Acolhimento de requerentes e beneficiários de proteção internacional: Da intervenção normativa à intervenção comprometida com uma democracia participativa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.21/14800 |
Resumo: | A denominada crise de refugiados teve, na Europa, um crescimento muito significativo a partir de 2015, em grande medida fruto de uma guerra sem fim à vista, na Síria e, já em 2021, devido à crise política e social que espoletou no Afeganistão. Ao chegarem a um novo país, requerentes e beneficiários de proteção internacional têm a legitimidade de esperar que lhes seja permitido o acesso a um lugar seguro para ficar, formas de assegurar as suas necessidades e direitos fundamentais, e liberdade para participar de forma plena em tudo o que os envolva. A questão do acolhimento destas pessoas reflete o desafio da responsabilidade dos Estados e suas instituições, sendo exigido que sejam tratadas como cidadãs de pleno direito, com o mesmo acesso aos recursos do país e da comunidade em que se instalam, mas sem precisar de anular a sua identidade. Com o presente artigo, pretende-se refletir acerca dos percursos destas pessoas que, para além das dificuldades em conseguir a documentação que permita a estadia legalizada e usufruto de direitos no novo país, são confrontadas com o desfasamento entre o que as políticas de acolhimento definem e o que é feito localmente. Nesta medida, ambiciona-se compreender as razões que levam a que tal aconteça e refletir acerca da necessidade de estas pessoas terem um papel ativo em todo o processo de acolhimento, para que consigam conquistar autonomia, encontrar o seu lugar na comunidade, se assim o desejarem, sem ficar reféns das ajudas humanitárias. |
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Acolhimento de requerentes e beneficiários de proteção internacional: Da intervenção normativa à intervenção comprometida com uma democracia participativaProteção internacionalAcolhimentoTrabalho socialParticipaçãoDireitos humanosIinternational protectionReceptionSocial workParticipationHuman rightsProtección internacionalAcogidaTrabajo socialParticipaciónDerechos humanosProtection internationaleTravail socialDroits de l’hommeA denominada crise de refugiados teve, na Europa, um crescimento muito significativo a partir de 2015, em grande medida fruto de uma guerra sem fim à vista, na Síria e, já em 2021, devido à crise política e social que espoletou no Afeganistão. Ao chegarem a um novo país, requerentes e beneficiários de proteção internacional têm a legitimidade de esperar que lhes seja permitido o acesso a um lugar seguro para ficar, formas de assegurar as suas necessidades e direitos fundamentais, e liberdade para participar de forma plena em tudo o que os envolva. A questão do acolhimento destas pessoas reflete o desafio da responsabilidade dos Estados e suas instituições, sendo exigido que sejam tratadas como cidadãs de pleno direito, com o mesmo acesso aos recursos do país e da comunidade em que se instalam, mas sem precisar de anular a sua identidade. Com o presente artigo, pretende-se refletir acerca dos percursos destas pessoas que, para além das dificuldades em conseguir a documentação que permita a estadia legalizada e usufruto de direitos no novo país, são confrontadas com o desfasamento entre o que as políticas de acolhimento definem e o que é feito localmente. Nesta medida, ambiciona-se compreender as razões que levam a que tal aconteça e refletir acerca da necessidade de estas pessoas terem um papel ativo em todo o processo de acolhimento, para que consigam conquistar autonomia, encontrar o seu lugar na comunidade, se assim o desejarem, sem ficar reféns das ajudas humanitárias.Abstract The so-called refugee crisis has seen very significant growth in Europe since 2015, largely the result of an endless war in sight in Syria and already in 2021 due to the political and social crisis that has eated in Afghanistan. When arriving in a new country, applicants and beneficiaries of international protection have the legitimacy to expect them to be allowed access to a safe place to stay, ways to ensure their fundamental needs and rights, and freedom to participate fully in anything that involves them. The issue of welcoming these people reflects the challenge of the responsibility of states and their institutions, and requires treating them as full citizens, with the same access to the resources of the country and the community where it settles, but without having to annul its identity. With this article we intend to reflect on the paths of these people who, in addition to the difficulties in getting the documentation that allows the legal stay and enjoyment of rights in the new country, are confronted with the gap between what the reception policies define, and what is done locally. To this extent, it is intended to understand the reasons that lead to this, and to reflect on the need for these people to play an active role in the whole process of reception, so that they can gain autonomy, find their place in the community, if they wish, without being held hostage by humanitarian aid.Resumen La llamada crisis de refugiados ha experimentado un crecimiento muy significativo en Europa desde 2015, en gran parte el resultado de una guerra interminable a la vista en Siria y ya en 2021 debido a la crisis política y social que se ha comido en Afganistán. Al llegar a un nuevo país, los solicitantes y beneficiarios de protección internacional tienen la legitimidad de esperar que se les permita el acceso a un lugar seguro para quedarse, formas de garantizar sus necesidades y derechos fundamentales, y libertad para participar plenamente en cualquier cosa que los involucre. El tema de acoger a estas personas refleja el desafío de la responsabilidad de los Estados y sus instituciones, y requiere tratarlos como ciudadanos de pleno derecho , con el mismo acceso a los recursos del país y la comunidad donde se asienta, pero sin tener que anular su identidad. Con este artículo pretendemos reflexionar sobre los caminos de estas personas que, además de las dificultades para conseguir la documentación que permita la estancia legal y el disfrute de los derechos en el nuevo país, se enfrentan a la brecha entre lo que definen las políticas de acogida, y lo que se hace a nivel local. En este sentido, se pretende comprender las razones que conducen a ello, y reflexionar sobre la necesidad de que estas personas desempeñen un papel activo en todo el proceso de acogida, para que puedan ganar autonomía, encontrar su lugar en la comunidad, si lo desean, sin ser rehenes de la ayuda humanitaria.Résumé La soi-disant crise des réfugiés a connu une croissance très importante en Europe depuis 2015, en grande partie le résultat d’une guerre sans fin en vue en Syrie et déjà en 2021 en raison de la crise politique et sociale qui a rongé l’Afghanistan. Lorsqu’ils arrivent dans un nouveau pays, les demandeurs et les bénéficiaires d’une protection internationale ont la légitimité de s’attendre à ce qu’ils aient accès à un lieu de séjour sûr, à des moyens de garantir leurs besoins et droits fondamentaux et à la liberté de participer pleinement à tout ce qui les concerne. La question de l’accueil de ces personnes reflète le défi de la responsabilité des États et de leurs institutions, et nécessite de les traiter comme des citoyens à part entière, avec le même accès aux ressources du pays et de la communauté où il s’installe, mais sans avoir à annuler son identité. Avec cet article, nous avons l’intention de réfléchir sur les parcours de ces personnes qui, en plus des difficultés à obtenir la documentation qui permet la suspension légale et la jouissance des droits dans le nouveau pays, sont confrontées à l’écart entre ce que les politiques d’accueil définissent et ce qui se fait localement. Dans cette mesure, il s’agit de comprendre les raisons qui en conduisent et de réfléchir à la nécessité pour ces personnes de jouer un rôle actif dans l’ensemble du processus d’accueil, afin qu’elles puissent acquérir une autonomie, trouver leur place dans la communauté, si elles le souhaitent, sans être prises en otage par l’aide humanitaire.CIED – Centro Interdisciplinar de Estudos Educacionais/Escola Superior de Educação de LisboaRCIPLFerreira, Joana Vaz2022-07-08T09:57:23Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.21/14800porVaz Ferreira, J. (2022). Acolhimento de requerentes e beneficiários de proteção internacional: Da intervenção normativa à intervenção comprometida com uma democracia participativa . Da Investigação às Práticas: Estudos De Natureza Educacional, 12(1), 5–25. https://doi.org/10.25757/invep.v12i1.2922182-1372https://doi.org/10.25757/invep.v12i1.292info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T10:11:27Zoai:repositorio.ipl.pt:10400.21/14800Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:22:32.280977Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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