Doença Autoimune Materna e o Risco de Autismo na Descendência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Ana Catarina Carvalho
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13455
Resumo: Introdução: A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma doença do neurodesenvolvimento de etiologia multifatorial e regista uma prevalência de 1 em 100 pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. Nas últimas décadas observou-se um aumento do número de grávidas com algum tipo de doença crónica, estando as doenças autoimunes entre as doenças preexistentes mais comuns na gravidez. Os mecanismos de inflamação crónica sistémica, associados às doenças autoimunes, podem resultar no aumento de doenças inflamatórias na geração seguinte, com possíveis consequências no neurodesenvolvimento da descendência. Objetivos: Nesta dissertação pretende-se explorar a associação entre as doenças autoimunes maternas e o risco de desenvolvimento de PEA, sendo ainda relevante compreender os mecanismos envolvidos nesta associação e quais as terapêuticas futuras, de forma a reduzir a PEA na descendência, de mães portadoras de doenças autoimunes. Métodos: Procedeu-se à pesquisa, entre junho e novembro de 2022, de artigos científicos, utilizando como motor de pesquisa, a Pubmed e as seguintes palavras-chave: “autism”, “autoimmune diseases”, “maternal immune activation”, “pregnancy”, “maternal autoantibodies”. Foram também usados como complemento websites, livros de referência médica e guidelines nacionais e internacionais. Resultados: A teoria de ativação imune materna (AIM) é uma hipótese que procura explicar a relação entre um estado inflamatório crónico durante a gravidez e o desenvolvimento de perturbações do neurodesenvolvimento na descendência. Segundo esta, triggers durante a gravidez, como, as doenças autoimunes, têm a capacidade de desencadear uma resposta inflamatória, envolvendo citocinas como a IL-17A e IL-6, o que pode levar a uma resposta imunológica materna exacerbada e prejudicial para o feto. Embora ainda não sejam conhecidos os mecanismos exatos, acredita-se que a AIM seja responsável por provocar alterações na microglia e desencadear nesta uma possível resposta inflamatória excessiva, o que pode resultar em danos no desenvolvimento cerebral do feto. No que diz respeito à terapêutica disponível, é necessário o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes preventivas da PEA. Conclusão: Após análise de diversos artigos, foi constatado que existe uma forte associação entre doenças autoimunes maternas e o desenvolvimento de perturbações do neurodesenvolvimento na descendência, em especial a PEA.
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spelling Doença Autoimune Materna e o Risco de Autismo na DescendênciaAtivação Imune MaternaAutismoDescendênciaDoenças AutoimunesGravidezDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma doença do neurodesenvolvimento de etiologia multifatorial e regista uma prevalência de 1 em 100 pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. Nas últimas décadas observou-se um aumento do número de grávidas com algum tipo de doença crónica, estando as doenças autoimunes entre as doenças preexistentes mais comuns na gravidez. Os mecanismos de inflamação crónica sistémica, associados às doenças autoimunes, podem resultar no aumento de doenças inflamatórias na geração seguinte, com possíveis consequências no neurodesenvolvimento da descendência. Objetivos: Nesta dissertação pretende-se explorar a associação entre as doenças autoimunes maternas e o risco de desenvolvimento de PEA, sendo ainda relevante compreender os mecanismos envolvidos nesta associação e quais as terapêuticas futuras, de forma a reduzir a PEA na descendência, de mães portadoras de doenças autoimunes. Métodos: Procedeu-se à pesquisa, entre junho e novembro de 2022, de artigos científicos, utilizando como motor de pesquisa, a Pubmed e as seguintes palavras-chave: “autism”, “autoimmune diseases”, “maternal immune activation”, “pregnancy”, “maternal autoantibodies”. Foram também usados como complemento websites, livros de referência médica e guidelines nacionais e internacionais. Resultados: A teoria de ativação imune materna (AIM) é uma hipótese que procura explicar a relação entre um estado inflamatório crónico durante a gravidez e o desenvolvimento de perturbações do neurodesenvolvimento na descendência. Segundo esta, triggers durante a gravidez, como, as doenças autoimunes, têm a capacidade de desencadear uma resposta inflamatória, envolvendo citocinas como a IL-17A e IL-6, o que pode levar a uma resposta imunológica materna exacerbada e prejudicial para o feto. Embora ainda não sejam conhecidos os mecanismos exatos, acredita-se que a AIM seja responsável por provocar alterações na microglia e desencadear nesta uma possível resposta inflamatória excessiva, o que pode resultar em danos no desenvolvimento cerebral do feto. No que diz respeito à terapêutica disponível, é necessário o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes preventivas da PEA. Conclusão: Após análise de diversos artigos, foi constatado que existe uma forte associação entre doenças autoimunes maternas e o desenvolvimento de perturbações do neurodesenvolvimento na descendência, em especial a PEA.Introduction: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder of multifactorial etiology with a prevalence of 1 in 100 people, according to the World Health Organization. In recent decades, an increase in the number of pregnant women with some type of chronic disease has been observed, with autoimmune diseases being among the most common pre-existing diseases in pregnancy. The mechanisms of chronic systemic inflammation, associated with autoimmune diseases, may result in increased inflammatory diseases in the next generation, with possible consequences on neurodevelopment of the offspring. Objectives: This dissertation aims to explore the association between maternal autoimmune diseases and the risk of developing ASD, as well as to understand the mechanisms involved in this association and future therapies to reduce ASD in the offspring of mothers with autoimmune diseases. Methods: Between June and November 2022, scientific articles were searched using Pubmed as a search engine and the following keywords: "autism", "autoimmune diseases", "maternal immune activation", "pregnancy", "maternal autoantibodies". Websites, medical reference books, and national and international guidelines were also used as a complement. Results: The maternal immune activation theory (MIA) is a hypothesis that seeks to explain the relationship between a chronic inflammatory state during pregnancy and the development of neurodevelopmental disorders in the offspring. According to this, triggers during pregnancy, such as autoimmune diseases, can trigger an inflammatory response, involving cytokines such as IL-17A and IL-6, which can lead to an exacerbated maternal immune response that is harmful to the fetus. Although the exact mechanisms are not yet known, it is believed that MIA is responsible for causing changes in microglia and triggering in them a possible excessive inflammatory response, which may result in damage to the developing brain of the fetus. As far as available therapeutics are concerned, the development of effective preventive therapeutic strategies for ASD is needed. Conclusion: After reviewing several articles, it was found that there is a strong association between maternal autoimmune diseases and the development of neurodevelopmental disorders in the offspring, especially ASD.Moutinho, José Alberto FonsecaMorais, Ana Sofia FélixuBibliorumMoreira, Ana Catarina Carvalho2023-11-03T15:02:42Z2023-06-232023-04-272023-06-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13455TID:203375092porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:03Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13455Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:53.493101Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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