Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Joaquim, João José Morais
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/719
Resumo: O consumo de produtos farmacêuticos é, nas sociedades actuais, uma realidade em crescimento, originada em diversos factores. Este continuo e crescente aumento de consumo induz, que cada vez mais, o ambiente e em particular os sistemas aquáticos, sejam o destino de resíduos farmacologicamente activos, sendo esta contaminação uma preocupação pela incorporação de substâncias nos ecossistemas que podem interferir em sistemas biológicos específicos. Neste sentido o presente trabalho teve como objectivo identificar e avaliar os efeitos produzidos pelo Diclofenac de Sódio, substância activa presente em diversos medicamentos (e.g., Voltaren® e Flameril®), em organismos aquáticos não-alvo. Para este efeito realizaram-se ensaios agudos e crónicos de cladóceros em que se compararam a espécie padrão – Daphnia magna – e autóctone – Daphnia longispina – para avaliação da sobrevivência, reprodução e crescimento. D. magna, nos teste agudos, apresenta maior tolerância ao Diclofenac (EC50 = 134.087 mg/L) existindo uma maior sensibilidade de D. longispina (EC50 = 35.353 mg/L). O Diclofenac afecta significativamente a fecundidade (LOEC=38.745 mg/L) de D. magna e o crescimento somático (LOEC=57.713 mg/L), na concentração mais alta. Para D. longispina os “endpoints” sub-letais significativamente afectados pelo Diclofenac foram a fecundidade (LOEC = 5.0 mg/L), e a maturação (LOEC = 2.5 mg/L). Nos testes crónicos foi ainda possível observar uma inibição significativa, em ambas as espécies, no número e tamanho dos neonatos, na primeira ninhada. Diclofenac, como substância activa com efeito farmacológico em humanos, inibe de uma maneira geral a sobrevivência, a reprodução e o crescimento das espécies de cladóceros testados neste estudo – D. magna e D. longispina. Contudo, as concentrações utilizadas para produzir quer os efeitos agudos quer os efeitos crónicos são superiores às concentrações normalmente detectadas em meios aquáticos. Em conclusão, o Diclofenac afecta D. longispina em “endpoints” individuais (fecundidade e maturação), em oposição a D. magna, foi significativamente afectada na fecundidade e no crescimento somático, ao nível da concentração mais alta, utilizada no teste.
id RCAP_5d59a5897e5046f5399379be9a1e4775
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/719
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a DiclofenacToxicologiaMedicamentosEcossistemas aquáticosO consumo de produtos farmacêuticos é, nas sociedades actuais, uma realidade em crescimento, originada em diversos factores. Este continuo e crescente aumento de consumo induz, que cada vez mais, o ambiente e em particular os sistemas aquáticos, sejam o destino de resíduos farmacologicamente activos, sendo esta contaminação uma preocupação pela incorporação de substâncias nos ecossistemas que podem interferir em sistemas biológicos específicos. Neste sentido o presente trabalho teve como objectivo identificar e avaliar os efeitos produzidos pelo Diclofenac de Sódio, substância activa presente em diversos medicamentos (e.g., Voltaren® e Flameril®), em organismos aquáticos não-alvo. Para este efeito realizaram-se ensaios agudos e crónicos de cladóceros em que se compararam a espécie padrão – Daphnia magna – e autóctone – Daphnia longispina – para avaliação da sobrevivência, reprodução e crescimento. D. magna, nos teste agudos, apresenta maior tolerância ao Diclofenac (EC50 = 134.087 mg/L) existindo uma maior sensibilidade de D. longispina (EC50 = 35.353 mg/L). O Diclofenac afecta significativamente a fecundidade (LOEC=38.745 mg/L) de D. magna e o crescimento somático (LOEC=57.713 mg/L), na concentração mais alta. Para D. longispina os “endpoints” sub-letais significativamente afectados pelo Diclofenac foram a fecundidade (LOEC = 5.0 mg/L), e a maturação (LOEC = 2.5 mg/L). Nos testes crónicos foi ainda possível observar uma inibição significativa, em ambas as espécies, no número e tamanho dos neonatos, na primeira ninhada. Diclofenac, como substância activa com efeito farmacológico em humanos, inibe de uma maneira geral a sobrevivência, a reprodução e o crescimento das espécies de cladóceros testados neste estudo – D. magna e D. longispina. Contudo, as concentrações utilizadas para produzir quer os efeitos agudos quer os efeitos crónicos são superiores às concentrações normalmente detectadas em meios aquáticos. Em conclusão, o Diclofenac afecta D. longispina em “endpoints” individuais (fecundidade e maturação), em oposição a D. magna, foi significativamente afectada na fecundidade e no crescimento somático, ao nível da concentração mais alta, utilizada no teste.Consumption of pharmaceutical products is, in our societies, a reality in growth, originated in several factors. This continues increase in consumption induces, more and more, that the environment and in matter, the aquatic systems are the destiny of active pharmacological residues, being this contamination a concern for the incorporation of substances in the environment that can interfere in specific biological systems. In this sense the present work had as objective to identify and to evaluate the effects produced by Diclofenac Sodium, active substance present in several medicines (e.g. Voltaren® and Flameril®), in non-target aquatic organisms. For this goal we realize acute and chronic tests with cladocerans and in that we have compared the survival, reproduction and growth of Daphnia magna (a standard species) and Daphnia longispina (an autochthonous species). Diclofenac, are effective in the survivorship and reproduction of the two cladoceran species used in this study – D. magna and D. longispina. D. magna seems to be more tolerant to acute toxicity (EC50 = 134.087 mg/L) and we found more sensibility to Diclofenac in D. longispina (EC50 = 35.353 mg/L). Diclofenac significantly affected the fecundity (LOEC=38.745 mg/L) of D. magna and the somatic growth rate (LOEC=57.713 mg/L), at the last concentration tested. For D. longispina the sublethal endpoints significantly affected by Diclofenac was fecundity (LOEC = 5.0 mg/L), maturation (LOEC = 2.5 mg/L). In addition, in the chronic exposure, the number and size of neonates of first brood are also impaired, in both species. Diclofenac, as an active substance with pharmacological effect for humans, generally impairs in the survivorship, reproduction and growth of the cladoceran species used in this study – D. magna and D. longispina. However, the concentration levels used to produce these effects in acute and chronic tests are much higher, if we compare with the concentration levels detected in the aquatic environment. In conclusion, Diclofenac affect more D. longispina at individual-level endpoints (fecundity and maturation), in opposite to D. magna, where fecundity is impaired and the somatic growth rate is slightly, but significantly affected in the last concentration tested.Universidade de Aveiro2011-04-19T13:26:09Z2007-01-01T00:00:00Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/719porJoaquim, João José Moraisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T10:55:41Zoai:ria.ua.pt:10773/719Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:39:32.865204Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
title Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
spellingShingle Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
Joaquim, João José Morais
Toxicologia
Medicamentos
Ecossistemas aquáticos
title_short Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
title_full Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
title_fullStr Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
title_full_unstemmed Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
title_sort Respostas Aguda e Crónica de D. magna e D. longispina a Diclofenac
author Joaquim, João José Morais
author_facet Joaquim, João José Morais
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Joaquim, João José Morais
dc.subject.por.fl_str_mv Toxicologia
Medicamentos
Ecossistemas aquáticos
topic Toxicologia
Medicamentos
Ecossistemas aquáticos
description O consumo de produtos farmacêuticos é, nas sociedades actuais, uma realidade em crescimento, originada em diversos factores. Este continuo e crescente aumento de consumo induz, que cada vez mais, o ambiente e em particular os sistemas aquáticos, sejam o destino de resíduos farmacologicamente activos, sendo esta contaminação uma preocupação pela incorporação de substâncias nos ecossistemas que podem interferir em sistemas biológicos específicos. Neste sentido o presente trabalho teve como objectivo identificar e avaliar os efeitos produzidos pelo Diclofenac de Sódio, substância activa presente em diversos medicamentos (e.g., Voltaren® e Flameril®), em organismos aquáticos não-alvo. Para este efeito realizaram-se ensaios agudos e crónicos de cladóceros em que se compararam a espécie padrão – Daphnia magna – e autóctone – Daphnia longispina – para avaliação da sobrevivência, reprodução e crescimento. D. magna, nos teste agudos, apresenta maior tolerância ao Diclofenac (EC50 = 134.087 mg/L) existindo uma maior sensibilidade de D. longispina (EC50 = 35.353 mg/L). O Diclofenac afecta significativamente a fecundidade (LOEC=38.745 mg/L) de D. magna e o crescimento somático (LOEC=57.713 mg/L), na concentração mais alta. Para D. longispina os “endpoints” sub-letais significativamente afectados pelo Diclofenac foram a fecundidade (LOEC = 5.0 mg/L), e a maturação (LOEC = 2.5 mg/L). Nos testes crónicos foi ainda possível observar uma inibição significativa, em ambas as espécies, no número e tamanho dos neonatos, na primeira ninhada. Diclofenac, como substância activa com efeito farmacológico em humanos, inibe de uma maneira geral a sobrevivência, a reprodução e o crescimento das espécies de cladóceros testados neste estudo – D. magna e D. longispina. Contudo, as concentrações utilizadas para produzir quer os efeitos agudos quer os efeitos crónicos são superiores às concentrações normalmente detectadas em meios aquáticos. Em conclusão, o Diclofenac afecta D. longispina em “endpoints” individuais (fecundidade e maturação), em oposição a D. magna, foi significativamente afectada na fecundidade e no crescimento somático, ao nível da concentração mais alta, utilizada no teste.
publishDate 2007
dc.date.none.fl_str_mv 2007-01-01T00:00:00Z
2007
2011-04-19T13:26:09Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/719
url http://hdl.handle.net/10773/719
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137445577490432