Quarta testemunha: um estudo do ponto de vista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1292 |
Resumo: | Para a concretização do projecto final de mestrado, os alunos tinham três opções, fazer um estágio, fazer uma tese ou fazer um projecto que consistia na realização de uma curta-metragem. A minha escolha, embora quase imediata, não foi leviana, pois, em certa medida, as outras opções também me agradavam. No entanto, sabia que fazer qualquer outra coisa seria errado para mim. Nesse sentido, a minha opção recaiu para a realização de uma curtametragem. E porquê essa opção? Ora, em cinema, o que mais me interessa são as áreas associados ao guionismo e à realização, o que logo à partida excluía qualquer uma das outras opções. Apesar disso, ainda ponderei as duas opções. A primeira opção, estagiar, podia ser uma opção viável, pois ter experiência na área, antes de sair para o mercado de trabalho, seria uma excelente oportunidade. Contudo, tendo em conta o bom hábito português de explorar aquele que não se pode queixar, cheguei à conclusão que apenas me ia sujeitar a ser um trabalhador gratuito e que provavelmente não iria aprender nada de novo. A segunda opção, redigir uma tese, não foi tão imediatamente descorada. Embora não seja uma área que me sinta completamente à vontade, ter a oportunidade de estudar a fundo alguma componente ligada ao cinema é, sem dúvida, algo que apraz a qualquer cineasta com o objectivo de vingar. Apesar de gostar dessa opção, resolvi abandoná-la, e direccionar-me mais para aquilo que pretendo, ou seja, ver algo criado por mim ganhar vida. Depois de tomada a decisão de realizar um filme, apenas sabia que queria fazer uma ficção, sem, no entanto, ter uma ideia concreta sobre que ficção queria fazer. A primeira ideia que me ocorreu foi fazer um filme em que representasse a importância da biologia humana nas nossas vidas, e até que ponto esta não influencia as nossas decisões e consequente liberdade. Criei então uma historia onde um homem acordava sem qualquer memória, e através de uma serie de acontecimentos, este percebe que não é um ser humano, mas sim um ciborgue, que apenas obedece (a ordens), decide então vingar-se de quem o criou, mas no momento em que tem a oportunidade de se vingar e voltar à sua condição de humano, chega à conclusão que não é diferente daquilo que era, ou de qualquer outro ser humano, mesmo que volte à sua antiga condição não vai deixar de ser vítima da sua própria natureza. Decide então manter-se um ciborgue livre na sua própria mente. Escrevi então o guião e comecei a avançar com o projecto. No entanto, comecei a ter consciência da dificuldade que seria realizar esse filme. Em termos de produção seria algo extremamente difícil, ou melhor impraticável tendo em conta o orçamento à disposição. Comecei a tentar cortar cenas e a modificar a forma como tinha planeado mostrar a história até que cheguei ao ponto em que já não me reconhecia na narrativa nem a narrativa se reconhecia a si mesma. Decidi então recuar com o projecto. Voltei à estaca zero. Com o tempo a apertar comecei a trabalhar a um ritmo mais acelerado, deixei de ponderar as ideias que me iam surgindo, partindo logo para o guião. Assim fui escrevendo alguns, no entanto, apresentava-se sempre o problema da inviabilidade da produção. Até que me surgiu a ideia de fazer um filme onde tudo se baseia numa personagem que ninguém sabia ao certo aquilo que é, e que de alguma formar estivesse ligada com o tema para os projectos deste ano, o Ponto de Vista. Avancei assim com essa ideia, tendo a certeza que seria definitiva. |
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Quarta testemunha: um estudo do ponto de vistaMiranda, Miguel Quarta testemunha - Curta metragemRealização cinematográficaCinema - Curta metragemCurta metragem - Ponto de vista do realizadorCurta metragem - Ponto de vista ético e moralCurta metragem - Ponto de vista estéticoCurta metragem - Ponto de vista narrativoPara a concretização do projecto final de mestrado, os alunos tinham três opções, fazer um estágio, fazer uma tese ou fazer um projecto que consistia na realização de uma curta-metragem. A minha escolha, embora quase imediata, não foi leviana, pois, em certa medida, as outras opções também me agradavam. No entanto, sabia que fazer qualquer outra coisa seria errado para mim. Nesse sentido, a minha opção recaiu para a realização de uma curtametragem. E porquê essa opção? Ora, em cinema, o que mais me interessa são as áreas associados ao guionismo e à realização, o que logo à partida excluía qualquer uma das outras opções. Apesar disso, ainda ponderei as duas opções. A primeira opção, estagiar, podia ser uma opção viável, pois ter experiência na área, antes de sair para o mercado de trabalho, seria uma excelente oportunidade. Contudo, tendo em conta o bom hábito português de explorar aquele que não se pode queixar, cheguei à conclusão que apenas me ia sujeitar a ser um trabalhador gratuito e que provavelmente não iria aprender nada de novo. A segunda opção, redigir uma tese, não foi tão imediatamente descorada. Embora não seja uma área que me sinta completamente à vontade, ter a oportunidade de estudar a fundo alguma componente ligada ao cinema é, sem dúvida, algo que apraz a qualquer cineasta com o objectivo de vingar. Apesar de gostar dessa opção, resolvi abandoná-la, e direccionar-me mais para aquilo que pretendo, ou seja, ver algo criado por mim ganhar vida. Depois de tomada a decisão de realizar um filme, apenas sabia que queria fazer uma ficção, sem, no entanto, ter uma ideia concreta sobre que ficção queria fazer. A primeira ideia que me ocorreu foi fazer um filme em que representasse a importância da biologia humana nas nossas vidas, e até que ponto esta não influencia as nossas decisões e consequente liberdade. Criei então uma historia onde um homem acordava sem qualquer memória, e através de uma serie de acontecimentos, este percebe que não é um ser humano, mas sim um ciborgue, que apenas obedece (a ordens), decide então vingar-se de quem o criou, mas no momento em que tem a oportunidade de se vingar e voltar à sua condição de humano, chega à conclusão que não é diferente daquilo que era, ou de qualquer outro ser humano, mesmo que volte à sua antiga condição não vai deixar de ser vítima da sua própria natureza. Decide então manter-se um ciborgue livre na sua própria mente. Escrevi então o guião e comecei a avançar com o projecto. No entanto, comecei a ter consciência da dificuldade que seria realizar esse filme. Em termos de produção seria algo extremamente difícil, ou melhor impraticável tendo em conta o orçamento à disposição. Comecei a tentar cortar cenas e a modificar a forma como tinha planeado mostrar a história até que cheguei ao ponto em que já não me reconhecia na narrativa nem a narrativa se reconhecia a si mesma. Decidi então recuar com o projecto. Voltei à estaca zero. Com o tempo a apertar comecei a trabalhar a um ritmo mais acelerado, deixei de ponderar as ideias que me iam surgindo, partindo logo para o guião. Assim fui escrevendo alguns, no entanto, apresentava-se sempre o problema da inviabilidade da produção. Até que me surgiu a ideia de fazer um filme onde tudo se baseia numa personagem que ninguém sabia ao certo aquilo que é, e que de alguma formar estivesse ligada com o tema para os projectos deste ano, o Ponto de Vista. Avancei assim com essa ideia, tendo a certeza que seria definitiva.Universidade da Beira InteriorNogueira, Luís Carlos da CostauBibliorumMiranda, Jorge Miguel Araújo2013-07-29T14:14:59Z20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1292porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:51Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1292Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:10.048879Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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