Dissolução e reinvenção do soneto em E. M. de Melo e Castro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10216/13020 |
Resumo: | Este trabalho trata da desconstrução e experimentação do paradigma soneto, bem como da própria linguagem, realizadas por E. M. de Melo e Castro na sua obra Poligonia do Soneto (1963). A obra poética Melo e Castro afirma-se, praticamente desde o início, como uma proposta de investigação das diversas realizações do poético e como tentativa de criação de um novo discurso alcançado através da dissolução das normas, formas e linguagens poéticas tradicionais. Inserida na Poesia Experimental, a produção textual de melo e Castro propõe-se como uma prática de desarticulação sintáctica, como uma consequente perda de semanticidade, ao colocar a tónica do lado do significante. A concretização textual da Poesia Experimental estabelece-se como um excesso de materialidade graças à multiplicação fónica e gráfica do significante, liberto do significado, e impõe-se como objecto erotizado privado sos seus fundamentos conceptuais imediatos. Os textos produzidos por E. M. de Melo e Castro concretizam a necessidade experimental de fracturar, de fragmentar as organizações textuais e poemáticas. A matéria verbal e as estruturações textuais são questionadas para potenciarem formalizações. Poligonia do Soneto insere-se neste exercício dilacerador e recriativo das formas petrificadas pela cultura. Paradigma exemplar da lógica discursiva, o soneto atrai o poeta experimental Melo e Castro enquanto objecto que apela e se entrega a uma dissecação laboratorial. Pela sua forte componente silogística, pela sua temática subjectiva, pela sua rígida estruturação geométrica e numérica, o soneto surge como corpo ideal para a prática subversiva. Visando a exposição e a experimentação do objecto soneto para alcançar um dinamismo multiplicador das suas relações estruturais e dos seus sentidos, Poligonia do Soneto apresenta-se como exercício transgressor de um modelo morfológico e organizativo fossilizado pela cultura. |
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