Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Bruno Sena
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/32798
https://doi.org/10.4000/rccs.5904
Resumo: O silenciamento da Guerra Colonial portuguesa/ Guerras de Libertação (1961-1974) constitui um dos elementos mais estruturantes da reconstrução democrática e pós-imperial da sociedade portuguesa. Partindo de uma extensa recolha de histórias de vida de “deficientes das Forças Armadas”, o presente texto procura analisar as lutas pelo sentido trazidas pelas suas narrativas. Por um lado, procuramos perceber os termos de um confronto entre uma memória da violência, corporalmente inscrita, e a denegação da violência colonial no senso comum do Portugal democrático. Por outro, procuramos compreender de que modo a noção de uma guerra evitável e injusta, crescentemente sedimentada após o seu ocaso, cria um paradoxo para aqueles que, tendo sido parte de uma força agressora, se configuram como vítimas.
id RCAP_5a48283d6a8127a6912214afec50084e
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/32798
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissalColonialismoDeficientes das Forças ArmadasGuerra ColonialMemóriaViolênciaO silenciamento da Guerra Colonial portuguesa/ Guerras de Libertação (1961-1974) constitui um dos elementos mais estruturantes da reconstrução democrática e pós-imperial da sociedade portuguesa. Partindo de uma extensa recolha de histórias de vida de “deficientes das Forças Armadas”, o presente texto procura analisar as lutas pelo sentido trazidas pelas suas narrativas. Por um lado, procuramos perceber os termos de um confronto entre uma memória da violência, corporalmente inscrita, e a denegação da violência colonial no senso comum do Portugal democrático. Por outro, procuramos compreender de que modo a noção de uma guerra evitável e injusta, crescentemente sedimentada após o seu ocaso, cria um paradoxo para aqueles que, tendo sido parte de uma força agressora, se configuram como vítimas.The silencing of the Portuguese Colonial War/Wars of Liberation (1961-1974) is one of the cornerstones of the post-imperial, democratic reconstruction of Portuguese society. Based on an extensive collection of life stories from disabled war veterans, this article analyses the struggles for meaning that these narratives convey. It seeks to understand, on the one hand, the terms of the confrontation between a memory of violence that is bodily inscribed and the denial of colonial violence in the common sense of democratic Portugal; and on the other, how the notion of an unjust and avoidable war, which became increasingly ingrained after it was over, creates a paradox for those who, having been part of the aggressor force, are represented as victims.Le fait de passer sous silence la Guerre Coloniale portugaise/Guerres de Libération (1961-1974) constitue l’un des éléments les plus structurants de la reconstruction démocratique et post-impériale de la société portugaise. Partant d’un vaste recueil d’histoires de vie de “deficientes das Forças Armadas” (invalides de guerre), ce texte cherche à analyser les luttes de par le sens contenu dans leurs narratives. D’une part, nous tentons de comprendre les termes d’une confrontation entre une mémoire de violence, corporellement inscrite, et le déni de la violence coloniale dans le sens commun du Portugal démocratique. D’autre part, nous essayons de comprendre comment la notion d’une guerre évitable et injuste, sédimentée de façon croissante après la fin des conflits, crée un paradoxe pour ceux qui, ayant fait partie d’une force d’agression, se conçoivent comme des victimes.Centro de Estudos Sociais2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/32798http://hdl.handle.net/10316/32798https://doi.org/10.4000/rccs.5904por0254-11062182-7435http://rccs.revues.org/5904Martins, Bruno Senainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2020-05-25T06:48:38Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/32798Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:50:50.884855Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
title Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
spellingShingle Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
Martins, Bruno Sena
Colonialismo
Deficientes das Forças Armadas
Guerra Colonial
Memória
Violência
title_short Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
title_full Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
title_fullStr Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
title_full_unstemmed Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
title_sort Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal
author Martins, Bruno Sena
author_facet Martins, Bruno Sena
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Bruno Sena
dc.subject.por.fl_str_mv Colonialismo
Deficientes das Forças Armadas
Guerra Colonial
Memória
Violência
topic Colonialismo
Deficientes das Forças Armadas
Guerra Colonial
Memória
Violência
description O silenciamento da Guerra Colonial portuguesa/ Guerras de Libertação (1961-1974) constitui um dos elementos mais estruturantes da reconstrução democrática e pós-imperial da sociedade portuguesa. Partindo de uma extensa recolha de histórias de vida de “deficientes das Forças Armadas”, o presente texto procura analisar as lutas pelo sentido trazidas pelas suas narrativas. Por um lado, procuramos perceber os termos de um confronto entre uma memória da violência, corporalmente inscrita, e a denegação da violência colonial no senso comum do Portugal democrático. Por outro, procuramos compreender de que modo a noção de uma guerra evitável e injusta, crescentemente sedimentada após o seu ocaso, cria um paradoxo para aqueles que, tendo sido parte de uma força agressora, se configuram como vítimas.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/32798
http://hdl.handle.net/10316/32798
https://doi.org/10.4000/rccs.5904
url http://hdl.handle.net/10316/32798
https://doi.org/10.4000/rccs.5904
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 0254-1106
2182-7435
http://rccs.revues.org/5904
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos Sociais
publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos Sociais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133788982214656