Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Andreia Filipa Carvalho da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/5952
Resumo: Os efeitos das alterações climáticas têm vindo a ser observados em todo o mundo, designadamente nos recifes de coral, o que pode impactar irremediavelmente a biodiversidade e os serviços ecossistémicos dos oceanos. Quando estão sob stress, os corais fotossintéticos podem perder os seus endossimbiontes (dinoflagelados do género Symbiodinium, usualmente designados como zooxantelas), sendo este processo classificado como branqueamento. O aumento da temperatura nas águas manifesta-se de duas maneiras, na água da superfície do mar e sob a forma de ondas de calor. A frequência das ondas de calor tem vindo a aumentar ao longo das últimas décadas, aumentando também a frequência com que os eventos de branqueamento de corais ocorrem. Como consequência, as espécies de corais mais suscetíveis a estes eventos sofrem danos irreversíveis, uma vez que, com a perda dos endossimbiontes fotossintéticos, ficam privadas de parte substancial da sua nutrição, o que pode levar à sua degradação e, em casos mais extremos, à sua morte. Para além da nutrição autotrófica, constituída pelos produtos da fotossíntese, os corais fotossintéticos têm também a capacidade de se alimentar heterotroficamente, sendo por isso classificados como animais mixotróficos. Segundo alguns estudos, esta estratégia de alimentação pode contribuir para tornar os corais mais resilientes ao stress térmico. Neste sentido, no presente trabalho pretendeu-se avaliar a resposta ao stress térmico de mini colónias de Palythoa sp. (subclasse Hexacorallia; ordem Zoantharia) após 4 meses de cultivo sem (NF) e com (F) fornecimento de alimento (dieta microencapsulada, anteriormente otimizada para a espécie). Após este período, procedeu-se ao teste de stress térmico: dois grupos (25NF e 25F) permaneceram com a temperatura de cultivo (25±1°C), enquanto outros dois grupos (30NF e 30F) foram sujeitos a uma subida gradual da temperatura da água, durante 24h até atingir os 30±1°C. Esta temperatura foi mantida durante oito dias. Corais alimentados foram comparados com corais não alimentados de modo a avaliar o efeito da dieta num cenário de stress. Foi efetuada uma avaliação dos parâmetros de fotobiologia, biomarcadores de stress térmico e oxidativo, dano oxidativo e reservas energéticas. Durante o ensaio não houve registo de mortalidade. Apesar dos corais não alimentados não se mostrarem significativamente mais suscetíveis ao stress, os corais alimentados apresentam um melhor estado metabólico. Este facto pode ser crucial no período de recuperação após eventos de stress. Assim, sugere-se que o alimento tem um efeito positivo na resistência dos corais ao aumento da temperatura da água, como consequência das ondas de calor, quando previamente bem suplementados.
id RCAP_5eb8ff67b33200b3db55bc5341d99706
oai_identifier_str oai:iconline.ipleiria.pt:10400.8/5952
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.ZoanthariaSuplementaçãoStress térmicoReservas energéticasBalanço energéticoStress oxidativoDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e TecnologiasOs efeitos das alterações climáticas têm vindo a ser observados em todo o mundo, designadamente nos recifes de coral, o que pode impactar irremediavelmente a biodiversidade e os serviços ecossistémicos dos oceanos. Quando estão sob stress, os corais fotossintéticos podem perder os seus endossimbiontes (dinoflagelados do género Symbiodinium, usualmente designados como zooxantelas), sendo este processo classificado como branqueamento. O aumento da temperatura nas águas manifesta-se de duas maneiras, na água da superfície do mar e sob a forma de ondas de calor. A frequência das ondas de calor tem vindo a aumentar ao longo das últimas décadas, aumentando também a frequência com que os eventos de branqueamento de corais ocorrem. Como consequência, as espécies de corais mais suscetíveis a estes eventos sofrem danos irreversíveis, uma vez que, com a perda dos endossimbiontes fotossintéticos, ficam privadas de parte substancial da sua nutrição, o que pode levar à sua degradação e, em casos mais extremos, à sua morte. Para além da nutrição autotrófica, constituída pelos produtos da fotossíntese, os corais fotossintéticos têm também a capacidade de se alimentar heterotroficamente, sendo por isso classificados como animais mixotróficos. Segundo alguns estudos, esta estratégia de alimentação pode contribuir para tornar os corais mais resilientes ao stress térmico. Neste sentido, no presente trabalho pretendeu-se avaliar a resposta ao stress térmico de mini colónias de Palythoa sp. (subclasse Hexacorallia; ordem Zoantharia) após 4 meses de cultivo sem (NF) e com (F) fornecimento de alimento (dieta microencapsulada, anteriormente otimizada para a espécie). Após este período, procedeu-se ao teste de stress térmico: dois grupos (25NF e 25F) permaneceram com a temperatura de cultivo (25±1°C), enquanto outros dois grupos (30NF e 30F) foram sujeitos a uma subida gradual da temperatura da água, durante 24h até atingir os 30±1°C. Esta temperatura foi mantida durante oito dias. Corais alimentados foram comparados com corais não alimentados de modo a avaliar o efeito da dieta num cenário de stress. Foi efetuada uma avaliação dos parâmetros de fotobiologia, biomarcadores de stress térmico e oxidativo, dano oxidativo e reservas energéticas. Durante o ensaio não houve registo de mortalidade. Apesar dos corais não alimentados não se mostrarem significativamente mais suscetíveis ao stress, os corais alimentados apresentam um melhor estado metabólico. Este facto pode ser crucial no período de recuperação após eventos de stress. Assim, sugere-se que o alimento tem um efeito positivo na resistência dos corais ao aumento da temperatura da água, como consequência das ondas de calor, quando previamente bem suplementados.Baptista, Teresa Maria CoelhoRocha, RuiIC-OnlineSilva, Andreia Filipa Carvalho da2021-07-28T15:24:21Z2021-07-122021-07-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.8/5952TID:202748200enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-17T15:52:04Zoai:iconline.ipleiria.pt:10400.8/5952Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:49:18.943690Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
title Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
spellingShingle Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
Silva, Andreia Filipa Carvalho da
Zoantharia
Suplementação
Stress térmico
Reservas energéticas
Balanço energético
Stress oxidativo
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias
title_short Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
title_full Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
title_fullStr Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
title_full_unstemmed Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
title_sort Can heterotrophic feeding improve coral thermal stress response? – The case study of Palythoa sp.
author Silva, Andreia Filipa Carvalho da
author_facet Silva, Andreia Filipa Carvalho da
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Baptista, Teresa Maria Coelho
Rocha, Rui
IC-Online
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Andreia Filipa Carvalho da
dc.subject.por.fl_str_mv Zoantharia
Suplementação
Stress térmico
Reservas energéticas
Balanço energético
Stress oxidativo
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias
topic Zoantharia
Suplementação
Stress térmico
Reservas energéticas
Balanço energético
Stress oxidativo
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias
description Os efeitos das alterações climáticas têm vindo a ser observados em todo o mundo, designadamente nos recifes de coral, o que pode impactar irremediavelmente a biodiversidade e os serviços ecossistémicos dos oceanos. Quando estão sob stress, os corais fotossintéticos podem perder os seus endossimbiontes (dinoflagelados do género Symbiodinium, usualmente designados como zooxantelas), sendo este processo classificado como branqueamento. O aumento da temperatura nas águas manifesta-se de duas maneiras, na água da superfície do mar e sob a forma de ondas de calor. A frequência das ondas de calor tem vindo a aumentar ao longo das últimas décadas, aumentando também a frequência com que os eventos de branqueamento de corais ocorrem. Como consequência, as espécies de corais mais suscetíveis a estes eventos sofrem danos irreversíveis, uma vez que, com a perda dos endossimbiontes fotossintéticos, ficam privadas de parte substancial da sua nutrição, o que pode levar à sua degradação e, em casos mais extremos, à sua morte. Para além da nutrição autotrófica, constituída pelos produtos da fotossíntese, os corais fotossintéticos têm também a capacidade de se alimentar heterotroficamente, sendo por isso classificados como animais mixotróficos. Segundo alguns estudos, esta estratégia de alimentação pode contribuir para tornar os corais mais resilientes ao stress térmico. Neste sentido, no presente trabalho pretendeu-se avaliar a resposta ao stress térmico de mini colónias de Palythoa sp. (subclasse Hexacorallia; ordem Zoantharia) após 4 meses de cultivo sem (NF) e com (F) fornecimento de alimento (dieta microencapsulada, anteriormente otimizada para a espécie). Após este período, procedeu-se ao teste de stress térmico: dois grupos (25NF e 25F) permaneceram com a temperatura de cultivo (25±1°C), enquanto outros dois grupos (30NF e 30F) foram sujeitos a uma subida gradual da temperatura da água, durante 24h até atingir os 30±1°C. Esta temperatura foi mantida durante oito dias. Corais alimentados foram comparados com corais não alimentados de modo a avaliar o efeito da dieta num cenário de stress. Foi efetuada uma avaliação dos parâmetros de fotobiologia, biomarcadores de stress térmico e oxidativo, dano oxidativo e reservas energéticas. Durante o ensaio não houve registo de mortalidade. Apesar dos corais não alimentados não se mostrarem significativamente mais suscetíveis ao stress, os corais alimentados apresentam um melhor estado metabólico. Este facto pode ser crucial no período de recuperação após eventos de stress. Assim, sugere-se que o alimento tem um efeito positivo na resistência dos corais ao aumento da temperatura da água, como consequência das ondas de calor, quando previamente bem suplementados.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-07-28T15:24:21Z
2021-07-12
2021-07-12T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.8/5952
TID:202748200
url http://hdl.handle.net/10400.8/5952
identifier_str_mv TID:202748200
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136985573490688