Cistos e tumores primários do mediastino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bastos,Pedro
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Magalhães,Adriana, Fernandes,Gabriela, Cruz,Maria Rosa, Saleiro,Sandra, Gonçalves,Luís, Piñon,Miguel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592007000500002
Resumo: Objectivo: Avaliação dos resultados em doentes com cistos e tumores primários do mediastino submetidos a tratamento cirúrgico. Material e métodos: Efectuado um estudo retrospectivo mono-institucional em doentes com cistos e tumores primários do mediastino submetidos a tratamento cirúrgico entre Janeiro de 1992 e Dezembro de 2004. Analisaram-se os dados demográficos, a apresentação clínica, a via de abordagem, a intervenção cirúrgica efectuada, a localização da lesão e o diagnóstico histológico. Avaliaram-se, ainda, os factores preditivos de malignidade, a morbilidade e mortalidade pós-operatórias e os resultados a médio prazo. Resultados: Ao longo de um período de 13 anos foram operados 171 doentes, 73 (43%) do sexo feminino e 98 (57%) do sexo masculino. A idade média foi de 40,3±19,7 anos (20 dias-78 anos). Em 15(9%) dos doentes existia uma lesão cística primária. Os tumores primários incluíam neoplasias tímicas (31%), linfomas (22%), tumores neurogénicos (16%), tumores de células germinativas (9%) e um grupo miscelâneo (13%). Em 78 doentes (46%) as lesões eram malignas. O mediastino ântero-superior foi o compartimento mais frequentemente envolvido por um cisto ou tumor primário (58%), seguido do mediastino posterior (24%) e do mediastino médio (18%). Em 68% dos doentes existiam sintomas na altura do diagnóstico: dor torácica (20%), febre e arrepios (13%), miastenia grave (11%), tosse (10%), dispneia (10%) e síndroma da veia cava superior (7%). A análise unifactorial identificou a existência de sintomas como factor preditivo de malignidade (p<0,001). A abordagem cirúrgica foi feita por toracotomia póstero-lateral (64 doentes), esternotomia mediana (51), mediastinostomia anterior (27), toracotomia ântero-lateral (18), videotoracoscopia (9 doentes) e mediastinoscopia (2). Em 116 doentes foi efectuada ressecção total da lesão, em 8 ressecção alargada, em 7 ressecção subtotal e em 40 biópsia. Um doente (0,6%) morreu no período pós-operatório. O follow-up englobou 165 doentes (96,5%) e variou entre 34 dias e 13,4 anos (médio 5,7±4,0 anos). Em 75 doentes foi efectuado tratamento complementar com quimio e/ou radioterapia. Seis doentes foram reoperados por recorrência local (3) ou metástases (3) da lesão primária. Quinze faleceram em consequência da sua doença durante o período de follow-up. A sobrevida actuarial aos 5 anos foi de 97,6% para as lesões benignas e de 76,4% para as lesões malignas. Conclusão: Os resultados obtidos suportam a ressecção cirúrgica das lesões benignas e uma abordagem multimodal agressiva dos tumores malignos.
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