Estudo ecográfico em modo Doppler colorido e pulsátil do testículo do cão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemos, Helena Isabel Martins
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9671
Resumo: A avaliação do fluxo sanguíneo da artéria testicular por ecografia em modo Doppler colorido e pulsátil, é uma importante técnica de diagnóstico, que permite avaliar a vascularização e perfusão testiculares. Recentemente, foi sugerido que permite estimar a integridade testicular. Adicionalmente, através do Ensaio Cometa Alcalino, é possível quantificar o dano oxidativo no DNA espermático, que é um fator que tem influência na fertilidade. Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre as características do fluxo sanguíneo da artéria testicular e o dano oxidativo no DNA espermático do cão. Foi realizada uma ecografia testicular e recolha de sémen a 12 cães machos. A amostra foi dividida em dois grupos, de acordo com a classificação dos ejaculados em normozoospérmicos e em não normozoospérmicos. Cinco cães com idades compreendidas entre os 1,5 e os 5 anos, foram incluídos no grupo normais (N) e sete cães, com idades compreendidas entre os 2 e os 11 anos, foram incluídos no grupo não normais, oligoastenoteratozoospermico (OAT). A ecografia em modo bidimensional (modo-B), foi utilizada para medir o volume testicular total e recorreu-se ao programa informático de análise de imagem ImageJ (U. S. National Institutes of Health, Bethesda, Maryland, USA, https://imagej.nih.gov/ij/) para avaliar a ecogenicidade e a heterogeneidade testiculares objetivas. A ecografia em modo Doppler colorido e pulsátil, foi utilizada para medir os parâmetros velocimétricos das artérias supratesticular e marginal dos testículos direito e esquerdo. A segunda fração do ejaculado foi avaliada através de testes laboratoriais clássicos e os danos oxidativos no DNA espermático foram medidos pelo Ensaio Cometa Alcalino. No que diz respeito à qualidade espermática, a percentagem de espermatozoides com morfologia normal foi significativamente inferior (p= 0,03) no grupo OAT [76,5 (16,1), mediana (amplitude interquartil)], comparativamente ao grupo N [90,9 (11,75)]. Os dois grupos não diferiram relativamente à distribuição do volume testicular total [N: 19,56 (9,05); OAT: 13,79 (10,6); p= 0,202)]. O grupo OAT apresentou uma velocidade do pico sistólico (systolic peak velocity, SPV) da artéria supratesticular esquerda significativamente inferior à do grupo N [N: 33,3 (12,15); OAT: 18,1 (4,0); p= 0,005]. Relativamente aos danos oxidativos no DNA espermático, os valores foram numericamente superiores no grupo OAT, mas não houve diferenças significativas na distribuição entre os dois grupos [N: 28 (40,0); OAT: 22 (59,0); p=1,000)]. Foram observadas correlações significativas através do coeficiente de correlação de postos de Spearman (r). Observou-se uma correlação negativa entre a heterogeneidade testicular e a percentagem de espermatozoides com mobilidade progressiva (r= -0,718; p= 0,009). A SPV da artéria supratesticular correlacionou-se fortemente com o volume testicular total (r= 0,832; p= 0,001). A velocidade diastólica final da artéria supratesticular correlacionouse positivamente com a concentração espermática (r= 0,671; p= 0,017) e negativamente com os danos oxidativos no DNA espermático (r= -0,606; p=0,037). Os resultados obtidos sugerem que os parâmetros velocimétricos da artéria testicular refletem a qualidade espermática à altura da ecografia, incluindo o stresse oxidativo do DNA espermático. A ecografia em modo Doppler colorido e pulsátil é uma ferramenta de diagnóstico importante em cães com problemas de fertilidade.
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Cinco cães com idades compreendidas entre os 1,5 e os 5 anos, foram incluídos no grupo normais (N) e sete cães, com idades compreendidas entre os 2 e os 11 anos, foram incluídos no grupo não normais, oligoastenoteratozoospermico (OAT). A ecografia em modo bidimensional (modo-B), foi utilizada para medir o volume testicular total e recorreu-se ao programa informático de análise de imagem ImageJ (U. S. National Institutes of Health, Bethesda, Maryland, USA, https://imagej.nih.gov/ij/) para avaliar a ecogenicidade e a heterogeneidade testiculares objetivas. A ecografia em modo Doppler colorido e pulsátil, foi utilizada para medir os parâmetros velocimétricos das artérias supratesticular e marginal dos testículos direito e esquerdo. A segunda fração do ejaculado foi avaliada através de testes laboratoriais clássicos e os danos oxidativos no DNA espermático foram medidos pelo Ensaio Cometa Alcalino. No que diz respeito à qualidade espermática, a percentagem de espermatozoides com morfologia normal foi significativamente inferior (p= 0,03) no grupo OAT [76,5 (16,1), mediana (amplitude interquartil)], comparativamente ao grupo N [90,9 (11,75)]. Os dois grupos não diferiram relativamente à distribuição do volume testicular total [N: 19,56 (9,05); OAT: 13,79 (10,6); p= 0,202)]. O grupo OAT apresentou uma velocidade do pico sistólico (systolic peak velocity, SPV) da artéria supratesticular esquerda significativamente inferior à do grupo N [N: 33,3 (12,15); OAT: 18,1 (4,0); p= 0,005]. Relativamente aos danos oxidativos no DNA espermático, os valores foram numericamente superiores no grupo OAT, mas não houve diferenças significativas na distribuição entre os dois grupos [N: 28 (40,0); OAT: 22 (59,0); p=1,000)]. Foram observadas correlações significativas através do coeficiente de correlação de postos de Spearman (r). Observou-se uma correlação negativa entre a heterogeneidade testicular e a percentagem de espermatozoides com mobilidade progressiva (r= -0,718; p= 0,009). A SPV da artéria supratesticular correlacionou-se fortemente com o volume testicular total (r= 0,832; p= 0,001). A velocidade diastólica final da artéria supratesticular correlacionouse positivamente com a concentração espermática (r= 0,671; p= 0,017) e negativamente com os danos oxidativos no DNA espermático (r= -0,606; p=0,037). Os resultados obtidos sugerem que os parâmetros velocimétricos da artéria testicular refletem a qualidade espermática à altura da ecografia, incluindo o stresse oxidativo do DNA espermático. A ecografia em modo Doppler colorido e pulsátil é uma ferramenta de diagnóstico importante em cães com problemas de fertilidade.The assessment of testicular artery blood flow by colour and pulsed Doppler ultrasonography is an important diagnostic technique to assess testicular vascularization and perfusion. Recently, it has been suggested that it allows prediction of testicular integrity. Additionally, through the Alkaline Comet Assay, it is possible to quantify sperm oxidative DNA damage, which is a factor that influences fertility. The aim of this study was to evaluate the relationship between testicular artery blood flow characteristics and oxidative damage in canine sperm DNA. A testicular ultrasonography and the collection of semen were performed on 12 male dogs. The sample was divided into two groups, according to the classification of the ejaculates in normozoospermic and in non normozoospermic. Five dogs aged between 1.5 and 5 years were included in the normal group (N) and seven dogs, aged between 2 and 11 years, were included in the non-normal group, oligoastenoteratozoospermic (OAT). Two-dimensional ultrasonography (B-mode) was used to measure total testicular volume and the imaging software ImageJ (U. S. National Institutes of Health, Bethesda, Maryland, USA, https://imagej.nih.gov/ij/) was used to evaluate objective testicular echogenicity and heterogeneity. Color and pulsed Doppler ultrasonography was used to measure the velocimetric parameters of the supratesticular and marginal arteries of the right and left testes. The second fraction of the ejaculate was evaluated through classic laboratory tests and the sperm oxidative DNA damage was measured by the Alkaline Comet Assay. Regarding sperm quality, the percentage of normal sperm morphology was significantly lower (p= 0,03) in the OAT group [76,5 (69,4; 85,5)], median (interquartile range)] compared to the N group [90,9 (85,95; 97,7)]. The two groups didn’t differ respectively to the total testicular volume distribution [N: 19,56 (9,05); OAT: 13,79 (10,6); p= 0,202)]. The OAT group had a significantly lower systolic peak velocity (SPV) of the left supratesticular artery than the N group [N: 33,3 (12,15); OAT: 18,1 (4,0); p= 0,005]. Concerning to sperm oxidative DNA damage, the values were numerically higher in OAT group, but there were no significant differencesin the distribution between the two groups [N: 28 (40,0); OAT: 22 (59,0); p=1,000)]. Significant correlations were observed through the Spearman’s rank correlation coefficient (r). There was a negative correlation between testicular heterogeneity and percentage of progressive mobile sperm (r= -0,718; p= 0,009). The SPV of supratesticular artery was strongly correlated with total testicular volume (r= 0,832; p= 0,001). The end diastolic velocity of the supratesticular artery was positively correlated with sperm concentration (r= 0,671; p= 0,017) and negatively with sperm oxidative DNA damage (r= - 0,606; p= 0,037). The results suggest that assessment of the velocimetric parameters of testicular artery reflect the sperm quality at the time of the ultrasound examination, including the oxidative stress of the sperm DNA. Color and pulse Doppler ultrasonography is an important diagnostic tool in dogs with fertility problems.2020-02-19T17:31:37Z2019-07-23T00:00:00Z2019-07-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/9671pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessLemos, Helena Isabel Martinsreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:48:04Zoai:repositorio.utad.pt:10348/9671Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:04:33.246842Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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