A construção mediática do tráfico de seres humanos na imprensa escrita portuguesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.12/3417 |
Resumo: | O crescente reconhecimento do tráfico de seres humanos ao longo da última década deveu-se, em grande parte, à acção dos órgãos de comunicação social, quer enquanto veículos transmissores de informação massificados, quer enquanto participantes activos no processo de construção da realidade. Este duplo papel justifica a necessidade de estudo dos seus produtos no sentido de melhor compreender os fenómenos sociais e, particularmente, aqueles que se associam ao desvio. Da análise das notícias publicadas por dois jornais diários de distribuição nacional emerge uma sobreposição frequente entre tráfico, prostituição e imigração ilegal, fruto de um predomínio de narrativas sobre exploração sexual de mulheres, contribuindo para a presença de estereótipos e mensagens de alarme social. No entanto, os actores principais das histórias são arredados da arena das narrativas, sendo os seus discursos subalternizados face à acção dos órgãos de polícia criminal, atribuindo-lhes o controlo do conhecimento difundido sobre o fenómeno. Sublinha-se, por fim, a necessidade da adopção de códigos de conduta por parte dos agentes dos meios de comunicação de massas que permitam evitar a emissão de mensagens que apelam ao estigma e ao pânico e que promovam a reconciliação das pressões comerciais com o interesse público, a responsabilidade ética e social. |
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A construção mediática do tráfico de seres humanos na imprensa escrita portuguesaConstrução socialMediaPercepções públicasTráfico de seres humanosMediaPublic perceptionsSocial constructionTrafficking in human beingsO crescente reconhecimento do tráfico de seres humanos ao longo da última década deveu-se, em grande parte, à acção dos órgãos de comunicação social, quer enquanto veículos transmissores de informação massificados, quer enquanto participantes activos no processo de construção da realidade. Este duplo papel justifica a necessidade de estudo dos seus produtos no sentido de melhor compreender os fenómenos sociais e, particularmente, aqueles que se associam ao desvio. Da análise das notícias publicadas por dois jornais diários de distribuição nacional emerge uma sobreposição frequente entre tráfico, prostituição e imigração ilegal, fruto de um predomínio de narrativas sobre exploração sexual de mulheres, contribuindo para a presença de estereótipos e mensagens de alarme social. No entanto, os actores principais das histórias são arredados da arena das narrativas, sendo os seus discursos subalternizados face à acção dos órgãos de polícia criminal, atribuindo-lhes o controlo do conhecimento difundido sobre o fenómeno. Sublinha-se, por fim, a necessidade da adopção de códigos de conduta por parte dos agentes dos meios de comunicação de massas que permitam evitar a emissão de mensagens que apelam ao estigma e ao pânico e que promovam a reconciliação das pressões comerciais com o interesse público, a responsabilidade ética e social.The growing recognition of trafficking in human beings over the last decade was due in large part to the action of the media, either as a massive information vehicle, either as an active participant in the process of constructing reality. This dual role justifies the need to study their products in order to better understand social phenomena, and particularly those associated with deviation. By analysing the news published by two national daily newspapers, a frequent overlap between trafficking, prostitution and illegal immigration emerges, reflecting the dominance of narratives regarding women’s sexual exploitation, which, in turn, contributes to the presence of stereotypes and social alarm messages. However, the main actors are sidelined from the narratives arena, since their discourses are subordinated to the action of the criminal police bodies, giving them control of the spread knowledge regarding the phenomenon. Finally, the need to adopt codes of conduct by media stakeholders is noted in order to avoid the release of messages that appeal to stigma and panic, as well as to promote the reconciliation between commercial pressures and the public interest, ethical and social responsibility.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)ISPA - Instituto UniversitárioRepositório do ISPACouto, DulceMachado, CarlaGonçalves, Rui Abrunhosa2015-02-19T15:44:53Z2012-01-01T00:00:00Z2012-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/3417porAnálise Psicológica, 30(1-2), 231-2460870-8231info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:39:17Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/3417Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:21:20.014449Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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