Dyadic coping and family functioning

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Margarida Pais
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/23092
Resumo: Tese de mestrado, Psicologia (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde, Núcleo de Psicologia Clínica Sistémica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2015
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spelling Dyadic coping and family functioningCopingFamíliaRelações familiaresTeses de mestrado - 2015Tese de mestrado, Psicologia (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde, Núcleo de Psicologia Clínica Sistémica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2015As famílias são compostas por um agregado complexo de subsistemas que se influenciam mutuamente. Estes sistemas são formados pelos membros familiares, que podem pertencer a mais que um subsistema simultaneamente (Minuchin, 1974). De acordo com o mesmo autor, o subsistema conjugal exerce funções específicas que são vitais para um funcionamento familiar adequado. Este subsistema acumula também, na maioria das vezes, as funções e tarefas do subsistema parental, tornando-se assim o subsistema que mais afectado é pelos factores de stress, tanto internos como externos. A literatura consistentemente tem mostrado que o coping diádico é um factor importante para a qualidade e satisfação conjugais (Bodenmann, 2005; Bodenmann, Pihet & Kayser, 2006; Papp & Witt, 2010; Falconier, Nussbeck & Bodenmann, 2013; Vedes et al., 2013), consideradas como um pilar para o funcionamento adequado da família (Barker & Chang, 2013). Por outro lado, o funcionamento familiar tem sido associado a melhores níveis de ajustamento da família a situações stressantes (Dimitropoulos et al., 2008; Georgiades, 2008; Manor-Binyamini, 2011; Fay et al., 2013; Ye-he et al., 2015). Contudo, a literatura apresenta uma lacuna no que diz respeito à associação entre coping diádico e funcionamento familiar. O funcionamento familiar pode ser definido como sendo a capacidade que a família tem em completar tarefas que promovem o bem-estar familiar, de se adaptar a novas circunstâncias, e de gerir as necessidades individuais e familiares (Keitner, Heru & Glick, 2010). Do funcionamento familiar parecem surgir três dimensões que descrevem este conceito (Stratton et al., 2014). A dimensão da comunicação descreve os padrões comunicativos familiares; a dimensão de recursos descreve as forças e capacidades que a família possui para se adaptar a novas circunstâncias e gerir as dificuldades que podem surgir no dia-a-dia; e por último, a dimensão das dificuldades descreve as fragilidades que a família possui. O funcionamento familiar tem sido associado a níveis percebidos de bem estar mais elevados (Georgiades, 2008), a níveis mais baixos de sobrecarga do cuidador (Moore, 2010) e a melhores níveis de ajustamento psicossocial dos adolescentes (Shek, 1997). Assim, parece consensual afirmar que o funcionamento familiar exerce impacto, tanto a nível do ajustamento familiar, como do ajustamento dos indivíduos, pelo que se torna importante compreender melhor que factores influenciam o funcionamento familiar. A literatura mostra também que o funcionamento familiar pode ser afectado por factores de stress, tais como um nível socioeconómico baixo (Georgiades, 2008), ou doença de um membro da família (Dimitropoulos et al., 2008; Manor-Binyamini, 2011; Fay et al., 2013; Wang et al., 2015). A relação conjugal parece surgir como um pilar para a existência de um bom funcionamento familiar (Barker & Chang, 2013), e a sua qualidade parece estar intimamente associada com a adoção de estratégias de coping diádico positivas (Bodenmann, Pihet & Kayser, 2006; Randall & Bodenmann, 2009; Papp & Witt, 2010; Landis et al., 2013; Herzberg, 2013). Apesar das aparentes associações entre a qualidade conjugal e o coping diádico, bem como com o funcionamento familiar, a associação entre estes dois últimos factores não foi estudada. O coping diádico pode ser entendido como um processo conjunto de adoção de estratégias de coping, em que o casal lida com um evento stressante (Bodenmann, 1995). Este evento stressante é considerado como sendo stress diádico, uma vez que afecta os dois membros do casal, quer diretamente ou indiretamente, e em simultâneo ou em diferido (Bodenmann, 2005). Os casais podem adoptar diversas estratégias de coping diádico, que podem ser classificadas como sendo positivas ou negativas. Esta escolha é influenciada pela forma como os membros do casal percepcionam o evento stressante, as suas capacidades de coping individuais, os objectivos que têm quanto à própria relação, motivação, e factores contextuais. O coping diádico positivo pode subdividir-se em três tipos: (a) coping diádico apoiante (focado nas emoções ou nos problemas), em que um parceiro ajuda o outro nas suas estratégias de coping, realizando atividades apoiantes, como dar conselhos; (b) coping diádico delegado (focado nos problemas), em que o parceiro menos stressado assume responsabilidades e tarefas que são geralmente desempenhadas pelo outro parceiro, tais como as tarefas domésticas; (c) coping diádico conjunto (focado nas emoções ou nos problemas), em que ambos os parceiros, de forma simétrica ou complementar, assumem estratégias de coping, lidando em conjunto com o evento stressante. Por outro lado, o coping diádico negativo pode subdividir-se em: (a) coping diádico hostil, em que o parceiro que não é afectado diretamente pelo stress ajuda o outro de um modo negativo (e.g. ridiculariza o parceiro stressado); (b) coping diádico ambivalente, em que um parceiro ajuda o outro, mostrando que a sua ajuda não deveria ser necessária,; e (c) coping diádico superficial, em que um parceiro presta falso apoio (e.g. questiona o parceiro sobre como ele se sente, mas sem ouvir a resposta). O coping diádico positivo é visto como sendo um factor protetor do funcionamento conjugal (Bodenmann, 2005; Bodenmann, Pihet & Kayser, 2006; Papp & Witt, 2010), uma vez que favorece a qualidade e o bem-estar conjugal (Bodenmann, Pihet & Kayser, 2006; Papp & Witt, 2010; Falconier, Nussbeck & Bodenmann, 2013; Vedes et al., 2013). Tendo em conta a perspectiva sistémica, e a ideia de que os subsistemas familiares se influenciam mutuamente, o objectivo principal do presente trabalho é explorar as associações entre o coping diádico positivo, negativo e conjunto, com as dimensões de recursos, comunicação e dificuldades do funcionamento familiar, uma vez que esta associação permanece inexplorada. Por outro lado, este estudo pretende também: (a) analisar as diferenças entre homens e mulheres quanto ao coping diádico; (b) analisar diferenças entre pais e filhos quanto ao funcionamento familiar; e (c) explorar se os efeitos diretos variam conforme o coping diádico reportado por homens e mulheres. A amostra foi recolhida por método bola de neve e é constituída por 100 famílias portuguesas. Este estudo debruça-se então sobre a avaliação do funcionamento familiar através do inventário SCORE-15 (Stratton et al., 2010; versão portuguesa por Vilaça et al., 2014), e do coping diádico pelo Inventário de Coping Diádico (Bodenmann, 2008; versão portuguesa por Vedes et al., 2013). Os resultados obtidos mostraram a existência de efeitos diretos significativos (p < .05) entre o coping diádico positivo de homens e mulheres nas dimensões de funcionamento familiar reportadas pelos pais (à exceção da dimensão de comunicação, que parecer ser somente afectada pelo coping positivo do pai), entre o coping diádico negativo das mulheres e a dimensão de comunicação reportada pelas crianças, e entre o coping diádico positivo dos homens e a dimensão de forças reportada pelas crianças. As potenciais diferenças entre homens e mulheres em relação ao coping diádico foram analisadas através de t-test, que mostrou uma relativa homogeneidade entre homens e mulheres, excepto na dimensão de coping diádico negativo, em que as mulheres reportaram significativamente mais coping diádico negativo que os homens. O mesmo teste foi utilizado para analisar potenciais diferenças entre pais e filhos nas dimensões do funcionamento familiar testadas. À exceção da dimensão de comunicação, em que os pais reportam valores significativamente mais altos que os filhos, pais e filhos mostraram homogeneidade nos valores reportados. Por último, os valores de coping diádico reportados por homens e mulheres mostraram ter um impacto diferenciado nas dimensões de funcionamento familiar reportadas por pais e filhos. É importante reconhecer que este estudo apresenta algumas limitações. O valor do índice de RMSEA encontra-se acima do valor de cutoff sugerido por Kline (2005), pelo que o modelo precisa de ser reajustado e testado numa amostra maior. Por outro lado, este estudo não tem em conta factores de stress que possam ter influenciado os valores de coping diádico reportados, pelo que se sugere que este modelo seja reformulado tendo em conta esta alteração. Por último, o facto de este ser um estudo pioneiro, faz com que uma grande limitação deste estudo seja a falta de fundamentação teórica para a explicação alguns dos resultados. Apesar das suas várias limitações, este estudo apresenta um importante passo no sentido de compreender de que modo é que a gestão de stress pelo subsistema conjugal influencia os restantes subsistemas e a família como um todo.Based on a systemic perspective, this study aims to explore the associations between dyadic coping and family functioning. Literature consistently reports dyadic coping as an important factor for marital quality and satisfaction, which is considered to be an important foundation for proper family functioning. In this study participated 100 Portuguese families, constituted by the married or cohabitating couple and a child. The participants completed self-report inventories to assess their perceptions of family functioning (SCORE-15) and of dyadic coping strategies (Dyadic Coping Inventory). The results showed direct effects between fathers' and mothers' negative DC on almost every family functioning dimension reported by the parental subsystem (with the exception of parent's communication dimension, which seems to be solely affected by fathers' negative DC), between mothers' negative DC and the communication dimension reported by children, and between fathers' positive DC and children's perceived strengths. Gender differences regarding reported dyadic coping were only found on negative DC subscale, where mothers reported a significantly higher level of negative DC. Results also showed homogeneous responses between parents and children on two of the three SCORE-15 subscales tested. Lastly, mother's and father's reports of dyadic coping had different effects on family functioning subscales. The results found have implications on family therapy designs, since a closer look to how couples deal with stress factors might be crucial to understand the family issues that bring couples and families to therapy.Pedro, Marta Maria Figueiredo, 1982-Repositório da Universidade de LisboaDuarte, Margarida Pais2016-03-18T16:49:59Z20152015-10-192015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/23092enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:10:55Zoai:repositorio.ul.pt:10451/23092Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:40:34.395652Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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