Primeiro entranha-se, depois estranha-se: Habituação e disrupção estética nos media contemporâneos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/148830 |
Resumo: | A história dos media é analisada, frequentemente, como estando associada a um ciclo: a emergência do novo causa estranhamento, e este tende a esbater-se com a neutralização do carácter de novidade e o enquadramento dos “novos media” na experiência. Porém, o ciclo envolve também o movimento contrário, no qual o hábito, o conjunto de automatismos que advém da familiaridade, é quebrado. Este segundo movimento é aquele que descrevemos com recurso à expressão “primeiro entranha-se, depois estranha-se”. Tendo por base esta dinâmica e enquadrando-a nos termos de uma estética dos media, exploramos as condições de possibilidade do entranhamento dos media enquanto processo de construção da ordem do familiar através da habituação, gerada pelas interações permanentes entre o indivíduo capaz de experiência fenomenológica, a comunidade criadora de modulações estéticas e o ambiente como fonte de atmosferas afetivas. Depois de estabelecido o campo do entranhado, procuramos apontar estratégias de perturbação do hábito através da produção do estranho na relação com os media como elementos da construção do ambiente familiar, ou seja, através da mobilização das suas características sociotécnicas para desestruturar a ordem na base da qual se tornaram habituais. Propomos, em particular, o potencial da recondução da função construtiva e da presença dos media no quotidiano para a produção de ambientes que deliberadamente apresentam os media como estando fora do domínio do familiar, tendo por base uma “taxonomia” de afeções centradas no inquietante ou arrepiante, e um conjunto de objetos de inficção digital, conhecidos na internet como analog horror. |
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