Gravidez após o Cancro da Mama

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Bárbara Rita Teixeira de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13456
Resumo: Introdução: O Cancro da Mama (CM) é a neoplasia mais comum em idade reprodutiva, podendo estar associado a um prognóstico mais desfavorável, devido a características biológicas e moleculares mais agressivas. Terapias mais eficazes, têm levado a um aumento do número de sobreviventes. No entanto, estas podem afetar negativamente a capacidade reprodutiva destas jovens. Dada a presente tendência em adiar a maternidade, muitas mulheres são diagnosticadas com CM antes de engravidar, sendo mais comum a intenção de o fazer após a doença. Objetivo: Aprofundar os conhecimentos sobre a gravidez após o CM, em especial dar a conhecer a atual evidência científica sobre a influência dos antecedentes de CM sobre uma gravidez subsequente e, secundariamente, o impacto de uma gravidez após um CM no prognóstico da mulher em follow-up. Metodologia: Pesquisa de artigos através do PubMED e do Google Scholar, sendo que também foram consultadas referências bibliográficas consideradas de interesse, dos artigos anteriormente selecionados. Resultados: Vários artigos demonstram que a capacidade reprodutiva entre as sobreviventes do CM é significativamente menor do que a da população em geral, notando-se uma forte relação com os efeitos adversos da terapêutica. A maioria dos estudos recomenda um período mínimo de dois anos entre o diagnóstico e concepção, apesar deste, depender de múltiplos fatores de prognóstico e preditivos de recorrência. Os resultados não demonstram um risco significativamente superior de doenças associadas à gravidez em relação à da população em geral, ainda que a literatura seja muito limitada. Quanto aos outcomes da gravidez após o CM, os artigos referem que o risco de perda gestacional e de anomalias congénitas é semelhante ao da população em geral. Por outro lado, sugerem um aumento do risco de cesariana, do recém-nascido apresentar baixo peso ao nascimento, de ocorrer parto pré-termo e do feto apresentar pequeno tamanho para a idade gestacional em comparação com a população em geral. Os estudos mostram que as mulheres submetidas a tratamentos do CM enfrentam dificuldades adicionais na amamentação. Vários trabalhos sugerem que a gravidez após o CM está associado a um melhor prognóstico para a mulher, com ausência de impacto na qualidade ou no tempo de sobrevida destas doentes, independentemente da expressão de recetores hormonais ou da presença de mutações Breast Cancer gene 1 (BRCA1) ou Breast Cancer gene 2 (BRCA2). Conclusão e perspetivas futuras: Conclui-se que a gravidez após o CM para muitas mulheres representa um importante fator de qualidade de vida. É fulcral incentivar estudos e pesquisas que avaliem os outcomes obstétricos e neonatais das gestações subsequentes ao CM. Entende-se que a gravidez após o CM deve ser considerada de alto risco e, como tal, deve ser referenciada para um centro especializado. Por fim, conclui-se que não se deve desencorajar a gravidez após o CM.
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spelling Gravidez após o Cancro da MamaComplicações da GravidezGravidezGravidez Após o Cancro da MamaNeoplasias da MamaRecorrênciaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O Cancro da Mama (CM) é a neoplasia mais comum em idade reprodutiva, podendo estar associado a um prognóstico mais desfavorável, devido a características biológicas e moleculares mais agressivas. Terapias mais eficazes, têm levado a um aumento do número de sobreviventes. No entanto, estas podem afetar negativamente a capacidade reprodutiva destas jovens. Dada a presente tendência em adiar a maternidade, muitas mulheres são diagnosticadas com CM antes de engravidar, sendo mais comum a intenção de o fazer após a doença. Objetivo: Aprofundar os conhecimentos sobre a gravidez após o CM, em especial dar a conhecer a atual evidência científica sobre a influência dos antecedentes de CM sobre uma gravidez subsequente e, secundariamente, o impacto de uma gravidez após um CM no prognóstico da mulher em follow-up. Metodologia: Pesquisa de artigos através do PubMED e do Google Scholar, sendo que também foram consultadas referências bibliográficas consideradas de interesse, dos artigos anteriormente selecionados. Resultados: Vários artigos demonstram que a capacidade reprodutiva entre as sobreviventes do CM é significativamente menor do que a da população em geral, notando-se uma forte relação com os efeitos adversos da terapêutica. A maioria dos estudos recomenda um período mínimo de dois anos entre o diagnóstico e concepção, apesar deste, depender de múltiplos fatores de prognóstico e preditivos de recorrência. Os resultados não demonstram um risco significativamente superior de doenças associadas à gravidez em relação à da população em geral, ainda que a literatura seja muito limitada. Quanto aos outcomes da gravidez após o CM, os artigos referem que o risco de perda gestacional e de anomalias congénitas é semelhante ao da população em geral. Por outro lado, sugerem um aumento do risco de cesariana, do recém-nascido apresentar baixo peso ao nascimento, de ocorrer parto pré-termo e do feto apresentar pequeno tamanho para a idade gestacional em comparação com a população em geral. Os estudos mostram que as mulheres submetidas a tratamentos do CM enfrentam dificuldades adicionais na amamentação. Vários trabalhos sugerem que a gravidez após o CM está associado a um melhor prognóstico para a mulher, com ausência de impacto na qualidade ou no tempo de sobrevida destas doentes, independentemente da expressão de recetores hormonais ou da presença de mutações Breast Cancer gene 1 (BRCA1) ou Breast Cancer gene 2 (BRCA2). Conclusão e perspetivas futuras: Conclui-se que a gravidez após o CM para muitas mulheres representa um importante fator de qualidade de vida. É fulcral incentivar estudos e pesquisas que avaliem os outcomes obstétricos e neonatais das gestações subsequentes ao CM. Entende-se que a gravidez após o CM deve ser considerada de alto risco e, como tal, deve ser referenciada para um centro especializado. Por fim, conclui-se que não se deve desencorajar a gravidez após o CM.Introduction: Breast cancer is the most common neoplasm in reproductive age, and may be associated with a poorer prognosis due to more aggressive biological and molecular characteristics. More effective therapies, have led to an increase in the number of survivors. However, these may negatively affect the reproductive capacity of these young women. Given the present tendency to postpone motherhood, many women are diagnosed with breast cancer before becoming pregnant, therefore it is more common to do it after the illness. Objective: To deepen the knowledge about pregnancy after breast cancer, in particular to provide current scientific evidence on the influence of breast cancer history on subsequent pregnancy and, secondarily, the impact of pregnancy after breast cancer on the prognosis of the woman in follow-up. Methods: Articles were searched through PubMED and Google Scholar, and bibliographic references considered to be of interest from the previously selected articles were also consulted. Results: Several articles show that reproductive capacity among breast cancer survivors is significantly lower than in the general population, and a strong relationship with the adverse effects of therapy is noted. Most studies recommend a minimum period of two years between diagnosis and conception, although this, depends on multiple prognostic and predictive factors of recurrence. The results do not demonstrate a significantly higher risk of pregnancy-associated disease than in the general population, although the literature is very limited. As for the outcomes of pregnancy after breast cancer, the articles report that the risk of gestational loss and congenital anomalies is similar to that of the general population. On the other hand, they suggest an increased risk of cesarean section, low birth weight, preterm birth and small for gestational age compared with the general population. Studies show that women undergoing breast cancer treatment face additional difficulties in breastfeeding. Several papers suggest that pregnancy after breast cancer is associated with a better prognosis for women, with no impact on the quality or survival time of these patients, regardless of the expression of hormone receptors or the presence of BRCA1 or BRCA2 mutations. Conclusion and future perspectives: It is concluded that pregnancy after breast cancer for many women represents an important quality of life factor. It is crucial to encourage studies and research that evaluate the obstetric and neonatal outcomes of pregnancies following breast cancer. It is understood that pregnancy after breast cancer should be considered high-risk and, as such, should be referred to a specialized center. Finally, it is concluded that pregnancy after breast cancer should not be discouraged.Moutinho, José Alberto FonsecauBibliorumSousa, Bárbara Rita Teixeira de2023-11-03T15:02:44Z2023-06-262023-04-212023-06-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13456TID:203375319porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:03Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13456Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:53.538239Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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