos casos, pelo desejo de potenciar capacidades cognitivas. Este consumo associa-se a outros consumos recreativos, bem como a maiores níveis de stress. Apesar da globalização deste fenómeno, não existe evidência conclusiva relativamente aos efeitos cognitivos dos psicoestimulantes, sendo que a maioria dos autores defende que existirá apenas um efeito cognitivo moderado e limitado a capacidades específicas, como a melhoria da memória de trabalho. O efeito motivacional associado ao consumo parece contribuir significativamente para a experiência do utilizador. Conclusões: Este consumo, intimamente relacionado com o fenómeno do neuroenhancement, levanta importantes problemas clínicos e éticos, destacando-se o risco de efeitos adversos, a necessidade de pensar o papel do médico neste fenómeno, e as questões relacionadas com a autonomia individual, o risco de coerção e de injustiça. O consumo não-médico de psicoestimulantes no meio académico é já uma realidade, pelo que se torna essencial estudá-la e compreendê-la, de forma a determinar os pontos mais fraturantes e propor soluções, numa tentativa de uniformizar normas de atuação. |
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Consumo de Psicoestimulantes no Meio Universitário – Aspetos Clínicos e BioéticosConsumo de Psicoestimulantes no Meio Universitário – Aspetos Clínicos e BioéticosArtigos de RevisãoIntrodução: O consumo não-médico de psicoestimulantes tem aumentado de forma significativa nos últimos anos, verificando-se tal fenómeno também no meio académico. Objetivos: Neste artigo pretende-se analisar o padrão de consumo de psicoestimulantes na população universitária, bem como discutir questões clínicas e éticas associadas a esta problemática. Métodos: Para tal foi feito recurso ao que tem sido descrito na literatura sobre o tema. Resultados: Verificou-se que existe uma prevalência significativa de consumo não-médico de psicoestimulantes pelos universitários, sendo a principal fonte de obtenção os colegas, e que este é justificado, na maioria dos casos, pelo desejo de potenciar capacidades cognitivas. Este consumo associa-se a outros consumos recreativos, bem como a maiores níveis de stress. Apesar da globalização deste fenómeno, não existe evidência conclusiva relativamente aos efeitos cognitivos dos psicoestimulantes, sendo que a maioria dos autores defende que existirá apenas um efeito cognitivo moderado e limitado a capacidades específicas, como a melhoria da memória de trabalho. O efeito motivacional associado ao consumo parece contribuir significativamente para a experiência do utilizador. Conclusões: Este consumo, intimamente relacionado com o fenómeno do neuroenhancement, levanta importantes problemas clínicos e éticos, destacando-se o risco de efeitos adversos, a necessidade de pensar o papel do médico neste fenómeno, e as questões relacionadas com a autonomia individual, o risco de coerção e de injustiça. O consumo não-médico de psicoestimulantes no meio académico é já uma realidade, pelo que se torna essencial estudá-la e compreendê-la, de forma a determinar os pontos mais fraturantes e propor soluções, numa tentativa de uniformizar normas de atuação.Background: The non-medical use of psychostimulants has increased significantly in recent years, including in the academic environment. Aims: This article aims to analyse the pattern of psychostimulant consumption amongst university students and to discuss its clinical and ethical issues. Methods: A review of the literature on the topic has been conducted to achieve that goal. Results: It was found that there is a significant prevalence of non-medical use of psychostimulants, with colleagues being the main providers, and that this use is justified, in most cases, by a desire to enhance cognitive abilities. This use is associated with other recreational consumptions, as well as higher levels of stress. Despite the globalization of this phenomenon, there is no conclusive evidence regarding the cognitive effects of psychostimulants, and most authors argue that only a moderate cognitive effect may exist, limited to specific competences, such as enhancing working memory. The motivational effect associated with consumption of psychostimulants appears to significantly influence the users’ experience. Conclusions: This consumption, intimately linked to the phenomenon of neuroenhancement, raises important clinical and ethical issues, in particular the risk of developing adverse effects, the need to define the role of doctors in this matter, and questions regarding personal autonomy, risk of coercion and injustice. The consumption of psychostimulants for non-medical purposes in the academic field is nowadays a reality, which makes it vital to study it and understand it, in order to identify the key issues and suggest solutions, in an attempt to establish standard procedures.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2017-03-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.8883por2182-31461646-091XPereira, SaraCosta, Adelaideinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-16T14:11:59Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/8883Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T14:57:13.158184Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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