Distribuição dos rios temporários em Portugal Continental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MORAIS, M.
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Oliveira, Manuela, PEDRO, A., ROSADO, J., SILVA, H., SERAFIM, A.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/3741
Resumo: Portugal situa-se a ocidente da Península Ibérica, (6º W e 10º W; 37º N e 42º N). É limitado a Norte e a Este por Espanha e a Ocidente e a Sul pelo Oceano Atlântico. Ocupa uma área de 89 300 km2, apresentando forma aproximadamente rectangular (560 x220 km). 0 clima de Portugal conjuga características atlânticas e mediterrânicas. A influência atlântica sente-se a Norte e é responsável por precipitações mais elevadas e pela atenuação dos efeitos dos ventos secos e frios provenientes do interior da Península Ibérica. A influência mediterrânica atinge a região sul que se estende até à margem esquerda do rio Tejo e se caracteriza por apresentar elevadas temperaturas do ar e reduzida precipitação distribuída irregularmente ao longo do ano. A precipitação concentra-se no período de Outubro a Abril; os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro são secos (precipitação inferior a 30mm); Maio é de transição. A agravar esta situação, na região sul, assiste-se a uma grande variabilidade inter-anual. Nas regiões de características mediterrânicas os ecossistemas apresentam maior vulnerabilidade. A ausência de precipitação durante os meses mais quentes do ano conduz à interrupção do caudal superficial. Assiste-se a uma diminuição dos padrões de qualidade devido à ausência de água corrente, encontrando-se os rios no máximo da sua vulnerabilidade. Em épocas opostas no ano, a ocorrência de enxurradas, com origem precipitações, tem como consequência a exportação dos materiais acumulados que se depositam em reservatórios situados a jusante. O ciclo de seca e enxurrada constitui um factor determinante na estrutura e funcionamento dos rios. Estas condições particulares requerem práticas adaptadas à especificidade hidrológica (ex. agricultura, industria) onde a disponibilidade da água é reduzida e o processo natural de evapotranspiração conduz a uma baixa capacidade de diluição, resultando numa deterioração da qualidade da água com eliminação das comunidades biológicas. Neste sentido e dada a representatividade dos rios temporários em Portugal, neste trabalho apresenta-se um mapa com a distribuição dos rios temporários à escala nacional, organizados em três níveis de temporalidade. Para tal foram analisados um total de 449 estações hidrométricas, no que respeita às variáveis: escoamento, caudal, nível da água; dias do ano sem caudal, que constam no site do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH). A série temporal analisada varia de estação para estação, contudo a série mais longa inicia-se em 1900 e termina em 2010. O resultado analisado foi tratado por Sistema de Informação Geográfica (SIG), resultando numa carta que denominamos por “Rios temporários em Portugal”. Com base na carta produzida, é possível identificar por rio a temporalidade da água superficial presente, que se traduz em disponibilidade anual de água. A análise apresentada identifica constrangimentos hídricos, essenciais para uma correcta avaliação das massas de água no contexto da Directiva Quadro da Água (DQA - Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho), ao mesmo tempo que representa uma ferramenta de caracterização essencial para a implementação de medidas e estratégias de conservação e preservação com vista a prevenir a deterioração das massas de águas
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