Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11144/3258 |
Resumo: | Cinco décadas decorreram desde o espoletar do confl ito cipriota. Apesar da ausência de episó- dios de violência, o como e o porquê de a reunifi cação não ser ainda uma realidade permanece o principal problema a resolver e a questão em torno da qual o debate prospectivo acerca de uma solução para a questão do Chipre se centra. Confl ito, defi nido como estado de guerra aberta, não ocorre no Chipre desde 1974, no entanto subsiste no seu estado psicológico e sociológico, tendo vindo a constituir-se um importante problema para o qual a comunidade internacional procura solução. Porque os nacionalismos cipriotas não procuram a independência mas a união de território com a Grécia e a Turquia, o arranjo consocionalista de partilha de poder gerado aquando da independência veio inculcar o elemento étnico na estrutura política do país. O Chipre pós-colonial constitui-se um Estado mas não uma Nação. A guerra, por seu lado, institucionalizou a relação adversarial e de desconfi ança entre comunidades, a qual se impregna no processo de paz enquanto as comunidades disputam apoio para a sua causa na esfera internacional. Iniciativas de mediação levadas, sobretudo, a cabo pelas Nações Unidas, mas também pelos Estados Unidos, têm evitado a re-escalada do confl ito mas, no entretanto, a UNFICYP transforma-se numa das mais longas missões de paz e um acordo de paz continua sem existir. As comunidades que fundaram a República do Chipre em 1960 vivem hoje em total separação geográfi ca. A sul da “Green Line”, a República do Chipre permanece sob governação exclusiva dos cipriotas gregos desde 1963 e, a norte, os cipriotas turcos administram a auto-proclamada República Turca do Norte do Chipre (RTNC) desde 1983. O Chipre assumirá a presidência da UE no segundo semestre de 2012 quando, desde a recusa do “Annan Plan” em 2004, apenas o sul cipriota grego tem usufruído da condição de EstadoMembro. Entretanto, a adesão da Turquia e da RTNC assume-se como a questão central das negociações de paz, alongando o caminho para chegada a uma solução. |
id |
RCAP_64a8f50d54c113e04533f83093791ebe |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ual.pt:11144/3258 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático InternacionalChipreMediação InternacionalPeacemakingCinco décadas decorreram desde o espoletar do confl ito cipriota. Apesar da ausência de episó- dios de violência, o como e o porquê de a reunifi cação não ser ainda uma realidade permanece o principal problema a resolver e a questão em torno da qual o debate prospectivo acerca de uma solução para a questão do Chipre se centra. Confl ito, defi nido como estado de guerra aberta, não ocorre no Chipre desde 1974, no entanto subsiste no seu estado psicológico e sociológico, tendo vindo a constituir-se um importante problema para o qual a comunidade internacional procura solução. Porque os nacionalismos cipriotas não procuram a independência mas a união de território com a Grécia e a Turquia, o arranjo consocionalista de partilha de poder gerado aquando da independência veio inculcar o elemento étnico na estrutura política do país. O Chipre pós-colonial constitui-se um Estado mas não uma Nação. A guerra, por seu lado, institucionalizou a relação adversarial e de desconfi ança entre comunidades, a qual se impregna no processo de paz enquanto as comunidades disputam apoio para a sua causa na esfera internacional. Iniciativas de mediação levadas, sobretudo, a cabo pelas Nações Unidas, mas também pelos Estados Unidos, têm evitado a re-escalada do confl ito mas, no entretanto, a UNFICYP transforma-se numa das mais longas missões de paz e um acordo de paz continua sem existir. As comunidades que fundaram a República do Chipre em 1960 vivem hoje em total separação geográfi ca. A sul da “Green Line”, a República do Chipre permanece sob governação exclusiva dos cipriotas gregos desde 1963 e, a norte, os cipriotas turcos administram a auto-proclamada República Turca do Norte do Chipre (RTNC) desde 1983. O Chipre assumirá a presidência da UE no segundo semestre de 2012 quando, desde a recusa do “Annan Plan” em 2004, apenas o sul cipriota grego tem usufruído da condição de EstadoMembro. Entretanto, a adesão da Turquia e da RTNC assume-se como a questão central das negociações de paz, alongando o caminho para chegada a uma solução.OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa2017-11-07T17:42:09Z2011-11-16T00:00:00Z2011-11-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11144/3258por978-989-8191-53-3Amaral, Joana VelosoBrandão, Ana Paulainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-11T02:27:24Zoai:repositorio.ual.pt:11144/3258Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:35:35.521685Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
title |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
spellingShingle |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional Amaral, Joana Veloso Chipre Mediação Internacional Peacemaking |
title_short |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
title_full |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
title_fullStr |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
title_full_unstemmed |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
title_sort |
Chipre: De Conflito Intra-estadual a Problema Diplomático Internacional |
author |
Amaral, Joana Veloso |
author_facet |
Amaral, Joana Veloso Brandão, Ana Paula |
author_role |
author |
author2 |
Brandão, Ana Paula |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Amaral, Joana Veloso Brandão, Ana Paula |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Chipre Mediação Internacional Peacemaking |
topic |
Chipre Mediação Internacional Peacemaking |
description |
Cinco décadas decorreram desde o espoletar do confl ito cipriota. Apesar da ausência de episó- dios de violência, o como e o porquê de a reunifi cação não ser ainda uma realidade permanece o principal problema a resolver e a questão em torno da qual o debate prospectivo acerca de uma solução para a questão do Chipre se centra. Confl ito, defi nido como estado de guerra aberta, não ocorre no Chipre desde 1974, no entanto subsiste no seu estado psicológico e sociológico, tendo vindo a constituir-se um importante problema para o qual a comunidade internacional procura solução. Porque os nacionalismos cipriotas não procuram a independência mas a união de território com a Grécia e a Turquia, o arranjo consocionalista de partilha de poder gerado aquando da independência veio inculcar o elemento étnico na estrutura política do país. O Chipre pós-colonial constitui-se um Estado mas não uma Nação. A guerra, por seu lado, institucionalizou a relação adversarial e de desconfi ança entre comunidades, a qual se impregna no processo de paz enquanto as comunidades disputam apoio para a sua causa na esfera internacional. Iniciativas de mediação levadas, sobretudo, a cabo pelas Nações Unidas, mas também pelos Estados Unidos, têm evitado a re-escalada do confl ito mas, no entretanto, a UNFICYP transforma-se numa das mais longas missões de paz e um acordo de paz continua sem existir. As comunidades que fundaram a República do Chipre em 1960 vivem hoje em total separação geográfi ca. A sul da “Green Line”, a República do Chipre permanece sob governação exclusiva dos cipriotas gregos desde 1963 e, a norte, os cipriotas turcos administram a auto-proclamada República Turca do Norte do Chipre (RTNC) desde 1983. O Chipre assumirá a presidência da UE no segundo semestre de 2012 quando, desde a recusa do “Annan Plan” em 2004, apenas o sul cipriota grego tem usufruído da condição de EstadoMembro. Entretanto, a adesão da Turquia e da RTNC assume-se como a questão central das negociações de paz, alongando o caminho para chegada a uma solução. |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-11-16T00:00:00Z 2011-11-16 2017-11-07T17:42:09Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11144/3258 |
url |
http://hdl.handle.net/11144/3258 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
978-989-8191-53-3 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa |
publisher.none.fl_str_mv |
OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799136831823937536 |