Caracterização de práticas alimentares e de maneio de cavalos em centros hípicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Ana Isabel Miranda
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11707
Resumo: O cavalo é um animal social que, em liberdade, vive em manada e passa cerca de 50 a 70% do seu tempo a ingerir alimento forrageiro. Contudo, após a domesticação, os cavalos foram retirados dos seus ambientes naturais e mantidos sob condições mais convenientes ao ser humano. Desta forma, o comportamento natural destes animais, social e alimentar, alterou-se drasticamente, uma vez que a maioria é mantida em boxes individuais durante grande parte do tempo, com acesso limitado ou inexistente ao pasto. Devido a esta utilização mais restritiva dos equinos em centros hípicos, as suas necessidades energéticas são satisfeitas através do fornecimento de alimento concentrado várias vezes ao dia, porém a componente fulcral da dieta, a forragem, é muitas vezes negligenciada. Uma dieta equilibrada e apropriada é crucial para manter o bem-estar e um bom estado de saúde de qualquer cavalo. Assim, o maneio e a alimentação desequilibrados podem refletir-se em alterações no comportamento normal e estado de saúde dos equinos. Um dos indicadores associados ao bem-estar dos equinos a ter em conta aquando da formulação e ajuste das dietas é a condição corporal dos animais. Uma boa relação entre a alimentação, a prática de atividade física adequada e as características próprias de cada indivíduo é imprescindível para se refletir numa condição corporal adequada. Neste trabalho foi realizada uma caracterização e posterior avaliação das condições de maneio de 8 centros hípicos na região do Porto (designados de A a H) através da análise da condição corporal e comportamento dos cavalos, práticas alimentares adotadas, bem como princípios de higienização e utilização de equipamentos. O trabalho foi realizado durante um período de quatro meses tendo sido incluídos um total de 86 equinos. Os dados obtidos através do questionário realizado aos proprietários mostraram que, à exceção do centro hípico H, que realizava uma limpeza única e mudança do material das camas apenas quando necessário, todos os outros centros hípicos realizavam, uma média, 2 a 3 limpezas diárias. Adicionalmente, no centro hípico A as camas deveriam ter uma altura superior de forma a reduzir o risco de lesões nos membros dos cavalos e consequentemente melhorar o seu bem-estar. Relativamente à alimentação, verificou-se que, regra geral, o fornecimento de alimento fibroso era limitado levando a longos períodos de jejum, principalmente durante a noite. Assim, o fornecimento de feno deveria ser aumentado uma vez que o sistema digestivo dos animais foi desenvolvido e adaptado para ingestão contínua de alimento e períodos de jejum curtos. Portanto, a alimentação deve ser trabalhada individualmente tendo em consideração a idade, exercício praticado, qualidade do alimento, capacidade digestiva, peso e condição corporal dos animais. Em conclusão, existem diversas melhorias a ser realizadas por parte dos centros hípicos em termos de condições de limpeza e práticas alimentares, tendo em conta o cavalo como ser individual, fazendo uma boa gestão da sua condição física de forma a aumentar a sua longevidade sem comprometer o seu bem-estar. De modo a resumir e simplificar a informação básica, muitas vezes negligenciada, foi desenvolvida uma listagem de boas práticas, em termos de higiene, alimentação, contacto social e avaliação física e corporal.
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Assim, o maneio e a alimentação desequilibrados podem refletir-se em alterações no comportamento normal e estado de saúde dos equinos. Um dos indicadores associados ao bem-estar dos equinos a ter em conta aquando da formulação e ajuste das dietas é a condição corporal dos animais. Uma boa relação entre a alimentação, a prática de atividade física adequada e as características próprias de cada indivíduo é imprescindível para se refletir numa condição corporal adequada. Neste trabalho foi realizada uma caracterização e posterior avaliação das condições de maneio de 8 centros hípicos na região do Porto (designados de A a H) através da análise da condição corporal e comportamento dos cavalos, práticas alimentares adotadas, bem como princípios de higienização e utilização de equipamentos. O trabalho foi realizado durante um período de quatro meses tendo sido incluídos um total de 86 equinos. Os dados obtidos através do questionário realizado aos proprietários mostraram que, à exceção do centro hípico H, que realizava uma limpeza única e mudança do material das camas apenas quando necessário, todos os outros centros hípicos realizavam, uma média, 2 a 3 limpezas diárias. Adicionalmente, no centro hípico A as camas deveriam ter uma altura superior de forma a reduzir o risco de lesões nos membros dos cavalos e consequentemente melhorar o seu bem-estar. Relativamente à alimentação, verificou-se que, regra geral, o fornecimento de alimento fibroso era limitado levando a longos períodos de jejum, principalmente durante a noite. Assim, o fornecimento de feno deveria ser aumentado uma vez que o sistema digestivo dos animais foi desenvolvido e adaptado para ingestão contínua de alimento e períodos de jejum curtos. Portanto, a alimentação deve ser trabalhada individualmente tendo em consideração a idade, exercício praticado, qualidade do alimento, capacidade digestiva, peso e condição corporal dos animais. Em conclusão, existem diversas melhorias a ser realizadas por parte dos centros hípicos em termos de condições de limpeza e práticas alimentares, tendo em conta o cavalo como ser individual, fazendo uma boa gestão da sua condição física de forma a aumentar a sua longevidade sem comprometer o seu bem-estar. De modo a resumir e simplificar a informação básica, muitas vezes negligenciada, foi desenvolvida uma listagem de boas práticas, em termos de higiene, alimentação, contacto social e avaliação física e corporal.The horse is a social animal that, in freedom, lives in a herd and spends about 50 to 70% of its time grazing. However, after domestication, horses were removed from their natural environment and kept under conditions more convenient for humans. In this way, the natural social and feeding behavior of these animals has changed drastically, since most of them are kept in individual boxes for large periods of time with limited or no access to pasture. Due to this more restrictive use of horses in equestrian centers, their energy needs are met by providing concentrated feed several times a day, but the main component of the diet, forage, is often neglected. A balanced and appropriate diet is crucial to maintaining the well-being and good health of any horse. Thus, unbalanced management and feeding can be reflected in changes in the normal behavior and health status of horses. One of the indicators associated with the welfare of horses to be considered when formulating and adjusting diets is the body condition of the animals. A good relationship between feeding, the practice of adequate physical activity and the characteristics of each individual is essential to be reflected on an adequate body condition. In this work, a characterization and subsequent evaluation of the handling conditions of 8 equestrian centers in the Porto region (designated by A to H) was carried out through the analysis of horses’ body condition, behavior, eating practices, as well as principles of hygiene and use of equipment. The work was carried out over a period of four months and a total of 86 horses were included. The results obtained through the questionnaire carried out to the owners showed that, except for the equestrian center H, which performed a single cleaning and changed the material of the beds only when necessary, all the others performed an average of 2 to 3 daily cleanings . Additionally, in equestrian center A the beds should be higher to reduce the risk of injury to the horses' limbs and consequently improve their well-being. Regarding food, it was found that, in general, the supply of fibrous diet was limited, leading to long periods of fasting, mainly during the night. Thus, the hay supply should be increased once the animals' digestive system was developed and adapted for continuous feed intake and short fasting periods. Therefore, nutrition must be worked out individually, considering the age, exercise practiced, food quality, digestive capacity, weight, and body condition of the animals. In conclusion, there are several improvements to be made by the equestrian centers in terms of cleaning conditions and feeding practices, considering the horse as an individual being, making a good management of its physical condition in order to increase its longevity without compromising the wellbeing of the animals. In order to summarize and simplify the basic, but often neglected, information, a list of good practices was developed in terms of hygiene, food, social contact and a physical and body condition assessment.2023-09-08T15:22:14Z2023-06-01T00:00:00Z2023-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/11707porSoares, Ana Isabel Mirandainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:44:30Zoai:repositorio.utad.pt:10348/11707Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:03:46.920421Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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