O uso da madeira na mineração e metalurgia do ouro durante a época romana em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Braz Martins, Carla Maria
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://www.apeq.pt/ojs/index.php/apeq/article/view/242
Resumo: Resumo:A madeira foi uma matéria-prima importante para a exploração mineira e metalurgia no período romano, embora as suas evidências arqueológicas no actual território português sejam escassas, atendendo ao material perecível que é. A mineração consubstanciada na exploração subterrânea apresenta bastantes constrangimentos, particularmente ao nível da segurança, e daí a necessidade de usar escoramentos de madeira em galerias e poços. Este árduo trabalho obriga o mineiro a munir-se de todo um conjunto de instrumentos de ferro encabados por madeira. O evoluir dos trabalhos, por norma através de vários níveis de profundidade, impõe também a necessidade de utilização desta matéria-prima em escadas, assim como em máquinas elevatórias para extracção da água quando se atingem os lençóis freáticos. No tratamento do minério, este material continua também a ser imprescindível, como o descrito por Agrícola para as instalações de separação gravítica. No âmbito do processo metalúrgico, a madeira era a fonte de combustível dos fornos. Não sendo, obviamente, a condição única em todo este processo industrial, a madeira assume-se inequivocamente como uma infra-estrutura (vastas áreas florestadas) importante na exploração mineira “proto-industrial” romana. Deste modo, define-se como objectivo principal deste trabalho caracterizar as diferentes funcionalidades das madeiras provenientes das minas de Mouros (Jales, Vila Pouca de Aguiar), Tresminas (Vila Pouca de Aguiar), Algares (Aljustrel) e S. Domingos, atendendo às duas diferentes fases que estão adstritas à exploração mineira: extracção do minério e sua metalurgia. Os sítios arqueológicos referidos assumem-se como quatro referências na exploração aurífera romana em Portugal, sendo o ouro explorado como minério principal em Jales e Tresminas, e como minério secundário em S. Domingos e Aljustrel, já que a extracção principal recai sobre o cobre.Palavras-chave: madeira, mineração, metalurgia, ouro, romanização Abstract:The use of wood in gold mining and metallurgy in Roman time in PortugalWood was an important raw material for mining and metallurgy in the Roman period, although its archaeological evidence in the present Portuguese territory is scarce, given the perishable nature of the material. Mining in underground exploration presents a number of constraints, particularly in terms of safety, hence the need for using wood shoring in galleries and wells. This hard work calls for a whole set of iron and wood tools for the miner. The evolution of the work, through various levels in depth, also requires the use of this raw material on stairs, as well as in devices for extraction of the water when groundwater is reached. Wood was also essential for the processing of ore, as described by Agrícola for gravitational separation facilities. In the metallurgical process, wood was the fuel used in furnaces. Not being, of course, the unique condition in this whole industrial process, wood is unequivocally assumed as an important infra structure (large forested areas) in Roman "proto-industrial" mining. In this way, the main objective of this work is to characterize the different functionalities of the wood from the Mouros (Jales, Vila Pouca de Aguiar), Tresminas (Vila Pouca de Aguiar), Algares (Aljustrel) and S. Domingos mines. Two different phases are involved in mining: extraction of the ore and its metallurgy. The mentioned archaeological sites are assumed as four reference sites in the Roman gold exploration in Portugal, gold being exploited as the main ore in Jales and Tresminas, and as a secondary ore in S. Domingos and Aljustrel, where the main extraction was copper.Keywords: Fuel, Pottery Kiln, Reduction atmosphere, Ethnoarchaeology, Portugal 
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