Técnicas não invasivas na deteção de cromossomopatias fetais no CHCB no período de 2008-2011
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1181 |
Resumo: | Introdução: O Diagnóstico Pré-natal (DPN) oferece um conjunto de técnicas capazes de detetar anomalias congénitas fetais, com uma taxa de deteção superior a 90% e uma Taxa de Falsos Positivos de 5% para os defeitos congénitos. Entre as técnicas de DPN, os rastreios bioquímicos (RB) e ecográficos (RE) são os métodos de deteção não invasivos mais utilizados, sendo muito significativos (quando revelam risco elevado) para a identificação da população de grávidas (grupo de alto risco) a quem se deve aplicar as técnicas de estudo invasivo de DPN, por terem uma maior precisão diagnóstica, tais como: a amniocentese (AMN), a biopsia das vilosidades coriais e a cordocentese. Os protocolos atuais para as mulheres grávidas consideradas em situação de alto risco (de acordo com os critérios standard: idade materna superior a 35 anos e/ou história familiar de doenças genéticas) não permitem a deteção de 80% dos casos de recém nascidos com trissomia 21 e 95% com defeitos no tubo neural em grávidas com menos de 35 anos e sem história de doenças genéticas, a quem a AMN não foi aplicada. Foram estas razões que serviram de base para a realização da presente investigação, a qual foi sustentada com dados do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). Objetivos: Avaliar o valor das técnicas não invasivas (RB e RE) na deteção de cromossomopatias fetais (CF), assim como determinar a população de risco que deve ser submetida à confirmação diagnóstica por amniocentese no CHCB. Métodos: Estudo transversal retrospetivo e documental, tendo por base o registo de 300 mulheres grávidas sem história familiar de doenças genéticas cuja gravidez foi seguida no CHCB. A informação foi recolhida a partir dos processos clínicos das consultas de DPN do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHCB realizadas desde 2008 até 2011. A amostra foi dividida para estudo de acordo com as diferentes indicações para a realização da amniocentese, cuja dimensão foi escolhida à priori por método de amostragem acidental. Para cada paciente registaram-se os dados dos RB, RE e da AMN para estabelecer as correspondentes correlações. A base de dados e os cálculos foram elaborados no programa Excel 2007. Considerando a AMN como Goldstandard foram realizados testes de diagnóstico para os RB e RE e para os dois em conjunto (EB), construindo tabelas de contingência para cada grupo etário. Para cada teste (E, B e EB) calcularam-se: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, para cada grupo etário. Além disso, foi realizada uma análise de risco a partir do cálculo das “possibilidades” (odds) e das “possibilidades relativas” (odds-ratios). Resultados: Nas 46 grávidas com idade inferior a 35 anos, com RE anormal (E+), bioquímico com alto risco (B+) ou ambos anormais (EB+) e sem antecedentes de doença genética, verificaram-se 3 AMN positivas. Neste grupo etário nos RB com baixo risco (B-) e ecográficos normais (E-) verificou-se uma baixa incidência de CF, com valor de 1 e Sens de 0,67 para ambos, VPN de 0,98 e 0,99 respetivamente. Dos 218 casos de AMN realizadas a mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, existem 3 aneuploidias com 13 rastreios E e/ou B anormais. Neste grupo etário a incidência de CF é de 1,38%. No grupo com idade igual ou superior a 35 anos, com RB de baixo risco (B-) não foi identificada nenhuma CF (A+), VPN de 1 e Sens de 1. De outro modo com RE normal (E-) foi baixa a incidência de CF, com valor de 1, VPN de 0,99 e Sens de 0,67. Por último, os RB e RE realizados em conjunto com resultados normais (EB-) em mulheres com qualquer idade, demostraram uma frequência de CF (A+) de valor 0, um VPN de 1 e Sens de 1. Realizou-se também a comparação entre o número das AMN positivas e negativas para CF, para os grupos de idades (>35 e <39 anos / >39 anos) das grávidas que tiveram EB+, indicando os “odds” e “odds-ratio”, tendo como referência o grupo de controlo (<35 anos), e verificou-se que o “odds-ratio” é igual a 1,6 e 28,6, respetivamente para cada grupo. Conclusão: De acordo com os resultados dos RE e RB realizados em conjunto e com os critérios de avaliação para a análise bioquímica, o teste conjunto EB parece ser sensível e específico, capaz de dar orientação para a realização duma técnica de diagnóstico invasivo em todas as gravidezes sem antecedentes de aneuploidias, independentemente da idade materna. Em suma, as grávidas cujos RB e RE são completamente normais (EB-) e sem antecedentes de cromossomopatias não precisam de serem submetidas à posterior realização da AMN, para a confirmação do diagnóstico. |
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Técnicas não invasivas na deteção de cromossomopatias fetais no CHCB no período de 2008-2011CromossomopatiasCromossomopatias fetaisCromossomopatias fetais - Diagnóstico pré-natalCromossomopatias fetais - Técnicas não invasivasCromossomopatias fetais - Rastreio ecográficoCromossomopatias fetais - Rastreio bioquímicoCromossomopatias fetais - AmniocenteseIntrodução: O Diagnóstico Pré-natal (DPN) oferece um conjunto de técnicas capazes de detetar anomalias congénitas fetais, com uma taxa de deteção superior a 90% e uma Taxa de Falsos Positivos de 5% para os defeitos congénitos. Entre as técnicas de DPN, os rastreios bioquímicos (RB) e ecográficos (RE) são os métodos de deteção não invasivos mais utilizados, sendo muito significativos (quando revelam risco elevado) para a identificação da população de grávidas (grupo de alto risco) a quem se deve aplicar as técnicas de estudo invasivo de DPN, por terem uma maior precisão diagnóstica, tais como: a amniocentese (AMN), a biopsia das vilosidades coriais e a cordocentese. Os protocolos atuais para as mulheres grávidas consideradas em situação de alto risco (de acordo com os critérios standard: idade materna superior a 35 anos e/ou história familiar de doenças genéticas) não permitem a deteção de 80% dos casos de recém nascidos com trissomia 21 e 95% com defeitos no tubo neural em grávidas com menos de 35 anos e sem história de doenças genéticas, a quem a AMN não foi aplicada. Foram estas razões que serviram de base para a realização da presente investigação, a qual foi sustentada com dados do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). Objetivos: Avaliar o valor das técnicas não invasivas (RB e RE) na deteção de cromossomopatias fetais (CF), assim como determinar a população de risco que deve ser submetida à confirmação diagnóstica por amniocentese no CHCB. Métodos: Estudo transversal retrospetivo e documental, tendo por base o registo de 300 mulheres grávidas sem história familiar de doenças genéticas cuja gravidez foi seguida no CHCB. A informação foi recolhida a partir dos processos clínicos das consultas de DPN do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHCB realizadas desde 2008 até 2011. A amostra foi dividida para estudo de acordo com as diferentes indicações para a realização da amniocentese, cuja dimensão foi escolhida à priori por método de amostragem acidental. Para cada paciente registaram-se os dados dos RB, RE e da AMN para estabelecer as correspondentes correlações. A base de dados e os cálculos foram elaborados no programa Excel 2007. Considerando a AMN como Goldstandard foram realizados testes de diagnóstico para os RB e RE e para os dois em conjunto (EB), construindo tabelas de contingência para cada grupo etário. Para cada teste (E, B e EB) calcularam-se: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, para cada grupo etário. Além disso, foi realizada uma análise de risco a partir do cálculo das “possibilidades” (odds) e das “possibilidades relativas” (odds-ratios). Resultados: Nas 46 grávidas com idade inferior a 35 anos, com RE anormal (E+), bioquímico com alto risco (B+) ou ambos anormais (EB+) e sem antecedentes de doença genética, verificaram-se 3 AMN positivas. Neste grupo etário nos RB com baixo risco (B-) e ecográficos normais (E-) verificou-se uma baixa incidência de CF, com valor de 1 e Sens de 0,67 para ambos, VPN de 0,98 e 0,99 respetivamente. Dos 218 casos de AMN realizadas a mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, existem 3 aneuploidias com 13 rastreios E e/ou B anormais. Neste grupo etário a incidência de CF é de 1,38%. No grupo com idade igual ou superior a 35 anos, com RB de baixo risco (B-) não foi identificada nenhuma CF (A+), VPN de 1 e Sens de 1. De outro modo com RE normal (E-) foi baixa a incidência de CF, com valor de 1, VPN de 0,99 e Sens de 0,67. Por último, os RB e RE realizados em conjunto com resultados normais (EB-) em mulheres com qualquer idade, demostraram uma frequência de CF (A+) de valor 0, um VPN de 1 e Sens de 1. Realizou-se também a comparação entre o número das AMN positivas e negativas para CF, para os grupos de idades (>35 e <39 anos / >39 anos) das grávidas que tiveram EB+, indicando os “odds” e “odds-ratio”, tendo como referência o grupo de controlo (<35 anos), e verificou-se que o “odds-ratio” é igual a 1,6 e 28,6, respetivamente para cada grupo. Conclusão: De acordo com os resultados dos RE e RB realizados em conjunto e com os critérios de avaliação para a análise bioquímica, o teste conjunto EB parece ser sensível e específico, capaz de dar orientação para a realização duma técnica de diagnóstico invasivo em todas as gravidezes sem antecedentes de aneuploidias, independentemente da idade materna. Em suma, as grávidas cujos RB e RE são completamente normais (EB-) e sem antecedentes de cromossomopatias não precisam de serem submetidas à posterior realização da AMN, para a confirmação do diagnóstico.Introduction: The prenatal diagnostic (PND) offers an array of tests which are able to detect congenic fetal anomalies with a rate of higher than 90% and all congenic defects with a falsepositive rate of 5%. The biochemical and ultrasound screening tests are the most non-invasive detection methods used among the PND tests. These tests are very important for the PND (especially when they reveal “positive” results or elevated risk of congenic fetal anomalies) to identify the population of pregnant women (high risk group) who generally have to undergo invasive PND tests with higher diagnostic accuracy such as the amniocentesis, the chorionic villus sampling and the cordocentesis. The current protocols for pregnant women considered as high risk group (based on the standard criteria such as maternal age of higher than 35 years old and/or family history of genetic diseases) do not allow the detection of 80% of trisomy 21 cases and 95% of neural tube defect cases of newborns from mothers who are younger than 35 years old without family history of genetic diseases and who did not undergo amniocentesis. This is the main motivation for the present research study which is based on the analysis of clinical data obtained from the Hospital Cova da Beira (CHCB). Objectives: Evaluate the value of non-invasive screening tests (biochemical and ultrasound tests) detecting fetal chromosomopathy as well as select the population of high risk women who have to undergo a confirmatory invasive test of PND such as the amniocentesis. Methods: Transversal, retrospective and documented study based on the clinical data of 300 pregnant women without family history of genetic diseases who were observed during their pregnancies at the CHCB. The clinical data were collected from medical records of PND consultations of Gynecology and Obstetrics Department of CHCB between 2008 and 2011. The sample, the size of which was previously determined by convenience sampling, was divided according to different indications for amniocentesis. For each patient, the clinical results for the biochemical (B), ultrasound (E) and amniocentesis tests were registered to establish the respective correlation studies. The database was created and calculations were made executed with the software MS Excel 2007. The amniocentesis was considered as gold standard and biochemical test (B), ultrasound (E) or both tests (EB) were used to make contingency tables for each age group. For each test (E, B and EB) the following calculations were conducted: sensitivity, specificity, positive predictive value (PPV) and negative predictive value (NPV). In addition, a risk analysis was performed based on the odds and odd-ratios. Results: Of 46 pregnant women younger than 35 years old with risk factor E+, B+, or both EB+ and without family history of genetic diseases, 3 had positive results in the amniocentesis test. In this age group, the biochemical test with low risk (B-) and normal ultrasound (E-) revealed low incidence of chromosomopathy, with a value of 1 and sensitivity of 0,67 for both. NPV values were 0,98 and 0,99 respectively. Of 218 cases of amniocentesis performed in 35 years old or older women, 3 were positive for aneuploidies and 13 were positive in the ultrasound (E+) and /or biochemical (B+) screening tests. For this group the incidence of chromosomopathy was 1.38%. No fetal chromosomopathy (A+) was detected in the group of women with the age of 35 years or older and low risk biochemical test (B-). NPV equal to 1 and sensitivity value equal to 1. On the other hand, normal ultrasound tests (E-) showed low incidence of chromosomopathy and NPV values equal 1, NPV equal 0,99 and sensitivity value equal 0,67. The frequency of fetal chromosomopathy (A+) was equal 0 in all negative cases for the biochemical and ultrasound tests in all the age groups, with NPV=1 and sensitivity=1. The results were also compared with the number of amniocentesis (positive and negative for chromosomopathy) for the age groups (>35 and <39 / >39 years old) of women that were EB+. The “odds” and “odds-ratios” were measured for each age group and were compared with the control group which consisted of pregnant women younger than 35 years old. The odd-ratios were equal to 1,6 and 28,6 for each group respectively. Conclusions: The results of the biochemical and ultrasound screenings performed as a whole, along with the criteria of evaluation for biochemical analysis indicate that non-invasive tests (biochemical and ultrasound) are sensible and specific methods useful to direct the execution of invasive tests in all the cases of pregnant women without family history of aneuploidies regardless the maternal age. In conclusion, pregnant women negative for biochemical and ultrasound screenings and without family history of genetic diseases do not need to undergo amniocentesis for PND’s confirmation.Universidade da Beira InteriorRodrigues, Nélia Lamberta PereiraMeyer, Fernanda Taliberti PeretouBibliorumPeñafuerte Diaz, Anay2013-05-16T15:29:44Z2012-052012-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1181porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:42Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1181Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:05.286696Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: O Diagnóstico Pré-natal (DPN) oferece um conjunto de técnicas capazes de detetar anomalias congénitas fetais, com uma taxa de deteção superior a 90% e uma Taxa de Falsos Positivos de 5% para os defeitos congénitos. Entre as técnicas de DPN, os rastreios bioquímicos (RB) e ecográficos (RE) são os métodos de deteção não invasivos mais utilizados, sendo muito significativos (quando revelam risco elevado) para a identificação da população de grávidas (grupo de alto risco) a quem se deve aplicar as técnicas de estudo invasivo de DPN, por terem uma maior precisão diagnóstica, tais como: a amniocentese (AMN), a biopsia das vilosidades coriais e a cordocentese. Os protocolos atuais para as mulheres grávidas consideradas em situação de alto risco (de acordo com os critérios standard: idade materna superior a 35 anos e/ou história familiar de doenças genéticas) não permitem a deteção de 80% dos casos de recém nascidos com trissomia 21 e 95% com defeitos no tubo neural em grávidas com menos de 35 anos e sem história de doenças genéticas, a quem a AMN não foi aplicada. Foram estas razões que serviram de base para a realização da presente investigação, a qual foi sustentada com dados do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). Objetivos: Avaliar o valor das técnicas não invasivas (RB e RE) na deteção de cromossomopatias fetais (CF), assim como determinar a população de risco que deve ser submetida à confirmação diagnóstica por amniocentese no CHCB. Métodos: Estudo transversal retrospetivo e documental, tendo por base o registo de 300 mulheres grávidas sem história familiar de doenças genéticas cuja gravidez foi seguida no CHCB. A informação foi recolhida a partir dos processos clínicos das consultas de DPN do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHCB realizadas desde 2008 até 2011. A amostra foi dividida para estudo de acordo com as diferentes indicações para a realização da amniocentese, cuja dimensão foi escolhida à priori por método de amostragem acidental. Para cada paciente registaram-se os dados dos RB, RE e da AMN para estabelecer as correspondentes correlações. A base de dados e os cálculos foram elaborados no programa Excel 2007. Considerando a AMN como Goldstandard foram realizados testes de diagnóstico para os RB e RE e para os dois em conjunto (EB), construindo tabelas de contingência para cada grupo etário. Para cada teste (E, B e EB) calcularam-se: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, para cada grupo etário. Além disso, foi realizada uma análise de risco a partir do cálculo das “possibilidades” (odds) e das “possibilidades relativas” (odds-ratios). Resultados: Nas 46 grávidas com idade inferior a 35 anos, com RE anormal (E+), bioquímico com alto risco (B+) ou ambos anormais (EB+) e sem antecedentes de doença genética, verificaram-se 3 AMN positivas. Neste grupo etário nos RB com baixo risco (B-) e ecográficos normais (E-) verificou-se uma baixa incidência de CF, com valor de 1 e Sens de 0,67 para ambos, VPN de 0,98 e 0,99 respetivamente. Dos 218 casos de AMN realizadas a mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, existem 3 aneuploidias com 13 rastreios E e/ou B anormais. Neste grupo etário a incidência de CF é de 1,38%. No grupo com idade igual ou superior a 35 anos, com RB de baixo risco (B-) não foi identificada nenhuma CF (A+), VPN de 1 e Sens de 1. De outro modo com RE normal (E-) foi baixa a incidência de CF, com valor de 1, VPN de 0,99 e Sens de 0,67. Por último, os RB e RE realizados em conjunto com resultados normais (EB-) em mulheres com qualquer idade, demostraram uma frequência de CF (A+) de valor 0, um VPN de 1 e Sens de 1. Realizou-se também a comparação entre o número das AMN positivas e negativas para CF, para os grupos de idades (>35 e <39 anos / >39 anos) das grávidas que tiveram EB+, indicando os “odds” e “odds-ratio”, tendo como referência o grupo de controlo (<35 anos), e verificou-se que o “odds-ratio” é igual a 1,6 e 28,6, respetivamente para cada grupo. Conclusão: De acordo com os resultados dos RE e RB realizados em conjunto e com os critérios de avaliação para a análise bioquímica, o teste conjunto EB parece ser sensível e específico, capaz de dar orientação para a realização duma técnica de diagnóstico invasivo em todas as gravidezes sem antecedentes de aneuploidias, independentemente da idade materna. Em suma, as grávidas cujos RB e RE são completamente normais (EB-) e sem antecedentes de cromossomopatias não precisam de serem submetidas à posterior realização da AMN, para a confirmação do diagnóstico. |
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