Estudo cefalométrico das vias aéreas superiores e das alturas dentoalveolares em pacientes com mordida aberta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Laranjo, Filipe Manuel Manso
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/124
http://hdl.handle.net/20.500.11816/124
Resumo: A mordida aberta representa um dos problemas mais difíceis de resolver na prática ortodôntica diária. Esta maloclusão apresenta uma etiologia multifactorial, sendo em muitos casos difícil elaborar um correcto diagnóstico e desenvolver um tratamento estável no tempo. Com a realização deste estudo pretende-se avaliar através de uma análise cefalométrica as dimensões das vias aéreas superiores e das alturas dentoalveolares, em pacientes com mordida aberta versus overbite normal. Pretende-se ainda estudar a relação entre a largura das vias aéreas e falta de overbite, com o intuito de diferenciar entre mordida aberta dentária (MAD) e mordida aberta esquelética (MAE). Para a realização deste trabalho foram recolhidas duas amostras a partir de um ficheiro de pacientes ortodônticos: uma amostra controlo e uma amostra de mordida aberta, sendo cada uma composta por 40 indivíduos. As amostras foram seleccionadas de forma a limitar as diferenças relativamente ao sexo e à idade dos indivíduos. Recorrendo a telerradiografias laterais da face, foram avaliadas tanto as dimensões das vias aéreas superiores como as alturas dentoalveolares em ambas as amostras. Para tal foram utilizadas dezasseis medidas lineares, dois valores angulares e um rácio, e os resultados foram submetidos a uma análise estatística. Na mordida aberta observou-se um estreitamento anteroposterior das vias aéreas sobretudo na nasofaringe e orofaringe, um posicionamento mais anteroinferior do osso hióide e um aumento nas dimensões verticais das vias aéreas. Verificou-se ainda um aumento das alturas dentoalveolares maxilares e mandibulares, bem como da altura facial anterior, o que reflecte o crescimento vertical aumentado destes pacientes. A redução anteroposterior das vias aéreas nos pacientes com mordida aberta, leva a uma adaptação muscular compensatória que provoca o avanço do osso hióide, e o aumento das dimensões verticais das vias aéreas, para melhorar a eficiência respiratória. A MAE apresenta um overbite mais negativo e um crescimento facial mais no sentido horário relativamente à MAD, e ainda uma redução mais acentuada das vias aéreas no sentido anteroposterior. Dentro da mordida aberta, a dentária apresenta maior adaptação muscular reflectida por valores aumentados no deslocamento anteroinferior do osso hióide e nas dimensões verticais das vias aéreas. Observou-se ainda um aumento da altura facial posterior, o que permite a rotação anterior da mandíbula. As alterações observadas na MAD, sugerem que as vias aéreas manifestam uma tendência para mordida aberta, independentemente de existir ou não um problema esquelético. Verificou-se uma associação positiva entre a variável Val (comprimento vertical das vias aéreas) a altura do primeiro molar superior, e ainda entre o primeiro molar superior e a as alturas faciais. A dimensão da variável Val e a posição do osso hióide permitem determinar o potencial adaptativo que estes indivíduos apresentam, e desta forma tornar mais previsível o resultado final do tratamento.
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