Vitimação e perpetração de comportamentos de violência em mulheres sinalizadas por exposição a violência nas relações íntimas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10437/10323 |
Resumo: | A investigação tem demonstrado que a violência é considerada um problema social, que também é manifestado nas relações íntimas. Assim, de modo a perceber este fenómeno é necessário reconhecer qual o tipo de violência, bem como o autor da mesma. O presente estudo teve dois objetivos. O primeiro foi examinar a prevalência de vitimação e perpetração de violência psicológica, física e sexual, em mulheres sinalizadas ou referenciadas pela polícia ou pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) como expostas a violência nas relações íntimas (VRI). O segundo objetivo foi testar modelos independentes de predição das diferenças entre vitimação e perpetração de negociação, violência física sem sequelas, violência psicológica, violência física com sequelas e violência sexual em mulheres sinalizadas como expostas a VRI. A amostra foi constituída por 160 mulheres, 81 (50.6%) participantes residiam em casas de abrigo e 79 (49.4%) moravam em casa com os agressores. Os resultados mostraram que a prevalência da vitimação variou entre os 63.5% (negociação) e os 100% (violência sexual) e a da perpetração entre 10.7% (violência física) e 98.7% (violência psicológica). Os resultados também demonstraram que as variáveis sociodemográficas apenas foram significativas na predição do índice vitimação-perpetração negociação, do índice de violência psicológica e do índice vitimação-perpetração violência sexual, porém a adição da sintomatologia depressiva, adversidade na infância e sintomatologia PTSD contribuiu significativamente para a explicação da variância dos cinco índices de vitimação-perpetração. Assim, os nossos resultados, ao sugerirem que problemas de saúde mental nas mulheres estão associados às diferenças entre vitimação e perpetração de violência nas relações de intimidade, apresentam implicações na avaliação e intervenção clínica com mulheres sinalizadas por exposição à VRI. |
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Vitimação e perpetração de comportamentos de violência em mulheres sinalizadas por exposição a violência nas relações íntimasMESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDEPSICOLOGIAPSICOLOGIA CLÍNICAPSICOLOGIA DA SAÚDEVIOLÊNCIA CONJUGALVIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADEVITIMAÇÃOPSYCHOLOGYCLINICAL PSYCHOLOGYHEALTH PSYCHOLOGYCONJUGAL VIOLENCEINTIMATE PARTNER VIOLENCEVICTIMISATIONA investigação tem demonstrado que a violência é considerada um problema social, que também é manifestado nas relações íntimas. Assim, de modo a perceber este fenómeno é necessário reconhecer qual o tipo de violência, bem como o autor da mesma. O presente estudo teve dois objetivos. O primeiro foi examinar a prevalência de vitimação e perpetração de violência psicológica, física e sexual, em mulheres sinalizadas ou referenciadas pela polícia ou pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) como expostas a violência nas relações íntimas (VRI). O segundo objetivo foi testar modelos independentes de predição das diferenças entre vitimação e perpetração de negociação, violência física sem sequelas, violência psicológica, violência física com sequelas e violência sexual em mulheres sinalizadas como expostas a VRI. A amostra foi constituída por 160 mulheres, 81 (50.6%) participantes residiam em casas de abrigo e 79 (49.4%) moravam em casa com os agressores. Os resultados mostraram que a prevalência da vitimação variou entre os 63.5% (negociação) e os 100% (violência sexual) e a da perpetração entre 10.7% (violência física) e 98.7% (violência psicológica). Os resultados também demonstraram que as variáveis sociodemográficas apenas foram significativas na predição do índice vitimação-perpetração negociação, do índice de violência psicológica e do índice vitimação-perpetração violência sexual, porém a adição da sintomatologia depressiva, adversidade na infância e sintomatologia PTSD contribuiu significativamente para a explicação da variância dos cinco índices de vitimação-perpetração. Assim, os nossos resultados, ao sugerirem que problemas de saúde mental nas mulheres estão associados às diferenças entre vitimação e perpetração de violência nas relações de intimidade, apresentam implicações na avaliação e intervenção clínica com mulheres sinalizadas por exposição à VRI.Research has established that violence is considered a social problem, which is also manifested in intimate relationships. Thus, in order to understand this phenomenon it is necessary to recognize what kind of violence, as well as the author of it. The present study had two objectives. The first was to examine the prevalence of victimization and perpetration of psychological, physical and sexual violence in women flagged or referenced by the police or the CPCJ as exposed to violence in intimate relationships. The second objective was to test independent models of predicting the differences between victimization and perpetration of negotiation, physical violence without sequelae, psychological violence, physical violence with sequelae and sexual violence in women flagged as exposed to intimate relationships violence. The sample consisted of 160 women, 81 (50.6%) participants lived in shelters and 79 (49.4%) lived at home with the aggressors. The results showed that the prevalence of victimization ranged from 63.5% (negotiation) to 100% (sexual violence) and perpetration from 10.7% (physical violence) to 98.7% (psychological violence). The results also showed that sociodemographic variables were only significant in predicting the victimization-perpetration negotiation index, the psychological violence index and the victimization-perpetration sexual violence index, but the addition of depressive symptomatology, childhood adversity and PTSD symptomatology contributed significantly to the explanation of the variance of the five victimization-perpetration indices. Thus, our results, suggesting that mental health problems in women are associated with differences between victimization and perpetration of violence in intimate relationships, showing implications for the evaluation and clinical intervention with women signaled by exposure to violence in intimate relationships.2020-07-28T18:12:09Z2019-01-01T00:00:00Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/10323TID:202434338porGonçalves, Joana Isabel da Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:05:50Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/10323Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:13:31.801792Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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