Endoscopia digestiva alta solicitada de forma inapropriada: prevalência e achados clinicamente significativos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/98639 |
Resumo: | A endoscopia digestiva alta é um exame complementar de fundamental importância para o exercício da medicina, tanto para diagnóstico quanto para terapêutica de muitas doenças que acometem o trato digestivo superior. Com sua difusão, tornou-se um exame frequentemente solicitado, muitas vezes de forma inapropriada, sem levar em consideração os critérios para sua indicação. Apesar do uso excessivo, não é raro encontrar alterações clinicamente significativas em alguns destes exames, mudando o curso do tratamento e o prognóstico dos pacientes. O objetivo deste estudo é analisar a prevalência de endoscopia digestiva alta solicitada de forma inapropriada segundo os critérios da American Society for Gastrointestinal Endoscopy - ASGE, identificar suas possíveis alterações, associar com algumas variáveis sociodemográficas, comportamentais e clínicas, sugerir, se necessário, mudanças nos atuais critérios e campanhas educativas aos profissionais médicos solicitantes. Foram analisados 403 questionários de avaliações pré-endoscópicas e laudos de endoscopias digestivas altas de um serviço de endoscopia privado de uma cidade do interior da Bahia, Brasil, no período de março/2015 a março/2017. Alterações clinicamente significativas foram aquelas que podem ser responsáveis pelos sintomas dispépticos ou por mudança no manejo do paciente. Os pacientes da amostra tem idade de 13 a 89 anos (média de 45,4 anos), com a maior parte composta por indivíduos do sexo feminino, casados, não fumantes, que não consomem bebidas alcoólicas, sem comorbidades e que não usam anti-inflamatórios não esteroides. As principais indicações para a realização do exame foram doença do refluxo gastroesofágico (37,7%) e dispepsia (27%). A prevalência de exames solicitados de forma inapropriada foi de aproximadamente 40%, sendo mais frequentes, em análise multivariada, nos não fumantes, sem comorbidades, nos que nunca realizaram o exame ou naqueles que realizaram menos de 3 endoscopias durante a vida. Alterações endoscópicas clinicamente significativas foram relatadas em 36,5% dos casos, com o esôfago o órgão mais acometido e esofagite erosiva a alteração mais frequente (35,2%). O modelo de regressão múltipla para predição de alterações clinicamente significativas mostra que elas são mais prevalentes nos fumantes (razão de prevalência de 2,01) e nos que consomem bebidas alcoólicas (razão de prevalência de 1,53). Em conjunto, os achados deste estudo indicam que não se deve basear apenas nos critérios da ASGE para indicação de endoscopia digestiva alta, devendo ser observadas as particularidades individuais de cada paciente. Campanhas educativas à comunidade leiga e médico-científica, especialista ou não, contribuiriam para o uso racional deste procedimento. |
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Endoscopia digestiva alta solicitada de forma inapropriada: prevalência e achados clinicamente significativosSaúde tropicalDoenças tropicaisEndoscopia digestivaSistema digestivoDispepsiaFidelidade a diretrizesBahiaBrasilDomínio/Área Científica::Ciências MédicasA endoscopia digestiva alta é um exame complementar de fundamental importância para o exercício da medicina, tanto para diagnóstico quanto para terapêutica de muitas doenças que acometem o trato digestivo superior. Com sua difusão, tornou-se um exame frequentemente solicitado, muitas vezes de forma inapropriada, sem levar em consideração os critérios para sua indicação. Apesar do uso excessivo, não é raro encontrar alterações clinicamente significativas em alguns destes exames, mudando o curso do tratamento e o prognóstico dos pacientes. O objetivo deste estudo é analisar a prevalência de endoscopia digestiva alta solicitada de forma inapropriada segundo os critérios da American Society for Gastrointestinal Endoscopy - ASGE, identificar suas possíveis alterações, associar com algumas variáveis sociodemográficas, comportamentais e clínicas, sugerir, se necessário, mudanças nos atuais critérios e campanhas educativas aos profissionais médicos solicitantes. Foram analisados 403 questionários de avaliações pré-endoscópicas e laudos de endoscopias digestivas altas de um serviço de endoscopia privado de uma cidade do interior da Bahia, Brasil, no período de março/2015 a março/2017. Alterações clinicamente significativas foram aquelas que podem ser responsáveis pelos sintomas dispépticos ou por mudança no manejo do paciente. Os pacientes da amostra tem idade de 13 a 89 anos (média de 45,4 anos), com a maior parte composta por indivíduos do sexo feminino, casados, não fumantes, que não consomem bebidas alcoólicas, sem comorbidades e que não usam anti-inflamatórios não esteroides. As principais indicações para a realização do exame foram doença do refluxo gastroesofágico (37,7%) e dispepsia (27%). A prevalência de exames solicitados de forma inapropriada foi de aproximadamente 40%, sendo mais frequentes, em análise multivariada, nos não fumantes, sem comorbidades, nos que nunca realizaram o exame ou naqueles que realizaram menos de 3 endoscopias durante a vida. Alterações endoscópicas clinicamente significativas foram relatadas em 36,5% dos casos, com o esôfago o órgão mais acometido e esofagite erosiva a alteração mais frequente (35,2%). O modelo de regressão múltipla para predição de alterações clinicamente significativas mostra que elas são mais prevalentes nos fumantes (razão de prevalência de 2,01) e nos que consomem bebidas alcoólicas (razão de prevalência de 1,53). Em conjunto, os achados deste estudo indicam que não se deve basear apenas nos critérios da ASGE para indicação de endoscopia digestiva alta, devendo ser observadas as particularidades individuais de cada paciente. Campanhas educativas à comunidade leiga e médico-científica, especialista ou não, contribuiriam para o uso racional deste procedimento.Esophagogastroduodenoscopy (EGD) is a complementary exam of fundamental importance for the practice of medicine, both for diagnosis and treatment of many diseases that affect the upper gastrointestinal tract. With its diffusion, it became a frequently requested examination, often inappropriately, without considering the criteria for its indication. Despite overuse, it is not uncommon to find clinically significant changes in some of these tests, changing the course of treatment and the prognosis of patients. The aim of this study is to drescribe the frequence of inappropriate EGD according to the American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE) criteria, to identify its possible alterations, to associate with some sociodemographic, behavioral and clinical variables, to suggest, if necessary, changes in current criteria and educational campaigns for requesting medical professionals. A total of 403 pre-endoscopic evaluation questionnaires and EGD reports from a private endoscopy service in a city in the interior of Bahia, Brazil, from march/2015 to march/2017, were analyzed. Clinically significant changes were those that may be responsible for dyspeptic symptoms or for change in patient management. The patients in the sample were 13 to 89 years old (average 45.4 years old), most of them female, married, non-smokers, non-alcoholic drinkers, without comorbidities and not using anti-non-steroidal inflammatory The main indications for the exam were gastroesophageal reflux disease (37.7%) and dyspepsia (27%). The prevalence of inappropriate EGD was approximately 40%, being more frequent, in multivariate analysis, in non-smokers, without comorbidities, in those who never performed the exam or in those who had less than 3 endoscopies during their lifetime. Clinically significant endoscopic alterations were reported in 36.5% of the cases, with the esophagus the most affected organ and erosive esophagitis the most frequent alteration (35.2%). The multiple regression model for predicting clinically significant changes shows that they are more prevalent in smokers (prevalence ratio 2.01) and those who drink alcohol (prevalence ratio 1.53). Taken together, the findings of this study indicate that it should not be based solely on the ASGE criteria for indication of EGD, but should observe the individual particularities of each patient. Educational campaigns for the lay and medical-scientific community, specialist or not, would contribute to the rational use of this procedureInstituto de Higiene e Medicina TropicalTEODÓSIO, RosaSILVA, Reginaldo de SouzaRUNVIANA, Irineu dos Santos2020-06-01T10:07:14Z201920192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/98639TID:202482405porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:45:13Zoai:run.unl.pt:10362/98639Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:39:01.125505Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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