Nicho temporal de mesocarnívoros numa área de montado de sobro: efeito do habitat e do ciclo lunar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Ana Luísa Guerreiro Baguinho de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/27365
Resumo: Tese de mestrado, Biologia da Conservação, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016
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spelling Nicho temporal de mesocarnívoros numa área de montado de sobro: efeito do habitat e do ciclo lunarSegregaçãoDimensão temporalCarnívorosArmadilhagem fotográficaConflitoTeses de mestrado - 2016Departamento de Biologia AnimalTese de mestrado, Biologia da Conservação, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016A complexidade dos ecossistemas terrestes é elevada e as espécies animais que os integram interagem entre si influenciando a forma como cada uma explora e usa o respetivo nicho ecológico. Contudo, este nicho é multidimensional e os recursos são limitados, e, por isso, são estabelecidas relações de cariz positivo (p. ex. comensalismo) ou negativo (p. ex. competição e predação). Devido a isso, os indíviduos enfrentam desafios à sua sobrevivência que moldam o respetivo comportamento. A partilha de recursos gera uma segregação entre os indíviduos de forma a evitar confrontos, e uma das dimensões onde segregação pode ocorrer é a temporal, sendo um mecanismo de coexistência que depende da plasticidade ecológica e fisiológica de cada espécie. Estas relações são muito comuns no grupo dos mamíferos carnívoros, espécies-chave na regulação e manutenção das comunidades biológicas, desempenhando papéis funcionais cruciais na estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Porém, o crescimento das populações humanas e a sua intervenção nos habitats, com consequente alteração/degradação, criaram um conflito crescente entre o Homem e as comunidades de carnívoros. Este conflito tem consequências negativas para as referidas comunidades e consequentemente para todo o ecossistema. Como tal, e num contexto de reconciliação entre as atividades humanas e os princípios da conservação, é crucial avaliar as adaptações comportamentais que estas espécies desenvolveram para sobreviver em ambientes e comunidades alteradas pelo Homem. Tendo em conta esta realidade, com recurso a armadilhagem fotográfica, investigámos as relações temporais existentes na comunidade de mesocarnívoros na serra de Grândola, uma região de montado no sul de Portugal, e avaliámos a influência do habitat e das fases da lua no padrão de atividade de cada espécie. Os resultados sugerem que existem ajustes comportamentais, comprovados por uma segregação no eixo temporal, que promovem a coexistência destas espécies. A segregação ao longo do ciclo circadiano foi detetada entre o sacarrabos, a única espécie estritamente diurna, e as restantes espécies, noturnas (geneta, fuinha e texugo) e noturnas facultativas (raposa). Estas espécies noturnas demonstraram também um grau de segregação moderado dentro do respetivo período do dia indicando que provavelmente é um mecanismo que permite a coexistência. Contudo, a segregação temporal obtida na comunidade é muito influenciada pela atividade diurna do sacarrabos. Apesar de os resultados não serem conclusivos, a estutura do habitat parece influênciar a atividade destas espécies, sugerindo que este pode ser um fator condicionante da mesma. Também a fase lunar parece influenciar a atividade destas espécies, sendo esta influencia mais marcada para a geneta e raposa, em contraste com a fuinha que é a espécie que apresenta uma menor diferença na sua atividade entre períodos do ciclo lunar. Estes resultados carecem, contudo, de um maior esforço amostral para confirmação. Este estudo contribui para um melhor conhecimento da dinâmica e estratégias destas espécies de mesocarnívoros, crucial para a previsão de possíveis resultados provenientes de ações de conservação e gestão.Ecosystem's complexity and the way species inhabiting them interact affect how each species explore its ecological niche. Nevertheless, this niche is multidimensional and the resources are scarce, leading to the establishment of positive (e.g., comensalism) and negative (e.g., competition and predation) interspecific relations. Thus, individuals face challenges to survival that shape their behaviour. Sharing resources often creates individual segregation in order to avoid direct confrontations. One of the niche dimensions where this segregation takes place is in a temporal axis. Temporal mismatch is a mechanism of coexistence that depends on the ecological plasticity of each species. These relations are common in the mammalian carnivores guild. Carnivores are key species in the regulation and maintenance of biological communities, playing crucial functional roles in the structure and functioning of ecosystems. However, the growing of human populations and their actions upon habitat, with it consequent modification/degradation, established a growing conflict between Man and the communities of carnivores. This conflict has negative consequences for these communities and consequently for the entire ecosystem. For a successful reconciliation between human activities and the principles of conservation, it is crucial to evaluate the behavioural adaptations developed by these species to survive in environments and communities modified by man. Taking into account this reality, and using a camera trapping approach, we investigated the temporal relations existing in the community of mesocarnivores inhabiting serra de Grândola, a region dominated by cork oak woodlands (or montado) in southwestern Portugal. We also assessed the influence of habitat and moon phases in the activity pattern of each species. Results suggest specific temporal adjustments, proven by a segregation in the temporal axis, promotes species coexistence. The segregation in the temporal axis was detected between the Egyptian mongoose, the only strictly diurnal species, and the remaining mesocarnivores, predominantly nocturnal (Red fox) and nocturnal (European badger, Common genet and Stone marten) species. A degree of segregation in the same period of the day was found for the nocturnal species, indicading that this variation in the activity pattern is a mechanism of coexistence. However, the temporal segregation that was obtained for the community is strongly affected by the diurnal activity of the Egyptian mongoose. Although the results are not conclusive, the structure of the habitat seems to influence the activity of these species, suggesting that this may be a determinant factor. The moon phase seems to influence the activity of every species, the common genet and the fox are the species that present a major difference, yielding a major number of records in brighter nights. On the other hand, the Stone marten presents independent records regardless of the period. Yet, these results need to be confirmed using a bigger dataset. This study contributes for a better understanding of the dynamics and strategies of mesocarnivores inhabiting a typical Mediterranean agroforestry system, being important to predict possible outcomes arising from management and conservation actions.Reis, Margarida Santos, 1955-Rosalino, Luís Miguel do Carmo, 1971-Repositório da Universidade de LisboaAlmeida, Ana Luísa Guerreiro Baguinho de2017-04-03T09:54:55Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/27365TID:201623129porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:18:11Zoai:repositorio.ul.pt:10451/27365Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:43:47.737316Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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