Dos folhetos de cordel à literatura infantil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10437/13950 |
Resumo: | Desde a invenção da imprensa de carateres móveis que os livros apresentam ornamentos, imitando, embora modestamente, as iluminuras dos livros manuscritos medievais. Alguns até apresentam várias ilustrações, como a Crónica do imperador Vespasiano. Tal facto não é de espantar, já que a descoberta da xilogravura e da calcogravura precedeu a da tipografia. Do mesmo modo, a ilustração acompanha, desde muito cedo, as obras para crianças, porquanto já nos Dialogos de preceitos moráes cõ prática delles, em módo de iogo de João de Barros (1540) se ensinavam as virtudes às crianças através de ilustrações. Também a literatura popular, vulgo folhetos de cordel, recorreu à utilização de gravuras. Na verdade, muitas das histórias desses folhetos, umas ligadas ao ciclo bretão ou carolíngio, outras à Legenda Aurea, à sátira ou às Relações dos naufrágios das naus da Índia (cujo sucesso se terá prolongado na Nau Catrineta), aos contos tradicionais, circularam depois sob a forma de letras de fados ou como folhetos lidos pelo povo e pelas crianças. Este tipo de literatura subsistiu entre nós até, pelo menos, aos anos 90 do século XX, sob a forma de livros para crianças. Eram edições tão despojadas que, curiosamente, mais parecem herdeiras destes folhetos, como é o caso de A donzela Teodora, A Princesa Magalona, João de Calais..., do que precursoras dos bem cuidados, bem ilustrados livros da atual Literatura Infantil. |
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Dos folhetos de cordel à literatura infantilEDUCAÇÃOLITERATURA DE CORDELLITERATURA INFANTILEDUCATIONCHAPBOOK LITERATURECHILDREN'S LITERATUREDesde a invenção da imprensa de carateres móveis que os livros apresentam ornamentos, imitando, embora modestamente, as iluminuras dos livros manuscritos medievais. Alguns até apresentam várias ilustrações, como a Crónica do imperador Vespasiano. Tal facto não é de espantar, já que a descoberta da xilogravura e da calcogravura precedeu a da tipografia. Do mesmo modo, a ilustração acompanha, desde muito cedo, as obras para crianças, porquanto já nos Dialogos de preceitos moráes cõ prática delles, em módo de iogo de João de Barros (1540) se ensinavam as virtudes às crianças através de ilustrações. Também a literatura popular, vulgo folhetos de cordel, recorreu à utilização de gravuras. Na verdade, muitas das histórias desses folhetos, umas ligadas ao ciclo bretão ou carolíngio, outras à Legenda Aurea, à sátira ou às Relações dos naufrágios das naus da Índia (cujo sucesso se terá prolongado na Nau Catrineta), aos contos tradicionais, circularam depois sob a forma de letras de fados ou como folhetos lidos pelo povo e pelas crianças. Este tipo de literatura subsistiu entre nós até, pelo menos, aos anos 90 do século XX, sob a forma de livros para crianças. Eram edições tão despojadas que, curiosamente, mais parecem herdeiras destes folhetos, como é o caso de A donzela Teodora, A Princesa Magalona, João de Calais..., do que precursoras dos bem cuidados, bem ilustrados livros da atual Literatura Infantil.Since the invention of the movable type press, books have been ornamented, imitating, although modestly, the illuminations of medieval handwritten books. Some even feature multiple illustrations, such as the Crónica do Imperador Vespasiano. This fact is not surprising, since the discovery of the woodcut and the calcogravure preceded that of typography. In the same way, illustration accompanies, from a very early age, works for children, since in João de Barros’s, Dialogos de preceitos moráes cõ prática delles, em módo de iogo (1540) children were taught virtues through illustrations. Popular literature, commonly known as colportage, resorted to the use of engravings. In fact, many of the stories in these pamphlets, some linked to the Breton or Carolingian cycle, others to the Legenda Aurea, to satire or to the Reports of the shipwrecks of the Indian ships (whose success would have continued in the Nau Catrineta), to traditional tales, later circulated in the form of fado lyrics or as leaflets read by the people and children. This type of literature survived among us until, at least, the 90s of the 20th century, in the form of books for children. They were editions so stripped down that, curiously, they seem more like heirs of these pamphlets, as is the case of A DonzelaTeodora, A Princesa Magalona, João de Calais..., than precursors of the well-kept, well-illustrated books of current Children’s Literature. Keywords: children’s literature; cordel pamphlets; popular literature; children.Edições Universitárias Lusófonas2023-06-14T11:37:08Z2023-01-01T00:00:00Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/13950por1645-7250Freitas, Anabelainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-15T01:36:49Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/13950Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:00:41.860617Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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