Estudo morfosedimentar da península de Cacela

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matias, Ana
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/1639
Resumo: Tese de mest., Estudos Marinhos e Costeiros, Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente, Univ. do Algarve, 2000
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spelling Estudo morfosedimentar da península de CacelaGeologiaGeomorfologiaMovimentação sedimentarCaracterização morfodinâmicaRecuperação dunarPenínsula de CacelaTese de mest., Estudos Marinhos e Costeiros, Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente, Univ. do Algarve, 2000A Península de Cacela localiza-se no extremo oriental do sistema de ilhas barreira da Ria Formosa, caracterizado por possuir um carácter extremamente dinâmico, quer ao nível das movimentações sedimentares transversais, quer longilitorais. Devido à elevada vulnerabilidade em que o seu cordão dunar se encontrava foram realizados vários tipos de medidas de recuperação que incluem a alimentação artificial, a colocação de estacaria, a re-vegetação dunar e a colocação de passagens pedonais sobreelevadas. A presente dissertação visou por um lado a caracterização morfodinâmica da Península de Cacela e, por outro, a compreensão da evolução desta zona na sequência das intervenções, tentando encontrar formas de avaliar quantitativamente a sua eficácia. Para tal foi estabelecido um programa de monitorização que consistiu na realização mensal de perfis de praia emersa e na recolha de amostras de sedimentos de praia e de duna, embora com menor regularidade, e na realização ocasional de levantamentos topográficos em alguns locais da península. Foram ainda analisados dois anos de dados de agitação marítima, uma série de fotografias aéreas verticais (entre ~1940 e 1999) e a vulnerabilidade do cordão dunar através de uma checklist. A evolução recente da Península de Cacela (~1940 a 1999) caracterizou-se por uma substancial diminuição do cordão dunar, dado o significativo recuo da linha de costa, a migração para nascente da Barra do Lacém e o aumento das áreas de galgamento oceânico. Este processo conduziu a uma fragilização do cordão dunar desta península, tendo ocorrido ruptura total durante o inverno de 1995/96. No inverno seguinte (1996/97) as características desta península foram drasticamente alteradas pela implementação de um conjunto de medidas de recuperação dunar. A aplicação da checklist de vulnerabilidade dunar demonstrou uma melhoria das condições de praia e de duna devido às medidas de intervenção a que este troço costeiro foi sujeito. No entanto, a aplicação deste método a todos os corpos dunares da Ria Formosa revelou que, genericamente, os resultados são concordantes com as condições reais, mas existe necessidade de reformulação de certos parâmetros e índices. O material usado para a alimentação artificial das dunas da Península de Cacela possuía características granulométricas muito distintas das apresentadas pelas dunas naturais, tendo ocorrido aproximação granulométrica nos locais em que houve recuperação dunar por colocação de armadilhas de areia. Quanto à praia, verificou-se uma grande variabilidade longilitoral e temporal, já notória antes da realimentação. Esta heterogeneidade sedimentar pode constituir vi uma característica intrínseca deste troço costeiro, relacionada com uma fraca selectividade do agente de transporte, com a existência de variações longilitorais significativas da morfologia de praia emersa, ou com a existência de várias fontes sedimentares distintas. De um ponto de vista morfológico, a praia emersa apresentou variação entre dois estados distintos, o perfil de tempestade e o perfil de calmaria, desenvolvendo-se o primeiro numa escala de tempo relativamente curta, tendo-se observado que a recuperação para um perfil de calmaria foi relativamente lenta. Para uma análise quantitativa da evolução morfológica do perfil de praia foram estabelecidos cinco parâmetros, a que se designou por descritores (pendor da face, pendor do terraço, largura da berma, profundidade do runnel e volume de praia). O comportamento da praia, em termos de pendor de face, é relativamente coerente com a transição entre os dois estados da praia referidos, variação esta que se torna mais homogénea longitudinalmente no segundo ano analisado. Existe relativa concordância entre as variações volumétricas sazonais das zonas realimentada e natural, excepto no primeiro verão (1997), devido ao reajuste inicial da zona realimentada. Tendo sido efectuada a refracção dos dados de agitação para o litoral em estudo, foi efectuada a comparação entre a evolução dos vários descritores e as variações mensais e semanais da altura significativa da onda na rebentação (Hsb). Verificou-se que o pendor da face mostra dependência de Hsb média mensal na rebentação. A variação de volume da zona realimentada parece relacionar-se melhor com Hsb média semanal enquanto que a zona natural se relaciona com Hsb média mensal, o que pode ser um indicador de uma maior robustez da praia na zona onde se colocaram os dragados, ou resultar de uma fragilização da praia como consequência da remoção dos sedimentos da praia da zona dita natural, para colmatação dos galgamentos. Quanto ao depósito de dragados propriamente dito, ocorreu acentuada erosão (33% do total depositado) durante o período de monitorização. Estas perdas sedimentares foram mais acentuadas na zona adjacente à Barra do Lacém (45% da erosão registada) e nas zonas relativamente salientes do depósito, num processo que tende, provavelmente, para a linearização da frente da realimentação. Foram propostos métodos de avaliação da eficácia de alimentações artificiais e de estacaria de retenção de areia. A sua aplicação ao caso presente mostrou que o tempo de vida para o qual o índice de eficácia da realimentação é óptimo é de aproximadamente 14 anos. O método proposto de avaliação da estacaria mostrou que, globalmente, esta possui uma eficácia de cerca de 40%.Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT); PRAXIS XXIDias, AlveirinhoFerreira, ÓscarSapientiaMatias, Ana2012-09-17T16:56:19Z20002000-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/1639porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:12:44Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/1639Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:55:45.751884Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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