Sistema endocanabinóide e neuroprotecção no sistema nervoso central
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/16222 |
Resumo: | Introdução: Neuroprotecção é a estratégia terapêutica que tenta impedir ou atrasar a perda neuronal e, portanto, a evolução de uma doença. Em contraste com as terapêuticas sintomáticas, as estratégias neuroprotectoras actuam nos mecanismos patológicos subjacentes às manifestações clínicas da doença. Os canabinóides têm emergido como moléculas promissoras em neuroproteção, com potencial clínico, por serem capazes de reduzir a excitotoxicidade, o influxo de cálcio e as lesões oxidativas. São igualmente capazes de ajudar a promover a sobrevivência da tecido neuronal lesado, recuperar neurónios da hipoxia ou trauma e diminuir a inflamação ao actuarem em processos da glia que regulam a sobrevivência neuronal e restaurar o suprimento sanguíneo à área lesionada por reduzirem a vasoconstrição produzida por vários factores derivados do endotélio. Objectivos: Demonstrar, à luz dos conhecimentos actuais, a neuroprotecção no sistema nervoso central induzida pela activação do sistema endocanabinóide. Serão sumariamente descritos os avanços mais recentes do conhecimento sobre mecanismos celulares e moleculares pelos quais os canabinóides podem impedir/atrasar a degeneração, a tumorogénese e proteger de insultos agudos, providenciando desta forma neuroprotecção no sistema nervoso central. Desenvolvimento: Através de um ou mais destes processos, os canabinóides podem providenciar neuroprotecção em diferentes patologias do sistema nervoso central, quer agudas, como traumatismos craneanos ou acidentes vasculares, quer em doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Hungtinton e esclerose múltipla, entre outras. Também se tem verificado que os canabinóides são capazes de inibir e/ou atrasar o crescimento de células de glioma em cultura, quer pela indução de apoptose, quer pela inibição da angiogénese tumoral. Várias destas patologias têm sido exaustivamente exploradas a nível clínico para uma possível aplicação de agonistas canabinóides não psicoactivos, para atrasar/impedir o desenvolvimento da doença ou atenuar os seus sintomas. Como o potencial terapêutico deste sistema não se esgota nestas patologias, o seu possível papel neuroprotector é também descrito para outras afecções que envolvem o sistema nervoso central, como a encefalopatia hepática e a encefalite induzida por vírus da imunodeficiência humana. Conclusões: Os estudos citados neste trabalho indicam que alguns agonistas dos receptores canabinóides, principalmente do receptor CB1, e cada vez mais os do receptor CB2, podem ser úteis para melhorar o desenrolar terapêutico que segue um dano cerebral agudo e também para atrasar a progressão gradual de doenças neurodegenerativas e de outras patologias que acometem o sistema nervoso central. |
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