Crescer em família: A permanência no acolhimento familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Delgado, Paulo
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Carvalho, João, Pinto, Vânia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/6367
Resumo: O acolhimento familiar oferece um contexto de vida à criança retirada da sua família biológica, por um período de tempo indeterminado que se pode prolongar, no limite, até à maioridade ou independência. Um contexto familiar estável permite desenvolver sentimentos de segurança e de permanência associados à possibilidade de manutenção dos contactos com a sua família biológica. A criança pode e deve, em muitas circunstâncias, permanecer com os seus acolhedores e o reconhecimento deste papel parental é um passo que pode contribuir para afastar ambiguidades e indefinições que são prejudiciais para o sistema e para as práticas que ele vai configurando. Em Portugal, todavia, o acolhimento familiar é umamedida de carácter temporário, cuja aplicação depende da previsibilidade do retorno da criança ou do jovem à família de origem. O objetivo deste artigo é, após uma breve caracterização do sistema de proteção de crianças e jovens português, analisar a permanência no acolhimento familiar de 2006 a 2011, a partir dos relatórios de caracterização das crianças e jovens emsituação de acolhimento. De seguida procedemos à apresentação e discussão de dados recolhidos num estudo desenvolvido no distrito do Porto, englobando as 289 crianças que se encontravamacolhidas emmaio de 2011, e que representavam52%das colocações familiares de crianças em Portugal.Os resultados foram apurados com a aplicação de um formulário de recolha de dados preenchido a partir dos registos oficiais de cada criança acolhida e através da realização de 52 entrevistas a acolhedores. Entre os resultados principais destacam-se os longos períodos de estadia, a permanência da criança na família acolhedora inicial e a avaliação global positiva dos resultados obtidos, o que nos permite identificar um conjunto de desafios que se colocam no futuro imediato ao acolhimento familiar português.
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A criança pode e deve, em muitas circunstâncias, permanecer com os seus acolhedores e o reconhecimento deste papel parental é um passo que pode contribuir para afastar ambiguidades e indefinições que são prejudiciais para o sistema e para as práticas que ele vai configurando. Em Portugal, todavia, o acolhimento familiar é umamedida de carácter temporário, cuja aplicação depende da previsibilidade do retorno da criança ou do jovem à família de origem. O objetivo deste artigo é, após uma breve caracterização do sistema de proteção de crianças e jovens português, analisar a permanência no acolhimento familiar de 2006 a 2011, a partir dos relatórios de caracterização das crianças e jovens emsituação de acolhimento. De seguida procedemos à apresentação e discussão de dados recolhidos num estudo desenvolvido no distrito do Porto, englobando as 289 crianças que se encontravamacolhidas emmaio de 2011, e que representavam52%das colocações familiares de crianças em Portugal.Os resultados foram apurados com a aplicação de um formulário de recolha de dados preenchido a partir dos registos oficiais de cada criança acolhida e através da realização de 52 entrevistas a acolhedores. Entre os resultados principais destacam-se os longos períodos de estadia, a permanência da criança na família acolhedora inicial e a avaliação global positiva dos resultados obtidos, o que nos permite identificar um conjunto de desafios que se colocam no futuro imediato ao acolhimento familiar português.Foster care offers a life environment to the child withdrawal fromhis biological family, during an undefined time period that can be prolonged, in the limit, until adulthood or independence.Astable family environment allows the development of security and belonging feelings associated to the possibility of maintaining the contacts with his biological family. In most of the situations, child can and must remain with his foster parents, and the acknowledgement of this parent role is a step that can contribute to avoid ambiguities and uncertainties that are prejudicial to the systemand for the practices that itwill be configuring.Nevertheless, in Portugal, foster care is a temporary charactermeasure,whose application depends on the predictability of the return of the child or young person to the family of origin. The purpose of this article is to, after a brief characterization of the Portuguese children and youth protection system, analyze the foster care permanence between 2006 and 2011, based on the characterization report of the situation of foster children and youth. Following is presented and discuss, the collected data from a study developed in Porto district, including 289 foster children in May 2011, representing 52% of all children in Portuguese foster care system. The results were achieved using a data acquisition form filled with official information of each foster child, and 52 interviews with carers. Among the principal results is to highlight the long lasting placements, the permanence of the child with his first foster care family, and the global positive evaluation of the achieved results, thus we can identify several challenges to the near future of the Portuguese foster care.El acogimiento familiar ofrece un ambiente de vida a la retirada niño de su familia biológica, durante un período de tiempo indefinido que puede ser prolongada, hasta la edad adulta o la independencia. Un entorno familiar estable permite el desarrollo de la seguridad y los sentimientos asociados a la posibilidad de mantener los contactos con su familia biológica. En la mayoría de las situaciones, el niño puede y debe permanecer con sus padres adoptivos, y el reconocimiento de esta función primaria es una medida que puede contribuir a evitar las ambigüedades e incertidumbres que son perjudiciales para el sistema y de las prácticas que se va a configurar. Sin embargo, en Portugal, acogimiento es unamedida de carácter temporal, cuya aplicación depende de la previsibilidad del regreso del niño o joven a la familia de origen. El propósito de este artículo es, después de una breve caracterización de los niños portugueses y el sistema de protección de la juventud, analizar la permanencia de acogida entre 2006 y 2011, con base en el informe caracterización de la situación de los niños y jóvenes de crianza.Acontinuación se presentan y discuten los datos obtenidos de un estudio desarrollado en el distrito deOporto, incluidos 289 niños de crianzamayo 2011, lo que representa el 52%de todos los niños en el sistema de cuidado de crianza Portugués. Los resultados se obtuvieronmediante un formulario de obtención de datos llena de información oficial de cada hijo de crianza, y 52 entrevistas con los cuidadores. Entre los principales resultados es poner de relieve las colocaciones de larga duración, la permanencia del niño con su primera familia de acogida, y la evaluación global positiva de los resultados obtenidos, por lo tanto podemos identificar varios retos para el futuro inmediato del acogimiento portugués.Repositório Científico do Instituto Politécnico do PortoDelgado, PauloCarvalho, JoãoPinto, Vânia2015-06-26T15:36:20Z20142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.22/6367porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-13T12:46:38Zoai:recipp.ipp.pt:10400.22/6367Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:26:58.048921Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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