Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira,S.
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Claro,I., Francisco,I., Sousa,R., Lage,P., Albuquerque,C., Filipe,B., Suspiro,A., Rodrigues,P., Cravo,M., Fidalgo,P., Leitão,C. Nobre
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782006000200003
Resumo: Introdução: O diagnóstico clínico da Síndroma de Lynch (SL) baseia-se nos critérios de Amesterdão (CA); adicionalmente, algumas famílias são identificadas com base nos critérios de Bethesda (CB). A SL resulta de mutações germinais em genes de reparação do ADN, sobretudo no MLH1 e MSH2, mas também no MSH6, PMS1 e PMS2. Não foram ainda identificadas localizações preferenciais das mutações nestes genes que permitam orientar o diagnóstico genético. Objectivos: Em doentes de famílias com SL com mutações identificadas nos genes MLH1, MSH2 ou MSH6, correlacionar as características clínicas com a localização das mutações. Doentes e Métodos: Incluíram-se 58 doentes (21 H/37 M) pertencentes a 33 famílias com CA e 7 famílias com CB, todos com mutação germinal identificada num dos genes de reparação do ADN. Registou-se o tipo de tumor desenvolvido, a idade de diagnóstico e as características patológicas dos carcinomas do cólon e recto (CCR). A análise mutacional nos genes MLH1, MSH2 e MSH6 foi efectuada por DGGE, seguida de sequenciação directa a partir do produto de PCR. Nas famílias cujo diagnóstico genético foi inconclusivo por DGGE, procedeu-se a MLPApara identificação de grandes delecções. Resultados: Desenvolveram CCR 48/58 (83%) doentes, com uma média de idades de 45 anos (25-74). Os restantes 10 doentes apresentaram outros tumores do espectro da SL (6 endométrio, 2 ovário, 1 urotélio e 1 estômago). Foram identificadas 22 famílias com mutações no gene MLH1, 17 no gene MSH2 e uma no gene MSH6. A maioria (76%) das mutações patogénicas no gene MLH1 encontrava-se entre os exões 10 e 19, sendo neste grupo a média de idades de desenvolvimento do CCR mais tardia, 49,8 versus 32,5 anos (p=0,01) e mais frequente a presença de tumores extra-cólicos. No gene MSH2, 71% das mutações patogénicas encontravam-se entre os exões 1 e 8, tendo também estas predominado em famílias com tumores extra-cólicos. Conclusões: Os resultados observados sugerem que, de acordo com as características das famílias, se deva iniciar o diagnóstico genético pelos exões mais frequentemente mutados em cada gene.
id RCAP_580e7a4a7f355b7e08104bd1f0d343eb
oai_identifier_str oai:scielo:S0872-81782006000200003
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADNIntrodução: O diagnóstico clínico da Síndroma de Lynch (SL) baseia-se nos critérios de Amesterdão (CA); adicionalmente, algumas famílias são identificadas com base nos critérios de Bethesda (CB). A SL resulta de mutações germinais em genes de reparação do ADN, sobretudo no MLH1 e MSH2, mas também no MSH6, PMS1 e PMS2. Não foram ainda identificadas localizações preferenciais das mutações nestes genes que permitam orientar o diagnóstico genético. Objectivos: Em doentes de famílias com SL com mutações identificadas nos genes MLH1, MSH2 ou MSH6, correlacionar as características clínicas com a localização das mutações. Doentes e Métodos: Incluíram-se 58 doentes (21 H/37 M) pertencentes a 33 famílias com CA e 7 famílias com CB, todos com mutação germinal identificada num dos genes de reparação do ADN. Registou-se o tipo de tumor desenvolvido, a idade de diagnóstico e as características patológicas dos carcinomas do cólon e recto (CCR). A análise mutacional nos genes MLH1, MSH2 e MSH6 foi efectuada por DGGE, seguida de sequenciação directa a partir do produto de PCR. Nas famílias cujo diagnóstico genético foi inconclusivo por DGGE, procedeu-se a MLPApara identificação de grandes delecções. Resultados: Desenvolveram CCR 48/58 (83%) doentes, com uma média de idades de 45 anos (25-74). Os restantes 10 doentes apresentaram outros tumores do espectro da SL (6 endométrio, 2 ovário, 1 urotélio e 1 estômago). Foram identificadas 22 famílias com mutações no gene MLH1, 17 no gene MSH2 e uma no gene MSH6. A maioria (76%) das mutações patogénicas no gene MLH1 encontrava-se entre os exões 10 e 19, sendo neste grupo a média de idades de desenvolvimento do CCR mais tardia, 49,8 versus 32,5 anos (p=0,01) e mais frequente a presença de tumores extra-cólicos. No gene MSH2, 71% das mutações patogénicas encontravam-se entre os exões 1 e 8, tendo também estas predominado em famílias com tumores extra-cólicos. Conclusões: Os resultados observados sugerem que, de acordo com as características das famílias, se deva iniciar o diagnóstico genético pelos exões mais frequentemente mutados em cada gene.Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia2006-03-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782006000200003Jornal Português de Gastrenterologia v.13 n.2 2006reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782006000200003Ferreira,S.Claro,I.Francisco,I.Sousa,R.Lage,P.Albuquerque,C.Filipe,B.Suspiro,A.Rodrigues,P.Cravo,M.Fidalgo,P.Leitão,C. Nobreinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:08:45Zoai:scielo:S0872-81782006000200003Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:21:00.320809Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
title Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
spellingShingle Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
Ferreira,S.
title_short Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
title_full Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
title_fullStr Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
title_full_unstemmed Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
title_sort Diagnóstico genético na síndroma de Lynch: implicações da localização de mutações germinais em genes de reparação do ADN
author Ferreira,S.
author_facet Ferreira,S.
Claro,I.
Francisco,I.
Sousa,R.
Lage,P.
Albuquerque,C.
Filipe,B.
Suspiro,A.
Rodrigues,P.
Cravo,M.
Fidalgo,P.
Leitão,C. Nobre
author_role author
author2 Claro,I.
Francisco,I.
Sousa,R.
Lage,P.
Albuquerque,C.
Filipe,B.
Suspiro,A.
Rodrigues,P.
Cravo,M.
Fidalgo,P.
Leitão,C. Nobre
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira,S.
Claro,I.
Francisco,I.
Sousa,R.
Lage,P.
Albuquerque,C.
Filipe,B.
Suspiro,A.
Rodrigues,P.
Cravo,M.
Fidalgo,P.
Leitão,C. Nobre
description Introdução: O diagnóstico clínico da Síndroma de Lynch (SL) baseia-se nos critérios de Amesterdão (CA); adicionalmente, algumas famílias são identificadas com base nos critérios de Bethesda (CB). A SL resulta de mutações germinais em genes de reparação do ADN, sobretudo no MLH1 e MSH2, mas também no MSH6, PMS1 e PMS2. Não foram ainda identificadas localizações preferenciais das mutações nestes genes que permitam orientar o diagnóstico genético. Objectivos: Em doentes de famílias com SL com mutações identificadas nos genes MLH1, MSH2 ou MSH6, correlacionar as características clínicas com a localização das mutações. Doentes e Métodos: Incluíram-se 58 doentes (21 H/37 M) pertencentes a 33 famílias com CA e 7 famílias com CB, todos com mutação germinal identificada num dos genes de reparação do ADN. Registou-se o tipo de tumor desenvolvido, a idade de diagnóstico e as características patológicas dos carcinomas do cólon e recto (CCR). A análise mutacional nos genes MLH1, MSH2 e MSH6 foi efectuada por DGGE, seguida de sequenciação directa a partir do produto de PCR. Nas famílias cujo diagnóstico genético foi inconclusivo por DGGE, procedeu-se a MLPApara identificação de grandes delecções. Resultados: Desenvolveram CCR 48/58 (83%) doentes, com uma média de idades de 45 anos (25-74). Os restantes 10 doentes apresentaram outros tumores do espectro da SL (6 endométrio, 2 ovário, 1 urotélio e 1 estômago). Foram identificadas 22 famílias com mutações no gene MLH1, 17 no gene MSH2 e uma no gene MSH6. A maioria (76%) das mutações patogénicas no gene MLH1 encontrava-se entre os exões 10 e 19, sendo neste grupo a média de idades de desenvolvimento do CCR mais tardia, 49,8 versus 32,5 anos (p=0,01) e mais frequente a presença de tumores extra-cólicos. No gene MSH2, 71% das mutações patogénicas encontravam-se entre os exões 1 e 8, tendo também estas predominado em famílias com tumores extra-cólicos. Conclusões: Os resultados observados sugerem que, de acordo com as características das famílias, se deva iniciar o diagnóstico genético pelos exões mais frequentemente mutados em cada gene.
publishDate 2006
dc.date.none.fl_str_mv 2006-03-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782006000200003
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782006000200003
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782006000200003
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
dc.source.none.fl_str_mv Jornal Português de Gastrenterologia v.13 n.2 2006
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1817554467202007040