Marmorite: caracterização e contributo para a sua conservação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/30814 |
Resumo: | Nos últimos anos tem-se assistido a um crescimento da reabilitação do património edificado português e, com isto, tem surgido a necessidade de estudos de caracterização de revestimentos antigos. Alguns desses revestimentos foram caindo em desuso e, portanto, as formulações e técnicas originais deixaram de ser tão conhecidas. As suas características, valor técnico e estético fazem com que seja muito importante o seu estudo, contribuindo para a sua correta conservação. A marmorite surge em Portugal continental na época do “modernismo”, inspirada em revestimentos de argamassa com agregado de pedra à vista que surgem na Europa. Constituindo um revestimento que imita a pedra e mais tarde com fins decorativos, em Portugal foi maioritariamente utilizada do final dos anos 40 aos anos 70. É constituída por diversos materiais entre os quais a cal aérea ou o cimento, pó de pedra, agregados de pedra e/ou vidro de diversas granulometrias e pigmentos. Consiste numa camada de argamassa com agregados escolhidos, que é aplicada sobre reboco de regularização e lavada para exposição desses agregados. Trata-se de um revestimento de paredes bastante durável sem grande necessidade de pintura (geralmente só em juntas) e manutenção (correntemente apenas por lavagem), mas que atualmente, e após décadas de exposição, necessita em muitos casos de ser reparado. Por falta de conhecimento da técnica, é geralmente pintado, perdendo-se grande parte das suas características. A presente dissertação pretende contribuir para um maior conhecimento das marmorites aplicadas como revestimento exterior de paredes. Para tal foi recolhida informação da bibliografia, tanto de argamassas de imitação de pedra e argamassas decorativas com agregados à vista, como de caracterização de argamassas antigas contemporâneas deste revestimento. Foram também realizadas entrevistas junto de antigos mestres e um mapeamento preliminar para aferir as características gerais deste tipo de revestimento. Adicionalmente foi realizada uma caracterização física, mecânica, química, mineralógica e microestrutural de amostras recolhidas in situ. Da análise dos resultados obtidos do mapeamento realizado, concluiu-se que existem diversos estilos de região para região, função também do tipo de edifícios, bem como diferentes agregados. Na sua generalidade os edifícios apresentam-se em estado bom a razoável, a necessitar de algumas intervenções, algumas delas apenas pontuais ou lavagem superficial. Os ensaios laboratoriais revelaram que as amostras recolhidas são, na sua maioria, de cal aérea e agregado calcário, silicioso e algumas com vidro e apenas uma tem cimento na sua constituição, o que, por alguma bibliografia e entrevistas realizadas, não era um resultado esperado. Concluiu-se que as marmorites recolhidas apresentam um bom comportamento quando comparadas com argamassas de reboco contemporâneas à aplicação de marmorites e com variantes da marmorite. Embora as marmorites analisadas sejam bastante distintas, consideram-se constituir uma pequena amostra já representativa. Assim, os resultados obtidos consideram-se um bom ponto de partida para ser possível vir a propor corretas metodologias de conservação. |
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