Decisão de não reanimar um doente em cuidados intensivos: vivências dos enfermeiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucas, Julieta Martins
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1198
Resumo: No exercício profissional em cuidados intensivos, os enfermeiros são confrontados com doentes em estado crítico com indicação de DNR, que carecem de cuidados de qualidade, numa visão holística da Pessoa, necessitando de uma contínua supervisão e monitorização exigindo cuidados de enfermagem mais intensos, diferenciados e humanizados. Foi o reconhecimento desta realidade que nos conduziu ao desenvolvimento deste estudo com o objetivo de compreender as vivências dos enfermeiros perante a situação de doentes com DNR, contribuindo para uma melhor intervenção dos enfermeiros de Cuidados Intensivos à pessoa em situação crítica em fase de fim de vida.O estudo é de natureza qualitativa, do tipo descritivo, com caraterísticas fenomenológicas, e nele participaram enfermeiros de uma UCI e a recolha de dados foi realizada através da entrevista semiestruturada. Os resultados obtidos permitiram: perceber os sentimentos/reações vivenciados pelos participantes do estudo no âmbito do cuidar do doente em situação de DNR e que passam pela ansiedade, choro, angústia, tristeza, revolta, impotência e desconforto; os fatores que interferem na vivência dos enfermeiros perante a DNR estão relacionados com os intervenientes- doente, família e enfermeiro, com a situação e a dinâmica da equipa multidisciplinar; as implicações das vivências fizeram-se sentir tanto a nível pessoal como profissional na vida dos enfermeiros; e as estratégias para lidar com a situação de DNR, passam pela promoção de momentos de partilha/reflexão das vivências, aquisição de conhecimentos, reflexão individual, desenvolvimento da espiritualidade e mecanismos de fuga.Cabe ao enfermeiro proporcionar um acompanhamento ao doente/família na caminhada final da vida, sendo este quem mais cuida do doente, o ouve e ajuda, sendo muitas vezes, a ponte de comunicação entre doente/família e a restante equipa multidisciplinar. Deste estudo ressalta a necessidade de criar espaços de reflexão/partilha das vivências dos enfermeiros, onde os profissionais possam falar e refletir sobre os sentimentos e reações face ao doente com DNR. É importante promover estes momentos, tendo em conta que a reflexão e partilha de ideias/experiências podem ser de grande utilidade para a compreensão das vivências e a reflexão sobre as práticas pode ajudá-los a prepararem-se melhor para lidar com o processo de morrer dos doentes tornando-o mais humanizado. Investir na integração dos enfermeiros no serviço dando mais importância ao conhecimento das normas e procedimentos da unidade e a aposta na formação contínua dos enfermeiros podem constituir uma mais-valia para a intervenção dos enfermeiros proporcionando um maior envolvimento dos enfermeiros na equipa multidisciplinar.
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Foi o reconhecimento desta realidade que nos conduziu ao desenvolvimento deste estudo com o objetivo de compreender as vivências dos enfermeiros perante a situação de doentes com DNR, contribuindo para uma melhor intervenção dos enfermeiros de Cuidados Intensivos à pessoa em situação crítica em fase de fim de vida.O estudo é de natureza qualitativa, do tipo descritivo, com caraterísticas fenomenológicas, e nele participaram enfermeiros de uma UCI e a recolha de dados foi realizada através da entrevista semiestruturada. Os resultados obtidos permitiram: perceber os sentimentos/reações vivenciados pelos participantes do estudo no âmbito do cuidar do doente em situação de DNR e que passam pela ansiedade, choro, angústia, tristeza, revolta, impotência e desconforto; os fatores que interferem na vivência dos enfermeiros perante a DNR estão relacionados com os intervenientes- doente, família e enfermeiro, com a situação e a dinâmica da equipa multidisciplinar; as implicações das vivências fizeram-se sentir tanto a nível pessoal como profissional na vida dos enfermeiros; e as estratégias para lidar com a situação de DNR, passam pela promoção de momentos de partilha/reflexão das vivências, aquisição de conhecimentos, reflexão individual, desenvolvimento da espiritualidade e mecanismos de fuga.Cabe ao enfermeiro proporcionar um acompanhamento ao doente/família na caminhada final da vida, sendo este quem mais cuida do doente, o ouve e ajuda, sendo muitas vezes, a ponte de comunicação entre doente/família e a restante equipa multidisciplinar. Deste estudo ressalta a necessidade de criar espaços de reflexão/partilha das vivências dos enfermeiros, onde os profissionais possam falar e refletir sobre os sentimentos e reações face ao doente com DNR. É importante promover estes momentos, tendo em conta que a reflexão e partilha de ideias/experiências podem ser de grande utilidade para a compreensão das vivências e a reflexão sobre as práticas pode ajudá-los a prepararem-se melhor para lidar com o processo de morrer dos doentes tornando-o mais humanizado. Investir na integração dos enfermeiros no serviço dando mais importância ao conhecimento das normas e procedimentos da unidade e a aposta na formação contínua dos enfermeiros podem constituir uma mais-valia para a intervenção dos enfermeiros proporcionando um maior envolvimento dos enfermeiros na equipa multidisciplinar.Working in an Intensive Care Unit, nurses are confronted with critically ill patients with a DNR order, who need quality care, an holistic view of the person, also requiring continuous monitoring and supervision, as well as rigorous, differentiated and humanized nursing care. It was the recognition of this reality that led us to develop this study in order to understand the experiences of nurses who provide care to patients with a DNR order, thus contributing to better care of the person in critical condition at the end of its life by Intensive Care Unit nurses.This study has a qualitative, descriptive approach, with phenomenological features, and was conducted with ICU nurses, data collection having been conducted through a semi-directed interview. The results allowed us to: realize the feelings/reactions experienced by the study participants concerning the care of the patient with a DNR order, who experience anxiety, tearfulness, anguish, sadness, anger, helplessness and discomfort; the factors that influence the experiences of nurses towards DNR orders and that are related to those involved: patient, family and nurse, as well as the situation and the dynamics of the multidisciplinary team; the implications of the experiences were felt both in the personal and professional levels in the lives of the nurses; and the strategies used for coping with the DNR order, such as the endorsement of moments sharing/thinking about the experiences, knowledge acquisition, individual introspection, spiritual development and escape mechanisms.It is up to the nurse to provide an adequate support to the patient/family in the final walk of life, since he is the one that provides most of the care to patient, the one who listens and helps, and often becomes a bridge of communication between patient/family and the rest of the multidisciplinary team. This study’s results emphasize the need to create spaces for considering/sharing the experiences of nurses, where professionals can talk and think about the feelings and reactions towards the patient with a DNR order. It is important to encourage these moments, given that considering and sharing ideas/experiences can be very useful for a better understanding of the experiences and thinking about practices can help them be more prepared to deal with dying patients, making the process more humane. Investing in the integration of nurses in a unit, attributing more importance to the knowledge of the rules and procedures and reinforcing the training of nurses can be an asset for their intervention by allowing a greater involvement of nurses in the multidisciplinary team.2014-12-11T19:38:18Z2014-04-22T00:00:00Z2014-04-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1198TID:201141981porLucas, Julieta Martinsinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:40:26Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1198Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:44:10.410889Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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