Psicopatia, pressão de pares e envolvimento em comportamento antissocial

• Autor(a) principal: Ribeiro, Ana Rita
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/11501
• topic: Modelo triárquico da psicopatia; Diferença de género; Grupo de pares; Comportamento antissocial; Triarchic psychopathy measure; Gender difference; Antisocial behavior; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Direito; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

A psicopatia é um transtorno que configura um conjunto de traços de personalidade associados a perturbações emocionais e comportamentais, sendo frequentemente associado ao comportamento criminal e antissocial (i.e., Cooke & Michie, 2001; Patrick, Fowles & Krueger, 2009; Próspero‐Luis, Moreira, Paiva, Teixeira, Costa & Almeida, 2017), configurando um importante fator de risco dentro da literatura na área (Andrews & Bonta, 2003). No mesmo sentido, a influência do grupo de pares tem vindo a ser estudada como é uma componente de grande influência nos comportamentos antissociais (Chassin, Hussong, Barrera, Molina, Trim & Ritter, 2004; Simons-Morton, Lerner, & Singer, 2005), onde alguns autores descrevem a importância desta variável para o desenvolvimento de comportamentos antissociais também em idade adulta (Chassin et al., 2004; Hogg, 2001; Hogg & Van Knippenberg, 2003; Milgram, 1974; Simons-Morton, Lerner, & Singer, 2005). Nesse sentido, a realização desta investigação foca-se em perceber de que a forma a pressão de pares atua em indivíduos com níveis mais elevados de traços psicopáticos. Esta análise será concebida em relação aos Pares (i.e., aqueles que influenciam), assim como em relação aos Alvos (i.e., aqueles que são influenciados). Será ainda analisada a relação de ambas a variáveis (i.e., Traços psicopáticos e pressão de pares) na sua interação com o desenvolvimento de comportamentos antissociais, procedendo-se a uma análise comparativa dos géneros. De forma a conseguir alcançar este objetivo, administrou-se um conjunto escalas: TriPM (Patrick et al., 2009), a Peer Delinquency Scale (Loeber, Farrington, Stouthamer-Loeber & Van Kammen, 1998), a Adapted Self-Report Delinquency Scale for Adolescentes (Pechorro et al., 2018) e ainda um questionário construído com o propósito de diferenciar aqueles que influenciam (Pares) daqueles que são influenciados (Alvos), no contexto da pressão de pares). A bateria de testes foi aplicada a uma amostra da comunidade (N Homens= 66/ N Mulheres= 111) com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos. Verificou-se que, no caso dos indivíduos com níveis elevados de traços psicopáticos (i.e., Malvadez e Ousadia) existe uma correlação positiva com a influência enquanto Par, implicando que estes indivíduos se apresentam como influenciadores. Por outro lado, indivíduos com níveis mais elevados de desinibição apresentam uma relação positiva com o estatuto de Alvo, demonstrando uma maior suscetibilidade para serem influenciados. Verificou-se ainda que os indivíduos do sexo masculino apresentam maior tendência a serem mais criminosos relativamente à diferenciação de género, os indivíduos de sexo masculino tendem a ser mais influenciados. No que diz respeito à expressão dos traços psicopáticos por género, verificou-se que embora existam níveis mais elevados de Malvadez nos homens, esta exprime-se de forma diferente nas mulheres.