A Representação Jornalística das Tragédias de Brumadinho e Mariana: Afinal, do que estamos falando?
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://u3isjournal.isvouga.pt/index.php/ijmcnm/article/view/586 |
Resumo: | Assumindo que a mídia de audiência massiva afeta a percepção da sociedade, este trabalho analisa a representação jornalística, dos rompimentos de barragens da mineradora Vale nos municípios brasileiros de Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Recorreu-se às categorias sociodiscursivas da Análise de Discurso Crítica (ADC), assistida pelo software webQDA, para analisar representação dos eventos e dos atores envolvidos nas tragédias, bem como a atribuição de responsabilidade e o espaço de fala concedido pela mídia aos diferentes atores sociais. Foram analisadas 19 notícias publicadas nos portais jornalísticos online brasileiros G1 e Folha de São Paulo e nos internacionais BBC e New York Times. Os dados revelam que a mídia atribui responsabilidade pelas tragédias à empresa e ao poder público, mas representa a “lama” como protagonista da destruição, ativando o discurso de causas acidentais, com apagamento da natureza criminosa dos eventos. Observa-se certa gradação na representação das vítimas, com relativização das perdas, impersonalização das vítimas fatais e prioridade concedida aos testemunhos individuais levando ao apagamento dos danos difusos e coletivos. Ao tratar das ações de reparação, a mídia representa a empresa como portadora de socorro e soluções, levando a uma subversão semântica em que o agressor se torna salvador. A relação de poder que se revela pela representação discursiva na mídia dos casos de Mariana e Brumadinho contribui para a manutenção de estruturas sociais com elevados custos ambientais, políticos e sociais para o Brasil. |
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