Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Mário Augusto de Mendonça e
Data de Publicação: 1960
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/109539
Resumo: RESUMO O autor, depois de referir a importância que devem continuar a merecer todos os estudos empreendidos, e a empreender, sobre problemas psicológicos e psiquiátricos dos aborígenes das nossas províncias ultramarinas de África, foca o interesse que deverá ter para nós, Portugueses, a preparação, debaixo do ponto de vista psíquico, dos milhares de portugueses que anualmente se fixam no Ultramar Português. Propõe-se valorizar assim este assunto da adaptação às regiões tropicais dos portugueses do Continente, tendo em vista uma mais fácil integração nessas zonas dos referidos indivíduos. Foca em seguida a colaboração que a este assunto vem prestando, desde 1946, o Instituto de Medicina Tropical de Lisboa. Os objectivos da Higiene Mental na adaptação às regiões tropicais são enumerados depois, encarando-se a importância, duma pré-selecção de todos os indivíduos que se propõem deslocar e fixar-se nas províncias ultramarinas portuguesas, especialmente em África. Passaram-se depois em revista alguns dos principais factores que se terão de encarar sempre que se quiser estudar este importante assunto da adaptação às zonas tropicais. Os contactos sociais são revistos com um certo detalhe, não se deixando de acentuar a indiscutível facilidade com que os Portugueses, há já séculos, se ligam com indivíduos de outras raças e dessas situações temos tirado resultados úteis nestes aspectos de uma maior facilidade de integração. Neste capítulo não se omite também um outro aspecto de grande interesse, tão brilhantemente tratado já pelo nosso prezado Dr. Gilberto Freyre: a antecipação com que os Portugueses adoptaram um certo número de hábitos e normas de vida nos trópicos, de inspiração nitidamente local e que só passadas muitas décadas foram mais geralmente aceites e tiveram a sua explicação científica; o que se passou com tantos e tantos aspectos de certos problemas do vestuário e da alimentação são exemplos frisantes do que escrevemos. Alguns aspectos da miscigenação são em seguida encarados. O problema do alcoolismo é, de todos estes assuntos, talvez aquele que foi tratado com mais detalhe, dado que realmente o autor considera de grande importância e prevalência o ter de se encarar este aspecto sempre que se pretenda uma boa integração dos portugueses do Continente nas províncias ultramarinas de África. Insiste-se persistentemente na necessidade de fazer acreditar aos indivíduos que se propõem fixar nessas regiões que a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso é muito mais prejudicial nessas zonas de clima quente que nas regiões temperadas em que inicialmente habitavam. Considera-se razão imperativa de permissão para povoamento nas nossas províncias ultramarinas o conhecimento prévio de hábitos alcoólicos e escreve-se que a profilaxia do alcoolismo bem se deve considerar um verdadeiro teste de uma profícua Higiene Mental da região onde se pretenda uma integração de indivíduos provenientes de outras regiões. Continua-se a pensar como meio mais eficaz de combater o alcoolismo a educação, já que as outras medidas restritivas não têm sido suficientes para obstar a propagação desse vício. Outros fatores que se torna indispensável encarar sempre que se estudam estes problemas de adaptação às regiões tropicais são focados com menos detalhe, dado o condicionalismo de tempo que a apresentação destes relatórios sempre impõe. Assim, determinados aspectos sociais pelo menos equacionados, as assistências médica e religiosa perfeitamente asseguradas, o optimismo como cada vez mais se têm de encarar determinados factores climáticos mais hostis, que as recentes aquisições técnicas ajudam grandemente a vencer em muitos destes aspectos, o isola mento, etc., foram sucessivamente equacionados. Entendeu também o autor deve focar a legislação vigente sobre o povoamento das duas mais extensas províncias africanas portuguesas, porque, sem estes aspectos legislativos estarem bem estudados os aspectos económicos políticos e sociais destes mesmos assuntos não poderão nunca ser encarados no seu conjunto, e satisfatoriamente. Estudam-se depois as bases para uma pré-selecção dos portugueses metropolitanos que pensam fixar-se no Ultramar Português, convencido como está o autor de que por uma prévia selecção nos defenderemos de reacções de franca inadaptação, sempre a temer quando se encarem estes problemas de adaptação às chamadas regiões quentes do Globo. A instituição de cursos elementares, não só profissionais como os de higiene tropical, são também preconizados no presente trabalho. Nas normas pré-seletivas foca-se a possibilidade de se utilizarem testes coletivos ou individuais. Por último, apresentam-se sete recomendações tendo em vista a realização de um dos objectivos da apresentação de trabalho em congressos desta natureza: a realização prática dos votos contidos nos relatórios a discutir durante o referido I Congresso Nacional de Saúde Mental.
id RCAP_65b12b6fad56d77b044966c61e79c65d
oai_identifier_str oai:run.unl.pt:10362/109539
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicaisHigiene MentalRegiões TropicaisAlcoolismoEx-colóniasRESUMO O autor, depois de referir a importância que devem continuar a merecer todos os estudos empreendidos, e a empreender, sobre problemas psicológicos e psiquiátricos dos aborígenes das nossas províncias ultramarinas de África, foca o interesse que deverá ter para nós, Portugueses, a preparação, debaixo do ponto de vista psíquico, dos milhares de portugueses que anualmente se fixam no Ultramar Português. Propõe-se valorizar assim este assunto da adaptação às regiões tropicais dos portugueses do Continente, tendo em vista uma mais fácil integração nessas zonas dos referidos indivíduos. Foca em seguida a colaboração que a este assunto vem prestando, desde 1946, o Instituto de Medicina Tropical de Lisboa. Os objectivos da Higiene Mental na adaptação às regiões tropicais são enumerados depois, encarando-se a importância, duma pré-selecção de todos os indivíduos que se propõem deslocar e fixar-se nas províncias ultramarinas portuguesas, especialmente em África. Passaram-se depois em revista alguns dos principais factores que se terão de encarar sempre que se quiser estudar este importante assunto da adaptação às zonas tropicais. Os contactos sociais são revistos com um certo detalhe, não se deixando de acentuar a indiscutível facilidade com que os Portugueses, há já séculos, se ligam com indivíduos de outras raças e dessas situações temos tirado resultados úteis nestes aspectos de uma maior facilidade de integração. Neste capítulo não se omite também um outro aspecto de grande interesse, tão brilhantemente tratado já pelo nosso prezado Dr. Gilberto Freyre: a antecipação com que os Portugueses adoptaram um certo número de hábitos e normas de vida nos trópicos, de inspiração nitidamente local e que só passadas muitas décadas foram mais geralmente aceites e tiveram a sua explicação científica; o que se passou com tantos e tantos aspectos de certos problemas do vestuário e da alimentação são exemplos frisantes do que escrevemos. Alguns aspectos da miscigenação são em seguida encarados. O problema do alcoolismo é, de todos estes assuntos, talvez aquele que foi tratado com mais detalhe, dado que realmente o autor considera de grande importância e prevalência o ter de se encarar este aspecto sempre que se pretenda uma boa integração dos portugueses do Continente nas províncias ultramarinas de África. Insiste-se persistentemente na necessidade de fazer acreditar aos indivíduos que se propõem fixar nessas regiões que a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso é muito mais prejudicial nessas zonas de clima quente que nas regiões temperadas em que inicialmente habitavam. Considera-se razão imperativa de permissão para povoamento nas nossas províncias ultramarinas o conhecimento prévio de hábitos alcoólicos e escreve-se que a profilaxia do alcoolismo bem se deve considerar um verdadeiro teste de uma profícua Higiene Mental da região onde se pretenda uma integração de indivíduos provenientes de outras regiões. Continua-se a pensar como meio mais eficaz de combater o alcoolismo a educação, já que as outras medidas restritivas não têm sido suficientes para obstar a propagação desse vício. Outros fatores que se torna indispensável encarar sempre que se estudam estes problemas de adaptação às regiões tropicais são focados com menos detalhe, dado o condicionalismo de tempo que a apresentação destes relatórios sempre impõe. Assim, determinados aspectos sociais pelo menos equacionados, as assistências médica e religiosa perfeitamente asseguradas, o optimismo como cada vez mais se têm de encarar determinados factores climáticos mais hostis, que as recentes aquisições técnicas ajudam grandemente a vencer em muitos destes aspectos, o isola mento, etc., foram sucessivamente equacionados. Entendeu também o autor deve focar a legislação vigente sobre o povoamento das duas mais extensas províncias africanas portuguesas, porque, sem estes aspectos legislativos estarem bem estudados os aspectos económicos políticos e sociais destes mesmos assuntos não poderão nunca ser encarados no seu conjunto, e satisfatoriamente. Estudam-se depois as bases para uma pré-selecção dos portugueses metropolitanos que pensam fixar-se no Ultramar Português, convencido como está o autor de que por uma prévia selecção nos defenderemos de reacções de franca inadaptação, sempre a temer quando se encarem estes problemas de adaptação às chamadas regiões quentes do Globo. A instituição de cursos elementares, não só profissionais como os de higiene tropical, são também preconizados no presente trabalho. Nas normas pré-seletivas foca-se a possibilidade de se utilizarem testes coletivos ou individuais. Por último, apresentam-se sete recomendações tendo em vista a realização de um dos objectivos da apresentação de trabalho em congressos desta natureza: a realização prática dos votos contidos nos relatórios a discutir durante o referido I Congresso Nacional de Saúde Mental.RÉSUMÉ L'auteur fait des références à la valeur qu'on doit attribuer, à toutes les études déjà faites et à faire, sur les problèmes psychologiques et psychiatriques des aborigènes de nos provinces d'outre-mer en Afrique; après cela il montre l'intérêt que les Portugais doivent donner à la préparation, au point de vue psychique, des milliers de portugais que toutes les années fixent ses domiciles dans nos provinces d'outre-mer. Il se propose de mettre en valeur le sujet de l'adaptation aux régions tropicales, des portugais à la métropole, ayant en vue une intégration plus facile de ces individus dans les régions mentionnées. Ensuite l'auteur présente la collaboration donnée à ce sujet par l'«Instituto de Medicina Tropical» de Lisbonne, depuis 1946. Vient ensuite l'énumération des objectifs de l'Hygiène Mentale dans l'adaptation aux régions tropicales, en envisageant l'importance d'une pré-sélection de tous les individus qui veulent se déplacer et se fixer aux provinces portugaises d'outre-mer, surtout en Afrique. On fait une révision des principaux facteurs qu'on doit envisager toutes les fois qu'on veut étudier l'important sujet de l'adaptation aux régions tropicales. La révision des contacts sociaux est faite avec un certain détail et témoigne l'indiscutable facilité de liaison des portugais avec les individus d'autres races, depuis des siècles, et aussi comment de ces situations nous avons eu des résultats utiles dans ces aspects et une plus grande facilité d'intégration. Dans ce chapitre l'auteur montre aussi un autre aspect très important qui a été déjà exposé par le Dr. Gilberto Freyre: l'anticipation avec laquelle les Portugais adoptent un certain nombre de coutumes et de normes de vie aux tropiques, d'inspiration nettement locale et que, seulement quelques décades après, ont été plus généralement acceptées et ont eu son explication scientifique; ce qui s'est passé avec beaucoup d'aspects de certains problèmes de vêtement et d'alimentation, sont des exemples caractéristiques des affirmations de l'auteur. Après cela, l'auteur étudie certains aspects de la «miscigenação». Le problème de l'alcoolisme est parmis tous, peut-être, celui qui a été étudié avec plus de détails puisque l'auteur considère de haute importance et prépondérance le fait d'avoir à envisager cet aspect toutes les fois qu'on recherche une bonne intégration des Portugais de la métropole dans les provinces d'outre-mer en Afrique. Il insiste avec persévérance sur le besoin de faire croire aux individus qui veulent se fixer dans ces régions que l'ingestion des boissons alcooliques à l'excès est beaucoup plus nuisible dans ces zones de climat chaud que dans les régions tempérées où ils habitaient. L'auteur estime, comme raison impérative pour la permission de peuplement dans nos provinces d'outre-mer, la connaissance préalable des habitudes des alcooliques et il prévoit que la prophylaxie de l'alcoolisme doit être considérée comme un véritable test d'une Hygiène Mentale utile de la région où on veut une intégration d'individus provenants d'autres régions. Pour l'auteur, le moyen le plus efficace pour combattre l'alcoolisme c'est l'éducation, puisque les mesures restrictives ne sont pas suffisantes pour empêcher la propagation de ce vice. D'autres facteurs qu'on a besoin d'envisager toutes les fois qu'on étudie ces problèmes d'adaptation aux régions tropicales sont étudiés avec moins de détail à défaut de temps imposé par la présentation de ces rapports. Ainsi, certains aspects sociaux, au moins équations aux assistances médicales et religieuses parfaitement assurées, l'optimisme avec lequel on doit, chaque fois plus, envisager certains facteurs climatiques plus hostiles, que les récents acquisitions techniques aident largement à vaincre en beaucoup de ces aspects, l'isolement, etc., ont été équations. L'auteur à décidé aussi de parler de la législation qui est en vigueur sur le peuplement des deux plus vastes provinces portugaises en Afrique, puisque, sans une étude profonde des aspects législatifs, les aspects économiques, politiques et sociaux ne peuvent pas être envisagés dans son ensemble et d'une façon satisfaisante. L'auteur étudie les bases pour une pré-sélection des portugais de la métropole qui veulent se fixer à l'outre-mer portugais, puisqu'il est sûr de que par une sélection préalable nous pourrons nous défendre des réactions de franche inadaptation, laquelle est toujours à craindre lorsqu'on envisage ces problèmes d'adaptation aux régions du globe dites chaudes. L'institution de cours élémentaires, non seulement professionnels, mais aussi d'hygiène tropicale, est préconisée dans le présent travail. Aux normes pré-sélectives on envisage la possibilité de l'utilisation de tests sélectifs ou individuels. Finalement on présente sept recommandations ayant en vue la réalisation d'un des objectifs de la présentation des travaux aux congrès de cette nature: la réalisation pratique des vœux émis dans les rapports mis à discussion pendant le I Congrès National de la Santé Mental déjà cité.SUMMARY The author refers the importance to be deserved to all the studies carried out, or to be carried out, on the psychological and psychiatric problems of the natives of the portuguese overseas provinces of Africa. He points out the interest there will be to all the Portugueses in the preparation of the thousands of Portugueses who, èearly, settle permanently in the portuguese overseas. Thus the subject of the adaptation of the Portugueses of the continent to the tropical regions is emphasized having in view a better integration of the referred individuals in such zones. The cooperation that the Institute of Tropical Medicine of Lisbon has been rendering to this matter since 1946 is also pointed out. The purposes of Mental Hygiene for the adaptation to tropical regions are reported, and the importance of a previous selection of all the individuals who pretend to settle permanently in the portuguese overseas, particularly in Africa, is considered. It is also presented as some of the main factors which should be faced even if the important matter of the adaptation to tropical zones be desired. The cultural contacts are examined with a certain detail, and the undoubted facility of the Portugueses, since some centuries, to mix with people of other races is pointed out as well as the useful results turning out from such situations which contribute to a better integration. On this matter is also presented another aspect of great interest which has already been very well dealt by Dr. Gilberto Freyre: the anticipation of the Portugueses in adopting certain habits and norms of life in the tropics; these ones were clearly locally inspired, and after many decades they were widely accepted and had their scientific explanation. What happened with so many aspects of certain problems of clothing and diet are striking examples of this assertion. Some aspects of miscegenation are also faced. The problem of alcoholism is perhaps, from all these matters, that that was dealt with more details, since the author considers of great importance and prevalence to observe this subject ever a good integration of the Portugueses of the continent in the overseas provinces of Africa be wished. It is emphasized the necessity of making the individuals who pretend to settle permanently in those regions to believe that the excessive intake of alcoholic beverages is much more injurious in the zones of warm climate than in the temperate zones where they formerly inhabited. The previous knowledge of habits of alcoholics is considered to be the determinant reason for allowing people to settle in the portuguese overseas provinces. It is also added that the prophylaxis of alcoholism must be considered as a real test of an efficient Mental Hygiene of the region where the integration of individuals from other regions is desired. Education is still thought to be the most efficient means for the control of alcoholism, once the other restraining measures have not proved to be sufficient for avoiding the propagation of such a vice. Some other factors which are indispensable for the study of the problems of adaptation to tropical regions are present with minor details, since the time for presenting this kind of reports is always limited. Thus are successively outlined: some social aspects which, at least, can be solved; the medical and religious assistance perfectly assured; the optimism with which ever more one have to endure certain hostile climatic factors which can be overcome, in many aspects, by the recent techniques; the isolation, etc. The author presents also the legislation in force on the settlement of the two wider portuguese african provinces. Being these legislative aspects not well studied, the economical, political and social aspects of these subjects can never be satisfactory considered in their whole. The basis for a previous selection of the European Portugueses who pretend to settle in the portuguese overseas permanentlè are studied. The author is sure that performing a previous selection the reactions of a real inadaptation will be avoided. Such reactions are always to be feared even if the problems of the adaptation to the so-called warm regions of the Globe are considered. The establishment of elementary courses, profissional as well as courses in tropical hygiene, are also advised in this paper. In the previous selecting norms the possibility of performing selective or individual tests is presented. In the last place, seven recommendations having in view one of the purposes of the presentation of papers to congresses of this kind are presented: the practical realization of the votes contained in the reports to be discussed during the referred I National Congress of Mental Hygiene.Instituto de Medicina TropicalRUNSilva, Mário Augusto de Mendonça e2020-12-31T17:08:45Z1960-121960-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/109539porSilva MAM (1960). Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais. Anais Inst. Med. Trop. Vol. 17, (4, dezembro) Lisboa : p. 1017-1044info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:53:52Zoai:run.unl.pt:10362/109539Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:41:28.787102Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
title Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
spellingShingle Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
Silva, Mário Augusto de Mendonça e
Higiene Mental
Regiões Tropicais
Alcoolismo
Ex-colónias
title_short Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
title_full Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
title_fullStr Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
title_full_unstemmed Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
title_sort Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais
author Silva, Mário Augusto de Mendonça e
author_facet Silva, Mário Augusto de Mendonça e
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv RUN
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Mário Augusto de Mendonça e
dc.subject.por.fl_str_mv Higiene Mental
Regiões Tropicais
Alcoolismo
Ex-colónias
topic Higiene Mental
Regiões Tropicais
Alcoolismo
Ex-colónias
description RESUMO O autor, depois de referir a importância que devem continuar a merecer todos os estudos empreendidos, e a empreender, sobre problemas psicológicos e psiquiátricos dos aborígenes das nossas províncias ultramarinas de África, foca o interesse que deverá ter para nós, Portugueses, a preparação, debaixo do ponto de vista psíquico, dos milhares de portugueses que anualmente se fixam no Ultramar Português. Propõe-se valorizar assim este assunto da adaptação às regiões tropicais dos portugueses do Continente, tendo em vista uma mais fácil integração nessas zonas dos referidos indivíduos. Foca em seguida a colaboração que a este assunto vem prestando, desde 1946, o Instituto de Medicina Tropical de Lisboa. Os objectivos da Higiene Mental na adaptação às regiões tropicais são enumerados depois, encarando-se a importância, duma pré-selecção de todos os indivíduos que se propõem deslocar e fixar-se nas províncias ultramarinas portuguesas, especialmente em África. Passaram-se depois em revista alguns dos principais factores que se terão de encarar sempre que se quiser estudar este importante assunto da adaptação às zonas tropicais. Os contactos sociais são revistos com um certo detalhe, não se deixando de acentuar a indiscutível facilidade com que os Portugueses, há já séculos, se ligam com indivíduos de outras raças e dessas situações temos tirado resultados úteis nestes aspectos de uma maior facilidade de integração. Neste capítulo não se omite também um outro aspecto de grande interesse, tão brilhantemente tratado já pelo nosso prezado Dr. Gilberto Freyre: a antecipação com que os Portugueses adoptaram um certo número de hábitos e normas de vida nos trópicos, de inspiração nitidamente local e que só passadas muitas décadas foram mais geralmente aceites e tiveram a sua explicação científica; o que se passou com tantos e tantos aspectos de certos problemas do vestuário e da alimentação são exemplos frisantes do que escrevemos. Alguns aspectos da miscigenação são em seguida encarados. O problema do alcoolismo é, de todos estes assuntos, talvez aquele que foi tratado com mais detalhe, dado que realmente o autor considera de grande importância e prevalência o ter de se encarar este aspecto sempre que se pretenda uma boa integração dos portugueses do Continente nas províncias ultramarinas de África. Insiste-se persistentemente na necessidade de fazer acreditar aos indivíduos que se propõem fixar nessas regiões que a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso é muito mais prejudicial nessas zonas de clima quente que nas regiões temperadas em que inicialmente habitavam. Considera-se razão imperativa de permissão para povoamento nas nossas províncias ultramarinas o conhecimento prévio de hábitos alcoólicos e escreve-se que a profilaxia do alcoolismo bem se deve considerar um verdadeiro teste de uma profícua Higiene Mental da região onde se pretenda uma integração de indivíduos provenientes de outras regiões. Continua-se a pensar como meio mais eficaz de combater o alcoolismo a educação, já que as outras medidas restritivas não têm sido suficientes para obstar a propagação desse vício. Outros fatores que se torna indispensável encarar sempre que se estudam estes problemas de adaptação às regiões tropicais são focados com menos detalhe, dado o condicionalismo de tempo que a apresentação destes relatórios sempre impõe. Assim, determinados aspectos sociais pelo menos equacionados, as assistências médica e religiosa perfeitamente asseguradas, o optimismo como cada vez mais se têm de encarar determinados factores climáticos mais hostis, que as recentes aquisições técnicas ajudam grandemente a vencer em muitos destes aspectos, o isola mento, etc., foram sucessivamente equacionados. Entendeu também o autor deve focar a legislação vigente sobre o povoamento das duas mais extensas províncias africanas portuguesas, porque, sem estes aspectos legislativos estarem bem estudados os aspectos económicos políticos e sociais destes mesmos assuntos não poderão nunca ser encarados no seu conjunto, e satisfatoriamente. Estudam-se depois as bases para uma pré-selecção dos portugueses metropolitanos que pensam fixar-se no Ultramar Português, convencido como está o autor de que por uma prévia selecção nos defenderemos de reacções de franca inadaptação, sempre a temer quando se encarem estes problemas de adaptação às chamadas regiões quentes do Globo. A instituição de cursos elementares, não só profissionais como os de higiene tropical, são também preconizados no presente trabalho. Nas normas pré-seletivas foca-se a possibilidade de se utilizarem testes coletivos ou individuais. Por último, apresentam-se sete recomendações tendo em vista a realização de um dos objectivos da apresentação de trabalho em congressos desta natureza: a realização prática dos votos contidos nos relatórios a discutir durante o referido I Congresso Nacional de Saúde Mental.
publishDate 1960
dc.date.none.fl_str_mv 1960-12
1960-12-01T00:00:00Z
2020-12-31T17:08:45Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10362/109539
url http://hdl.handle.net/10362/109539
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Silva MAM (1960). Contribuição da higiene mental na adaptação às regiões tropicais. Anais Inst. Med. Trop. Vol. 17, (4, dezembro) Lisboa : p. 1017-1044
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Medicina Tropical
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Medicina Tropical
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799138028177850368