Rastreio do cancro do colo do útero em mulheres homossexuais: que evidência?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jeri,Alice
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Monteiro,Ana Bessa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732018000600005
Resumo: Objetivo: Rever a evidência sobre a relevância de rastrear para o cancro do colo do útero (CCU) mulheres saudáveis com comportamento homossexual, tendo em conta o risco da neoplasia nesta população. Fontes de dados: Bases de dados MEDLINE, National Guideline Clearinghouse, National Institute for Health and Care Excellence, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, Cochrane Library, Bandolier, DARE e Trip Database. Métodos de Revisão: Revisão baseada na evidência de artigos publicados nos últimos cinco anos (de 1 de outubro de 2011 a 30 de setembro de 2016), nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Foram utilizadas combinações dos termos MESH: female homosexuality, mass screening, diagnosis, uterine cervical neoplasms e papillomaviridae, e o termo livre cervical cancer. Para avaliação do Nível de Evidência (NE) e de Força de Recomendação (FR) foi utilizada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 88 artigos, dos quais seis cumpriam os critérios de inclusão: cinco normas de orientação clínica (uma com FR A, duas com FR B e duas com FR C) e um estudo de coorte prospetivo (NE 3). As normas internacionais apresentam algumas limitações e inconsistências relativamente à indicação do rastreio nas mulheres homossexuais, recomendando a maioria a sua inclusão. O estudo coorte encontrou alterações em citologias e testes de Papilomavírus Humano (HPV) de mulheres com comportamento homossexual, colocando-as em risco de desenvolver CCU. Conclusões: Mulheres com comportamento homossexual podem estar em risco de infeção pelo HPV e de desenvolvimento de CCU, devendo assim ser incluídas no rastreio populacional com a mesma periodicidade das restantes mulheres (FR B). São, contudo, necessários mais estudos que reforcem esta evidência. Dada a menor sensibilização deste grupo quanto ao benefício do rastreio sugere-se a implementação de medidas educativas dirigidas, visando aumentar a adesão. Sugere-se ainda revisão das normas nacionais, clarificando a indicação do rastreio nesta população.
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