Avian poxvirus infection in a flamingo of the Lisbon Zoo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/4988 |
Resumo: | Os vírus pox aviários (AP) são membros do género Avipoxvirus da família Poxviridae que encontram espalhados pelo mundo numa variedade de hospedeiros. São vírus muito grandes, encapsulados, ovais ou em forma de tijolo que contêm um genoma de DNA linear em cadeia dupla. Os vírus AP são responsáveis por uma doença vulgarmente conhecida como varíola, caracterizada por duas formas principais (respiratória e cutânea), dependendo da via de infecção. A forma cutânea, geralmente associada a baixa mortalidade, ocorre após a infecção por mordida de artrópode e é caracterizada pelo aparecimento de lesões nodulares em regiões do corpo livres de penas. A doença pode ser responsável por perdas económicas significativas associadas à diminuição da produção de ovos e redução do crescimento. Foram desenvolvidas vacinas de vírus vivos modificados para impedir a manifestação da doença em frangos, perús, pombos, canários e codornizes. Embora os vírus AP tenham sido bem estudados em aves, existe pouca informação disponível sobre estirpes pox em aves selvagens. Um flamingo americano (Phoenicopterus ruber ruber) do Jardim Zoológico de Lisboa desenvolveu uma lesão nodular no pé direito característica de poxvírus. O nódulo foi retirado cirurgicamente e até à data não recidivou. Um pedaço do nódulo foi enviado para análise histopatológica e isolamento do vírus. Macroscopicamente, o nódulo apresenta-se como uma massa branca de forma irregular e textura micronodular e a observação histológica de hiperplasia epidérmica e corpos de inclusão intracitoplasmáticos foi consistente com um diagnóstico de infecção por poxvírus aviário. O isolamento do vírus foi realizado em ovos de galinha SPF embrionados de 12 dias de idade, via inoculação da membrana corioalantóide (CAM). Observou-se um espessamento da membrana e a presença de pústulas brancas opacas na CAM, característicos do crescimento do vírus AP. Um fragmento de 581 pb do gene que codifica a proteína P4b foi amplificado por PCR, confirmando a presença do vírus. A sequência nucleotídica do fragmento foi determinada e analisada, revelando uma grande divergência com as sequências de outros vírus presentes na base de dados. Na extremidade 5 ' do fragmento analisado foi detectada a inserção de cinco nucleótidos e uma delecção de três nucleótidos. Além de um isolado de pombo, nenhuma outra sequência presente na base de dados exibiu tais modificações. A análise filogenética efectuada por análise bayesiana também revelou uma estreita relação entre o flamingo e o isolado de pombo, sugerindo uma possível transmissão entre espécies. |
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