Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10284/12740 |
Resumo: | A vitamina D é uma pró-hormona adquirida por síntese endógena cutânea através da exposição a radiação ultravioleta ou pela dieta, cujo metabólito ativo, calcitriol, exerce ação fundamental na remodelação óssea, na regulação da homeostasia do cálcio e do fosfato, em conjunto com a paratormona (PTH). Atualmente, a carência de vitamina D tem alta prevalência em todo o mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. Estudos representativos da população portuguesa demostraram que dois em cada três portugueses têm défice de vitamina D. A associação entre concentrações <20ng/mL de vitamina D e o desenvolvimento de diversas doenças, nomeadamente, as doenças ósseas, cardiovasculares, autoimunes, infecciosas e diabetes mellitus, foi validada cientificamente. Para além desta associação, evidências atuais têm relacionado este défice com o aumento de risco de desenvolvimento de cancro, incluindo o cancro oral. As neoplasias que afetam a cavidade oral, faringe, laringe, fossas nasais, seios perinatais e glândulas salivares são incluídas no grupo heterogéneo de entidades conhecidas como cancro de cabeça e pescoço. Essas neoplasias são a sexta causa mais comum de cancro em todo o mundo, com cerca de 650.000 novos casos e 350.000 mortes registadas anualmente, resultando num grande impacto socioeconómico, ao nível de perdas de vidas, morbilidade e custo na saúde. Estudos in vitro e in vivo demostraram que a vitamina D é capaz de exercer efeitos antineoplásico através da sua ligação a um recetor intracelular específico, o vitamin D receptor (VDR). Este receptor encontra-se ativo, nas células benignas e nas células malignas, em vários órgãos e tecidos de diversos sistemas do organismo, promovendo a transcrição de genes e a síntese de proteínas. Esta descoberta levou a um aumento do interesse clínico na potencial utilização da vitamina D como fator adjuvante na prevenção e no tratamento do cancro. O objetivo desta revisão narrativa foi analisar a literatura existente sobre os possíveis mecanismos pelos quais a vitamina D exerce seus efeitos biológicos na fisiopatologia do cancro oral, bem como as implicações na deficiência da vitamina D nesses pacientes, com base em evidências científicas e epidemiológicas atualizadas. |
id |
RCAP_5933ebe091c39e35243e6414230bf470 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:bdigital.ufp.pt:10284/12740 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativaCancro oralVitamina DCalcitriol25-hidroxivitamina D1,25-dihidroxivitamina DVDROral cancerVitamin DDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina ClínicaA vitamina D é uma pró-hormona adquirida por síntese endógena cutânea através da exposição a radiação ultravioleta ou pela dieta, cujo metabólito ativo, calcitriol, exerce ação fundamental na remodelação óssea, na regulação da homeostasia do cálcio e do fosfato, em conjunto com a paratormona (PTH). Atualmente, a carência de vitamina D tem alta prevalência em todo o mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. Estudos representativos da população portuguesa demostraram que dois em cada três portugueses têm défice de vitamina D. A associação entre concentrações <20ng/mL de vitamina D e o desenvolvimento de diversas doenças, nomeadamente, as doenças ósseas, cardiovasculares, autoimunes, infecciosas e diabetes mellitus, foi validada cientificamente. Para além desta associação, evidências atuais têm relacionado este défice com o aumento de risco de desenvolvimento de cancro, incluindo o cancro oral. As neoplasias que afetam a cavidade oral, faringe, laringe, fossas nasais, seios perinatais e glândulas salivares são incluídas no grupo heterogéneo de entidades conhecidas como cancro de cabeça e pescoço. Essas neoplasias são a sexta causa mais comum de cancro em todo o mundo, com cerca de 650.000 novos casos e 350.000 mortes registadas anualmente, resultando num grande impacto socioeconómico, ao nível de perdas de vidas, morbilidade e custo na saúde. Estudos in vitro e in vivo demostraram que a vitamina D é capaz de exercer efeitos antineoplásico através da sua ligação a um recetor intracelular específico, o vitamin D receptor (VDR). Este receptor encontra-se ativo, nas células benignas e nas células malignas, em vários órgãos e tecidos de diversos sistemas do organismo, promovendo a transcrição de genes e a síntese de proteínas. Esta descoberta levou a um aumento do interesse clínico na potencial utilização da vitamina D como fator adjuvante na prevenção e no tratamento do cancro. O objetivo desta revisão narrativa foi analisar a literatura existente sobre os possíveis mecanismos pelos quais a vitamina D exerce seus efeitos biológicos na fisiopatologia do cancro oral, bem como as implicações na deficiência da vitamina D nesses pacientes, com base em evidências científicas e epidemiológicas atualizadas.Vitamin D is a prohormone acquired through endogenous cutaneous synthesis via exposure to ultraviolet radiation or through the diet, with its active metabolite, calcitriol, playing a fundamental role in bone remodeling, calcium and phosphate homeostasis regulation, along with parathyroid hormone (PTH). Currently, vitamin D deficiency has a high prevalence worldwide, being considered a public health issue. Representative studies of the Portuguese population have demonstrated that two out of every three Portuguese individuals have a deficiency in vitamin D. Scientifically validated associations have been established between concentrations of vitamin D < 20ng/ml and the development of various diseases, including bone, cardiovascular, autoimmune, infectious diseases, and diabetes mellitus. Moreover, current evidence has linked this deficiency with an increased risk of cancer development, including oral cancer. Neoplasms affecting the oral cavity, pharynx, larynx, nasal cavities, paranasal sinuses, and salivary glands are included in the heterogeneous group of entities known as head and neck cancer. These neoplasms rank as the sixth most common cancer worldwide, with approximately 650,000 new cases and 350,000 deaths reported annually, resulting in a significant socioeconomic impact due to the loss of lives, morbidity, and healthcare costs. In vitro and in vivo studies have demonstrated that vitamin D is capable of exerting anticancer effects through its binding to a specific intracellular receptor, the vitamin D receptor (VDR). This receptor is active in both benign and malignant cells, in various organs and tissues of different body systems, promoting gene transcription and protein synthesis. This discovery has led to an increased clinical interest in the potential use of vitamin D as an adjuvant factor in cancer prevention and treatment. The aim of this narrative review was to examine the existing literature on the potential mechanisms by which vitamin D exerts its biological effects on the pathophysiology of oral cancer, as well as the implications of vitamin D deficiency in these patients, based on current scientific and epidemiological evidence. This was carried out with the goal of achieving a comprehensive understanding of the biology of oral carcinogenesis and the role of vitamin D in the malignant tissue transformation process.Medeiros, RuiPalmeira, CarlosRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaCarneiro, Evaní2024-03-11T16:19:45Z2023-10-262023-10-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/12740TID:203542681pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-12T02:01:56Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/12740Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T04:00:29.191562Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
title |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
spellingShingle |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa Carneiro, Evaní Cancro oral Vitamina D Calcitriol 25-hidroxivitamina D 1,25-dihidroxivitamina D VDR Oral cancer Vitamin D Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Clínica |
title_short |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
title_full |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
title_fullStr |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
title_full_unstemmed |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
title_sort |
Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativa |
author |
Carneiro, Evaní |
author_facet |
Carneiro, Evaní |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Medeiros, Rui Palmeira, Carlos Repositório Institucional da Universidade Fernando Pessoa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Carneiro, Evaní |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cancro oral Vitamina D Calcitriol 25-hidroxivitamina D 1,25-dihidroxivitamina D VDR Oral cancer Vitamin D Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Clínica |
topic |
Cancro oral Vitamina D Calcitriol 25-hidroxivitamina D 1,25-dihidroxivitamina D VDR Oral cancer Vitamin D Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Clínica |
description |
A vitamina D é uma pró-hormona adquirida por síntese endógena cutânea através da exposição a radiação ultravioleta ou pela dieta, cujo metabólito ativo, calcitriol, exerce ação fundamental na remodelação óssea, na regulação da homeostasia do cálcio e do fosfato, em conjunto com a paratormona (PTH). Atualmente, a carência de vitamina D tem alta prevalência em todo o mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. Estudos representativos da população portuguesa demostraram que dois em cada três portugueses têm défice de vitamina D. A associação entre concentrações <20ng/mL de vitamina D e o desenvolvimento de diversas doenças, nomeadamente, as doenças ósseas, cardiovasculares, autoimunes, infecciosas e diabetes mellitus, foi validada cientificamente. Para além desta associação, evidências atuais têm relacionado este défice com o aumento de risco de desenvolvimento de cancro, incluindo o cancro oral. As neoplasias que afetam a cavidade oral, faringe, laringe, fossas nasais, seios perinatais e glândulas salivares são incluídas no grupo heterogéneo de entidades conhecidas como cancro de cabeça e pescoço. Essas neoplasias são a sexta causa mais comum de cancro em todo o mundo, com cerca de 650.000 novos casos e 350.000 mortes registadas anualmente, resultando num grande impacto socioeconómico, ao nível de perdas de vidas, morbilidade e custo na saúde. Estudos in vitro e in vivo demostraram que a vitamina D é capaz de exercer efeitos antineoplásico através da sua ligação a um recetor intracelular específico, o vitamin D receptor (VDR). Este receptor encontra-se ativo, nas células benignas e nas células malignas, em vários órgãos e tecidos de diversos sistemas do organismo, promovendo a transcrição de genes e a síntese de proteínas. Esta descoberta levou a um aumento do interesse clínico na potencial utilização da vitamina D como fator adjuvante na prevenção e no tratamento do cancro. O objetivo desta revisão narrativa foi analisar a literatura existente sobre os possíveis mecanismos pelos quais a vitamina D exerce seus efeitos biológicos na fisiopatologia do cancro oral, bem como as implicações na deficiência da vitamina D nesses pacientes, com base em evidências científicas e epidemiológicas atualizadas. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-10-26 2023-10-26T00:00:00Z 2024-03-11T16:19:45Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10284/12740 TID:203542681 |
url |
http://hdl.handle.net/10284/12740 |
identifier_str_mv |
TID:203542681 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
metadata only access info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
metadata only access |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799138180175233024 |