Os Escoriais de Moncorvo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa,Horácio Maia e
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-83122009000200010
Resumo: Este trabalho foi realizado na sequência de um outro exclusivamente dedicado ao estudo das escórias de Felgar. O objectivo deste novo estudo é o de relacionar as características das escórias existentes nos escoriais conhecidos da Região de Moncorvo [Felgueiras, Felgar, Souto da Velha, S. Pedro (Mós) Chapa Cunha e Carviçais] e que resultaram da exploração de Ferrarias, com o mesmo nome, cujas datas de funcionamento continuam por determinar. Com efeito, não foi ainda possível encontrar as ruínas das instalações fixas que, necessariamente terão existido, nem indícios dos equipamentos (fornos, insufladores de ar, martelos, bigornas, etc.) que as integrariam. Dedicadas à produção de “ferro maleável”, estas Ferrarias forneciam barras e chapas que ferreiros transformavam em ferramentas, alfaias agrícolas, grades e outros utensílios. Porém, não é conhecida a existência de estruturas onde o ferro de Moncorvo tivesse sido aplicado, embora haja algumas monumentais obras de arte em Portugal construídas inteiramente com “ferro pudelado” (Ponte de D. Maria, no Porto, Ponte sobre o Rio Lima, em Viana do Castelo, Grades da Ceia da Relação, no Porto, etc.) que terá sido importado, provavelmente da Galiza (Espanha). A observação das escórias colhidas nos escoriais acima referidos, mostra que a sua estrutura é em todos os casos semelhante o que aponta para equipamentos e metodologias de fabrico iguais ou parecidas. O facto de não serem conhecidas aplicações do ferro de Moncorvo nem terem sido encontrados, nos escoriais, fragmentos de ferro, impede que se possa avançar nestes estudos de reconhecimento das estruturas e da qualidade dos materiais fabricados. Portanto, a conclusão a tirar, aponta no sentido de haver grande semelhança de procedimentos nos fabricos das diversas Ferrarias. No entanto, ficam dúvidas relativamente à Ferraria da Chapa Cunha que, se admite, utilizaria metodologias mais evoluídas recorrendo nomeadamente, a sistemas hidráulicos para a insuflação contínua de ar nos fornos, recorrendo a trompas, e também ao accionamento de equipamentos mecânicos para a martelagem (pudelagem) necessária à remoção das escórias que acompanham e formam inclusões no “bolo” de ferro retirado dos fornos. Não foi possível encontrar na proximidade do edifício, considerado como tendo pertencido à Ferraria e depois recuperado para nele instalar um moinho para a moagem de cereais, qualquer fragmento de escória. Também não foram ainda encontradas as ruínas de outras dependências fixas que, necessariamente, integrariam a Ferraria e não existe qualquer terrapleno ou plataforma onde estas coubessem. Somente existe uma vala que promove o desvio da água de uma ribeira próxima que poderia integrar o sistema hidráulico acima referido e que mais tarde terá sido recuperada para a moagem de cereais.
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