Elastografia hepática transitória: um método não invasivo para avaliação da fibrose em doentes com hepatite C crónica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Serejo,F.
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Marinho,R., Velosa,J., Costa,A., Moura,M. Carneiro de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782007000100002
Resumo: A biopsia hepática é o melhor método para avaliar a fibrose, mas é invasivo e não isento de complicações. Objectivos: Verificar o interesse da elastografia hepática transitória na monitorização da gravidade histológica em doentes com hepatite C crónica. Métodos: Foram estudados 214 doentes com hepatite C crónica, 134 homens e 70 mulheres, idade média 47,4 ± 11,6 anos e 26 indivíduos considerados saudáveis, com provas hepáticas normais, serviram de controlos. Nas biopsias hepáticas foi utilizado o Índice de Actividade Histológico (IAH) de Knodell / Peter Scheuer: 154 com estádio F0/F2; 50 com F3/F4. O valor normal da elastografia hepática transitória (Fibroscan®, Echosens, Paris, França) foi de 4,5 kPa (3,30 - 5,69). Resultados: A elastografia hepática diferenciou os diversos estádios de fibrose: F0/1 - 4,92 kPa (4,21-6,17) vs F2/3/4 - 6,81 kPa (5,14-15,95), p =0,006; F0,1,2 - 5.90 kPa (4,85 - 7,25) vs F3/F4 - 12,55 kPa (9,10-16,24), p =0,001; na cirrose hepática (F4) - 13.75 kPa (11,44-27,05), p =0,001.Utilizando as curvas de ROC foram optimizados os pontos de corte para diferenciar os estádios de fibrose em 60 doentes com biopsia hepática concomitante e com mais de 10 espaços porta estudados: F≥2 - 5,43 (AUC- 0,79; Se- 0,78; esp- 0,67; VPP- 0,98; VPN- 0,25); F≥3 - 8,18 (AUC- 0,96; se- 0,95; esp- 0,93; VPP- 0,87; VPN- 0,97); F4- 10,08 (AUC- 0,98; se- 0,93; esp- 0,93; VPP- 0,82; VPN- 0,98). Verificou-se uma correlação significativa entre a elastografia hepática e o IAH (P <0,003), assim como com a fibrose (p <0,0005), mas não com a actividade inflamatória (p =0,28). Por análise multivariada confirmou-se uma relação entre a elastografia hepática e a idade do doente (p =0,009) e o valor do ferro sérico (p =0,035). Conclusões: A elastografia hepática revelou-se eficaz na detecção de fibrose hepática significativa e para o diagnóstico de cirrose. Verificou-se uma relação entre este meio de diagnóstico a idade do doente e o ferro sérico, parâmetros associados à progressão da doença. Como método não invasivo fácil de executar, rápido e reprodutível é útil para o seguimento dos doentes com hepatite C crónica com o objectivo de avaliar a gravidade da fibrose hepática.
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