O luto e os cuidadores formais : as vivências dos profissionais de saúde numa unidade de cuidados paliativos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/51983 |
Resumo: | Tese de mestrado, Cuidados Paliativos, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina, 2020 |
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O luto e os cuidadores formais : as vivências dos profissionais de saúde numa unidade de cuidados paliativosLutoProfissionais de saúdeAtitudes perante a morteEnfermeirosAssistentes operacionaisCuidados paliativosTeses de mestrado - 2020Domínio/Área Científica::Ciências MédicasTese de mestrado, Cuidados Paliativos, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina, 2020Introdução: A morte, com a evolução sociocultural do último século e o aumento da longevidade dos indivíduos, tornou-se cada vez mais institucionalizada/hospitalizada e escondida da sociedade. Os Profissionais de Saúde (PDS) de Cuidados Paliativos (CP), não só estabelecem uma relação terapêutica estreita para responder às necessidades da díade doente-família, como também experienciam um número anual acrescido de mortes dos seus doentes. Como tal, estão expostos a vários fatores de stress físico, emocional, psicológico e socio-cultural que os faz desenvolver processos de luto adaptados à realidade e que lhes permite lidar com o seu próprio sofrimento. Objetivos: Avaliar as características do luto profissional dos PDS não médicos, enfermeiros e assistentes operacionais (AOP), identificando os factores que o influenciam. Perceber qual a profissão mais predisposta a desenvolver um luto complicado e quais as atitudes dos PDS perante a morte. Métodos: O presente estudo, trata-se de uma investigação do tipo quantitativo, exploratório, descritivo-correlacional, tendo sido estudada uma amostra de conveniência, numa instituição de internamento com uma unidade de CP. Foi usado um Questionário Sócio-Demográfico, profissional e pessoal construído para o estudo e três escalas validadas em português: Escala de Sobrecarga de Luto Profissional (ESLP), Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes acerca da Morte (EAPAM) e Escala de Coping com a Morte (ECM). Resultados: Em 173 questionários distribuídos, obteve-se uma taxa de resposta de 57,8%. A amostra final do estudo foi constituída por 83 PDS (42 enfermeiros e 41 AOP), 75,9% dos quais mulheres jovens, 49,4% com formação superior, 56,6% com formação prévia em CP/Luto e com média de experiência em CP de 4,8 anos. Com base nas respostas à ESLP, não se observa sobrecarga de luto profissional nos PDS estudados. Manifestam que esta é uma área emocionalmente exigente, mas que estão “bem resolvidos”. São os AOP que manifestam maior “esforço emocional ao cuidar” e maior “perda nostálgica”, embora não de forma significativa. Das variáveis estudadas, o estado civil, as habilitações académicas e a experiência em CP influenciam o luto profissional dos Enfermeiros e AOP. Já o género, a idade, o número de mortes experienciadas anualmente e o facto de trabalharem “há menos ou há mais de 1 ano” em contacto com a morte, mostraram não ter impacto. Estes PDS apresentam um perfil de aceitação para com a morte (EAPAM) com a maioria a concordar com a afirmação “a morte é um aspecto natural da vida” (6,51). A dimensão “aceitação como escape” foi a que apresentou média mais baixa (3,05), o que demonstra que uma baixa minoria entende a morte como a única saída para o fim do sofrimento. Com base na ECM os PDS estudados apresentam boa capacidade de coping, com a correlação mais elevada na dimensão “Coping com a própria Morte”, demonstram boa capacidade de compreensão, conhecimento e expressividade de emoções. A formação prévia na área do luto não apresentou impacto o luto profissional e/ou as atitudes perante a morte, não alterando o coping com a morte, tanto para os enfermeiros como os AOP. Já a experiência em CP influencia o luto profissional para ambas as profissões. Conclusões: Os enfermeiros e AOP que exercem funções na unidade de CP, do Hospital do Mar – Cuidados Especializados de Lisboa apresentam processos de luto saudáveis, não apresentando sobrecarga de luto profissional. Assumem que esta é uma área de cuidados emocionalmente exigente, por vezes capaz de fazer sentir falta de tempo para si próprio, mas no final o sentimento de “dever cumprindo”, apazigua- os. Apresentam um perfil neutro e de aceitação, entendendo a morte como um processo natural, procurando nas mortes dos seus doentes significado para a sua própria vida e morte. O reconhecimento da finitude humana é essencial ao saber de todos os PDS, pois a morte fará parte, mais cedo ou mais tarde do seu quotidiano.Introduction: Death, with the sociocultural evolution of the last century and the increase in the longevity of individuals, has become increasingly institutionalized/hospitalized and hidden from society. The Health Professionals (PDS) of Palliative Care (CP) not only establish a close therapeutic relationship to meet the needs of the patient-family dyad, but also experience an annual number of deaths of their patients. As such, they are exposed to various factors of physical, emotional, psychological and socio-cultural stress that makes them develop mourning processes adapted to reality and that allows them to deal with their own suffering. Objectives: To Evaluate the characteristics of professional mourning of non-medical PDS, nurses and operational Assistants (AOP), identifying the factors that influence it. To understand the profession most predisposed to develop a complicated mourning and what the attitudes of the PDS before death. Methods: The present study is a quantitative, exploratory, descriptive-correlational investigation, and a convenience sample was studied at a hospitalization institution with a CP unit. A Questionnaire Was used Socio-Demographic, professional and personal built for the study and three scales validated in Portuguese: Professional Mourning Overload Scale (ESLP), Scale of Evaluation of the Attitudes Profile on Death (EAPAM) and Coping with Death Scale (ECM). Results: In 173 questionnaires distributed, a response rate of 57.8% was obtained. The final sample of the study consisted of 83 PDS (42 nurses and 41 AOP), 75.9% of whom young women, 49.4% with higher education, 56.6% with previous training in CP/Mourning and with an average of experience in CP of 4.8 years. Based on the responses to ESLP, no overload of professional mourning was observed in the studied PDS. They Manifest that this is an emotionally demanding area, but they are "well resolved." These Are the AOP that manifest greater "emotional effort to care" and greater "nostalgic loss", although not significantly. Of the variables studied, marital status, academic qualifications and experience in CP influence the professional mourning of Nurses and AOP. Gender, age, the number of deaths experienced annually and the fact that they have been working "for less or more than 1 year" in contact with death have shown no impact. This PDS presents an acceptance profile for death (EAPAM) with the majority agreeing with the statement "death is a natural aspect of life" (6.51). The dimension "acceptance as Escape" was the one that presented the lowest average (3.05), which shows that a low minority understands death as the only way out for the end of suffering. Based on the ECM, the studied PDS have good coping skills, with the highest correlation in the dimension "Coping with Death itself", demonstrate good capacity for understanding, knowledge and expressiveness of emotions. Previous training in the area of mourning does not interfere with the professional mourning and/or attitudes towards death, not altering the coping with death, both for nurses and the AOP. The experience in CP influences professional mourning for both professions. Conclusions: Nurses and AOP who perform functions in the CP unit of the Hospital do Mar – Specialized Care in Lisbon have healthy grieving processes and do not present overload of professional mourning. They Assume that this is an area of emotionally demanding care, sometimes capable of making a lack of time for themselves, but ultimately the feeling of "fulfilling duty," appease them. They Present a neutral and acceptance profile, understanding death as a natural process, looking for the deaths of their patients meaning for their own life and death. The recognition of human finitude is essential to the knowledge of all PDS, because death will be part, sooner or later of his/hers daily life.Pina, Paulo Sérgio dos Reis SaraivaBárrios, HelenaRepositório da Universidade de LisboaCabral, Catarina Martins2022-03-25T15:56:54Z2020-01-282020-01-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/51983TID:202383598porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:57:01Zoai:repositorio.ul.pt:10451/51983Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:03:10.645043Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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