Rastreio de fungos oculares em cães e gatos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magalhães, Joana Valença
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8910
Resumo: Os fungos são um grupo de microrganismos negligenciado na abordagem a um paciente aparentemente saudável, já que são considerados apenas agentes oportunistas, mas tem vindo a observar-se não só um aumento dos casos diagnosticados como da sua gravidade, o que se traduz numa maior morbilidade e mortalidade. O conhecimento da microbiota micológica normal dos olhos de cães e gatos, pode contribuir para diagnósticos mais precisos e para melhorar o prognóstico dos problemas oculares mais frequentes. O presente estudo consistiu na identificação dos géneros de fungos isolados a partir de amostras obtidas por zaragatoa do saco conjuntival de cães e gatos com e sem patologia ocular. Observou-se crescimento fúngico em 78,0% (n=39) dos cães. Em cães, o género fúngico mais prevalente foi Penicillium spp. (n=21; 42,0%), seguido por Cladosporium spp. (n=10; 20,0%), Alternaria spp. (n=4; 8,0%) e Aspergillus spp. (n=2; 4,0%). A levedura identificada foi Rhodotorula mucilaginosa (n=7; 14,0%). A ocorrência foi significativamente mais elevada nos cães de raça indeterminada e as diferenças encontradas foram estatisticamente significativas. Observou-se crescimento fúngico em 65,6% (n= 21) dos gatos, nos quais o género de fungo filamentoso mais prevalente foi Penicillium spp. (n= 4; 12,5%). Os outros géneros de fungos filamentosos foram identificados em igual quantidade: Alternaria spp. (n=2; 6,3%), Aspergillus spp. (n=2; 6,3%) e Cladosporium spp. (n=2; 6,3%). A levedura identificada foi Rhodotorula mucilaginosa (n=6; 18,8%). Não foi possível estabelecer qualquer relação entre a presença dos fungos com os sinais oculares presentes em alguns animais. O presente estudo sugere que os fungos isolados podem ser considerados parte da microbiota normal dos olhos de animais de companhia e que a sua presença poderá não estar implicada como causa de patologia na ausência de outros sinais que o sugiram. No entanto, estes resultados carecem de confirmação com estudos epidemiológicos apropriados.
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