O historiador e o teórico: a historiografia de Hobbes na teoria das relações internacionais.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11328/716 |
Resumo: | Uma dificuldade crucial no estudo das relações internacionais é unir inves- tigação teórica com investigação histórica. O objetivo deste artigo é anali- sar como Hobbes enfrentou este problema, bem como em que medida a so- lução que apresentou influenciou a teoria das relações internacionais e per- mite ainda hoje resolver dificuldades desta disciplina.Aprimeira parte exa- mina como Hobbes justifica seu método de pensar histórica e teoricamente ao mesmo tempo. A segunda parte mostra como Hobbes é recuperado no pós-Segunda Guerra tanto pela revisão do programa idealista como pelo emergente realismo, em ambos os casos a fim de criticar o idealismo do en- treguerras. A terceira parte, tendo em vista o debate contemporâneo em re- lações internacionais, mostra como o neo-realismo, concentrando-se em tecnologias de poder, perde o interesse pela investigação histórica presente no realismo clássico; e o normativismo que se fortalece a partir dos anos 90 formulando uma justificada crítica à ausência de reflexão ética no neo- realismo, recai muitas vezes em variantes do idealismo utópico. Em ambos há um déficit de investigação histórica, o que não permite analisar a contin- gência das relações sociais. Se o caráter predominantemente antropológico da historiografia de Hobbes, bem como o caráter predominantemente insti- tucionalista de sua teoria do Estado e doDireito não podemmais ser aceitos é seumodo de pensar aomesmo tempo teórica e historicamente o legado e o desafio que nos deixa. |
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