Produção de arroz com baixo teor de arsénio utilizando tecnologias de Agricultura de Precisão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alexandre, Carlos
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Nunes, Jorge D., Coelho, Renato, Silva, Luís L., Marques da Silva, José R.
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/17146
Resumo: O projecto ‘Produção de arroz com baixo teor de arsénio utilizando tecnologias de Agricultura de Precisão’ (AP) começou por visar a aplicação de tecnologias de AP com vista à selecção de áreas com maior potencial para a produção de arroz de elevada qualidade, avaliada pelo baixo teor de arsénio no grão. Para tal procedeu-se a dois anos (2010 e 2011) de recolha e medição do arsénio em amostras de arroz (grão) provenientes de cerca de uma centena de parcelas situadas, principalmente, nos concelhos de Vila Franca de Xira e Benavente. Dessas análises sobressaiu uma grande variabilidade dos teores de As entre parcelas mas, também, uma grande variabilidade interanual, susceptível de alterar substancialmente a posição de cada parcela na seriação para cada ano. Nos anos 2012, 2013 e 2014 aprofundou-se a análise da variação espacial e temporal com amostragens mais precisas em 3 canteiros (4 em 2012), sempre nos mesmos pontos, localizados por georreferenciação com recurso a GPS. Nestas parcelas efectuou-se a amostragem e determinação do As no arroz (grão) e no solo. Os resultados das análises do As ao arroz (grão) e ao solo confirmaram uma elevada variabilidade espacial dentro de cada canteiro (com coeficientes de variação que chegam a passar os 40%). Também a variabilidade anual se revelou suficientemente grande para ocorrem diferenças significativas entre anos, no mesmo canteiro. A utilização de diferentes variedades de arroz permitiu determinar diferenças significativas entre variedades no que diz respeito à concentração de As no grão de arroz. Em 2012 recolheram-se amostras da água de rega e da solução do solo nas mesmas parcelas referidas anteriormente. Das análises realizadas verificou-se que a concentração do As da água de rega foi inferior ao limite máximo legal para a água potável (<10 µg/l) mas que a concentração do As na solução do solo foi quase em todos os casos superior àquele limite, chegando a atingir, em alguns registos, um valor quase 10 vezes superior. Incubações anaeróbias realizadas em laboratório com os solos de dois dos canteiros referidos registaram concentrações de As na solução do solo superiores a 100 µg/l ao fim de 60 dias, confirmando as leituras de campo e o solo como principal reserva de As. Realizaram-se ainda ensaios em vasos de duas variedades (Ariete e Gládio), com e sem aplicação de As e com altura normal e altura reduzida de água acima do solo. O As medido nas raízes, folhas e grão do arroz permitiu determinar concentrações decrescentes pela mesma ordem em ambas as variedades. O resultado mais relevante destes ensaios traduz-se na concentração de As nas raízes e folhas 3 a 4 vezes superior na modalidade com altura de água normal comparativamente à modalidade com água mantida ao nível da superfície do solo. No entanto a produção de grão nesta última modalidade foi insuficiente para se poder fazer a análise ao seu teor de As.
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