A importância da imunomodulação parasitária- Justifica-se uma nova abordagem aos protocolos de desparasitação?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Catarina Azevedo Moia Lopes dos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10200
Resumo: A recomendação de desparasitar regularmente os animais de companhia, face a parasitas internos, tem feito parte dos protocolos de trabalho dos médicos veterinários, constituindo assim um paradigma do qual, desde há muito a medicina humana se tem vindo a afastar. A possibilidade dos agentes parasitários adquirirem resistência aos medicamentos antiparasitários, comprometendo assim a eficácia destes e permitindo a sua sobrevivência, assim como a ligação das alterações do equilíbrio entre a população parasitária e o microbiota intestinal à génese de determinadas doenças inflamatórias, imunomediadas ou auto-imunes obriga-nos a reflectir sobre a necessidade destas desparasitações tão regulares em animais que vivem em ambientes controlados. O principal objetivo deste trabalho foi o de quantificar os níveis de um marcador fecal da inflamação intestinal, a Calprotectina, em animais saudáveis e animais com manifestação de diarreia, corretamente e incorretamente desparasitados e assim perceber a influência dos parasitas no nível de inflamação intestinal dos mesmos. Neste trabalho foram utilizados 30 cães que se apresentaram para primeira consulta ou após referência no Hospital Veterinário da Trofa e no CROA de Vila Real. A todos os animais foi realizadoum exame fecal de três amostras para pesquisa de parasitas e um teste ELISA para quantificar os níveis de calprotectina fecal. No exame coprológico, 15,2% dos 33 animais que integraram o estudo encontravamse parasitados sendo que 36,2% desses animais parasitados não fez um protocolo de desparasitação correto. Os valores de calprotectina fecal média entre os grupos foram de 1,507 ng/ml no grupo de controlo, 1,455 ng/ml no grupo de animais bem desparasitados com diarreia e de 1,391 ng/ml no grupo de animais incorretamente desparasitados também com diarreia. Mesmo com todas as limitações que este trabalho apresentou, os resultados obtidos, não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os vários grupos em estudo (p>0,05) e indicam que na amostra estudada a presença de parasitas não suscita resposta inflamatória detetável pelo biomarcador calprotectina fecal. Este trabalho advoga a necessidade da continuação da investigação neste tema, nomeadamente com vista uma nova abordagem aos protocolos de desparasitação e de modo a que se possam encontar as diretrizesideais, que sejam seguidas por todos os clínicos, de maneira a garantir a imunomodulação do sistema imunitário e ao mesmo tempo evitar a instalação de doença gastrointestinal ou outra provocada por esses parasitas.
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O principal objetivo deste trabalho foi o de quantificar os níveis de um marcador fecal da inflamação intestinal, a Calprotectina, em animais saudáveis e animais com manifestação de diarreia, corretamente e incorretamente desparasitados e assim perceber a influência dos parasitas no nível de inflamação intestinal dos mesmos. Neste trabalho foram utilizados 30 cães que se apresentaram para primeira consulta ou após referência no Hospital Veterinário da Trofa e no CROA de Vila Real. A todos os animais foi realizadoum exame fecal de três amostras para pesquisa de parasitas e um teste ELISA para quantificar os níveis de calprotectina fecal. No exame coprológico, 15,2% dos 33 animais que integraram o estudo encontravamse parasitados sendo que 36,2% desses animais parasitados não fez um protocolo de desparasitação correto. Os valores de calprotectina fecal média entre os grupos foram de 1,507 ng/ml no grupo de controlo, 1,455 ng/ml no grupo de animais bem desparasitados com diarreia e de 1,391 ng/ml no grupo de animais incorretamente desparasitados também com diarreia. Mesmo com todas as limitações que este trabalho apresentou, os resultados obtidos, não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os vários grupos em estudo (p>0,05) e indicam que na amostra estudada a presença de parasitas não suscita resposta inflamatória detetável pelo biomarcador calprotectina fecal. Este trabalho advoga a necessidade da continuação da investigação neste tema, nomeadamente com vista uma nova abordagem aos protocolos de desparasitação e de modo a que se possam encontar as diretrizesideais, que sejam seguidas por todos os clínicos, de maneira a garantir a imunomodulação do sistema imunitário e ao mesmo tempo evitar a instalação de doença gastrointestinal ou outra provocada por esses parasitas.The recommendation to regularly deworm domestic pets, regarding internal parasites, has been part of veterinarians working protocols, thus constituting a paradigm from which human medicine has long since departed. The possibility of parasitic agents acquiring resistance to antiparasitic drugs, compromising their efficiency and allowing their survival, as well as the connection of changes in microbiota balance to the genesis of certain immune-mediated, inflammatory or autoimmune diseases, require us to reflect on the need for such regular deworming in animals living in controlled environments. The main objective of this work was to quantify the levels of a fecal marker in intestinal inflammation, Calprotectin, in healthy and diarrhea-manifested animals, correctly and incorrectly parasitized, and thus to understand the influence of parasites on their intestinal inflammation level. In this study were used 30 dogs who were at their first consultation or after reference at Trofa veterinary hospital and Vila Real kennel. All animals included in the study were submitted to an examination of 3 fecal samples for parasite research and an ELISA test to quantify fecal calprotectin levels. In the coprological examination, of the 33 animals 15.2% were parasitized and 36.2% of these parasitized animals did not have a correct deworming protocol. Mean faecal calprotectin values between the groups were 1.507 ng / ml in the control group, 1.455 ng / ml in the well-dewormed animal group and 1.391 ng / ml in the incorrectly dewormed animal group also with diarrhea. Despite all the limitations that this study presented, the results were not statistically significant because p>0.05 and indicate that in the sample studied the presence of parasites does not elicit a detectable inflammatory response by the fecal calprotectin biomarker. It is also important that further research and studies be conducted on this subject to find optimal guidelines for all clinicians to follow so that the immune system is able to shape itself correctly while preventing gastrointestinal disease caused by parasites.2020-10-21T15:01:50Z2020-01-31T00:00:00Z2020-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/10200porSantos, Catarina Azevedo Moia Lopes dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:52:09Zoai:repositorio.utad.pt:10348/10200Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:23.822911Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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