Energia, Geopolítica e a Política da Biosfera
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/1232 |
Resumo: | O quadro global da distribuição geográfica das reservas geológicas e da produção e consumo dos combustíveis fósseis, que são hoje de longe as principais fontes de energia a nível mundial, é cada vez mais propício à emergência e à recorrência de conflitos distributivos, conhecidos por “guerras dos recursos” ou simplesmente por guerras do petróleo. Para além disto, uma oferta de energia que não consegue acompanhar o crescimento da procura faz subir os preços de uma forma consistente. Também a concentração do mercado num número restrito de protagonistas (empresas e Estados produtores e consumidores), a competição pelo acesso e controlo dos combustíveis fósseis, enquanto recursos naturais estratégicos, e as enormes assimetrias dos consumos, geraram uma situação de insegurança energética generalizada, que as concepções e as práticas geopolíticas tradicionais não parecem capazes de resolver de uma forma permanente. A tese defendida é que é necessário repensar os conceitos de segurança nacional e geopolítica, integrando-os numa nova visão das relações internacionais, que designámos por política da biosfera, por três razões principais: (i) a compressão do espaço-tempo, introduzida pelas novas tecnologias da informação e comunicação; (ii) a emergência de novos protagonistas na cena internacional, para além dos Estados-nação, a marcarem a agenda política mundial: empresas transnacionais, grupos religiosos, organizações não governamentais do desenvolvimento e do ambiente, movimentos de defesa dos direitos humanos, comunidade científica, comunicação social, etc.; (iii) a questão socio-ambiental global, em larga medida associada às desigualdades crescentes de riqueza e de bem-estar e à deriva antropogénica dos climas terrestres. A não ser feita esta grande transformação, já nas próximas décadas, no sentido da instauração de uma política da Biosfera, a influência que exercemos sobre o curso da evolução pode vir a ter o resultado que ninguém deseja. |
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