Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Micaela Alexandra da Rocha
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/559
Resumo: Com este trabalho pretendeu-se avaliar a aplicabilidade da acidificação anaeróbia, no pré-tratamento do efluente gerado na prensagem de compostos insolúveis de cereais e café de uma fábrica nacional de produtos alimentares. Este pré-tratamento teve como objectivo viabilizar o posterior tratamento biológico do efluente, em condições aeróbias. Nesse sentido foi montada uma instalação experimental constituída por dois reactores contínuos acidogénicos, sem controlo de pH e operados a duas temperaturas: mesofílica (36ºC) e termofílica (55ºC). Os reactores foram submetidos a uma matriz experimental de cargas orgânicas crescentes (2,5 gCQO L-1 d-1 a 10 gCQO L-1 d-1), o que permitiu estudar a influência do tempo de retenção hidráulico (TRH) e da carga orgânica na acidificação anaeróbia do efluente em estudo. O efluente acidificado obtido para cada estado estacionário dos reactores foi posteriormente avaliado em termos da sua biodegradabilidade aeróbia, através da realização de testes descontínuos. Para as condições testadas, os resultados experimentais obtidos indicam que os parâmetros operacionais tempo de retenção hidráulico e carga orgânica pouca influência apresentam no grau de acidificação atingido à temperatura mesofílica. Mas à temperatura termofílica, essa influência já se torna relevante para o parâmetro carga orgânica. Para o tempo de retenção hidráulico mais baixo (0,5 dia), o aumento carga orgânica imposta ao reactor termofílico diminui o grau de acidificação obtido em 36%, enquanto que para TRH de 1 dia, o grau de acidificação é favorecido em 14%. A temperatura é uma condição operatória que se reflecte na composição dos ácidos orgânicos voláteis (AOVs) presentes no efluente acidificado. O aumento da temperatura de 36ºC para 55ºC favorece a presença de n-butírico como o segundo AOV presente em maior quantidade, em detrimento do ácido propiónico. Para as duas temperaturas testadas, o ácido acético é o ácido orgânico volátil predominante. A diminuição do TRH favorece a produção de ácido acético e a diminuição da percentagem de ácido propiónico. O aumento da carga orgânica tem o mesmo efeito que a diminuição do TRH, embora a 55ºC isso apenas aconteça quando o TRH é mantido em 0,5 dia. Os testes de biodegradabilidade aeróbia dos efluentes acidificados indicam que o processo de acidificação anaeróbia permite melhorar a biodegradabilidade aeróbia do efluente em estudo, obtendo-se para alguns casos melhorias do grau de biodegradabilidade na ordem dos 80%. Estes resultados são indicadores de que a utilização deste processo como pré- tratamento do efluente, antes deste ser submetido a um tratamento aeróbio apresenta potencialidades que devem ser exploradas mais aprofundadamente. ABSTRACT: The aim of this dissertation project was to evaluate the applicability of anaerobic acidification as a pre-treatment process of industrial wastewater produced by a national food industry, in order to enhance its posterior biological treatment in aerobic conditions. For such an evaluation, two lab-scale continuous reactors, without pH control and operated at two different temperatures, mesophilic (36ºC) and termophilic (55ºC), were assembled and tested. The reactors were submitted to an experimental design characterized by increasing organic loading rates between 2,5 gCQO L-1 d-1 and 10 gCQO L-1 d-1. The influence of hydraulic retention time (HRT) and organic loading rate in anaerobic acidogenesis was assessed. The acidified effluent obtained for steady state conditions was evaluated in terms of its aerobic biodegradability, through the accomplishment of batch tests. For the tested conditions, experimental results indicate that the influence of hydraulic retention time and organic loading rate is not relevant to the acidogenic process, at mesophilic temperature. But at 55ºC, the role of organic loading rate can not be neglected. An increase in organic loading rate lowers the acidification degree in 36%, when the lowest hydraulic retention time is tested (0,5 day) and raises the degree achieved in 14% when HRT is 1 day. Temperature is an operational condition in anaerobic acidogenesis that influences the volatile fatty acids (VFA) distribution in the acidified effluent. The shift from 36ºC to 55ºC enhances the presence of n-butyric acid as the second VFA present in higher quantity and suppresses the presence of propionic acid. At both temperatures, acetic acid is the VFA predominant. A decrease in HRT stimulates the production of acetic acid and inhibits the presence of propionic acid. The same behavior is observed when the organic loading rate is increased, except when the temperature is 55ºC and the HRT is maintained at 1 day. Aerobic biodegradability batch tests results point out that anaerobic acidogenesis of the industrial wastewater improves its degradability by an aerobic biological culture. Improvements of 80% in the aerobic biodegradability degree were quantified and demonstrated that the potential of using anaerobic acidogenesis as a pre-treatment to enhance biological treatment in aerobic conditions must be explored in the future.
id RCAP_65c869e84bb1f6bea69327829003ecf2
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/559
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentarTratamento de águas residuaisEfluentes industriaisIndústria alimentarTratamento anaeróbicoAcidificaçãoCom este trabalho pretendeu-se avaliar a aplicabilidade da acidificação anaeróbia, no pré-tratamento do efluente gerado na prensagem de compostos insolúveis de cereais e café de uma fábrica nacional de produtos alimentares. Este pré-tratamento teve como objectivo viabilizar o posterior tratamento biológico do efluente, em condições aeróbias. Nesse sentido foi montada uma instalação experimental constituída por dois reactores contínuos acidogénicos, sem controlo de pH e operados a duas temperaturas: mesofílica (36ºC) e termofílica (55ºC). Os reactores foram submetidos a uma matriz experimental de cargas orgânicas crescentes (2,5 gCQO L-1 d-1 a 10 gCQO L-1 d-1), o que permitiu estudar a influência do tempo de retenção hidráulico (TRH) e da carga orgânica na acidificação anaeróbia do efluente em estudo. O efluente acidificado obtido para cada estado estacionário dos reactores foi posteriormente avaliado em termos da sua biodegradabilidade aeróbia, através da realização de testes descontínuos. Para as condições testadas, os resultados experimentais obtidos indicam que os parâmetros operacionais tempo de retenção hidráulico e carga orgânica pouca influência apresentam no grau de acidificação atingido à temperatura mesofílica. Mas à temperatura termofílica, essa influência já se torna relevante para o parâmetro carga orgânica. Para o tempo de retenção hidráulico mais baixo (0,5 dia), o aumento carga orgânica imposta ao reactor termofílico diminui o grau de acidificação obtido em 36%, enquanto que para TRH de 1 dia, o grau de acidificação é favorecido em 14%. A temperatura é uma condição operatória que se reflecte na composição dos ácidos orgânicos voláteis (AOVs) presentes no efluente acidificado. O aumento da temperatura de 36ºC para 55ºC favorece a presença de n-butírico como o segundo AOV presente em maior quantidade, em detrimento do ácido propiónico. Para as duas temperaturas testadas, o ácido acético é o ácido orgânico volátil predominante. A diminuição do TRH favorece a produção de ácido acético e a diminuição da percentagem de ácido propiónico. O aumento da carga orgânica tem o mesmo efeito que a diminuição do TRH, embora a 55ºC isso apenas aconteça quando o TRH é mantido em 0,5 dia. Os testes de biodegradabilidade aeróbia dos efluentes acidificados indicam que o processo de acidificação anaeróbia permite melhorar a biodegradabilidade aeróbia do efluente em estudo, obtendo-se para alguns casos melhorias do grau de biodegradabilidade na ordem dos 80%. Estes resultados são indicadores de que a utilização deste processo como pré- tratamento do efluente, antes deste ser submetido a um tratamento aeróbio apresenta potencialidades que devem ser exploradas mais aprofundadamente. ABSTRACT: The aim of this dissertation project was to evaluate the applicability of anaerobic acidification as a pre-treatment process of industrial wastewater produced by a national food industry, in order to enhance its posterior biological treatment in aerobic conditions. For such an evaluation, two lab-scale continuous reactors, without pH control and operated at two different temperatures, mesophilic (36ºC) and termophilic (55ºC), were assembled and tested. The reactors were submitted to an experimental design characterized by increasing organic loading rates between 2,5 gCQO L-1 d-1 and 10 gCQO L-1 d-1. The influence of hydraulic retention time (HRT) and organic loading rate in anaerobic acidogenesis was assessed. The acidified effluent obtained for steady state conditions was evaluated in terms of its aerobic biodegradability, through the accomplishment of batch tests. For the tested conditions, experimental results indicate that the influence of hydraulic retention time and organic loading rate is not relevant to the acidogenic process, at mesophilic temperature. But at 55ºC, the role of organic loading rate can not be neglected. An increase in organic loading rate lowers the acidification degree in 36%, when the lowest hydraulic retention time is tested (0,5 day) and raises the degree achieved in 14% when HRT is 1 day. Temperature is an operational condition in anaerobic acidogenesis that influences the volatile fatty acids (VFA) distribution in the acidified effluent. The shift from 36ºC to 55ºC enhances the presence of n-butyric acid as the second VFA present in higher quantity and suppresses the presence of propionic acid. At both temperatures, acetic acid is the VFA predominant. A decrease in HRT stimulates the production of acetic acid and inhibits the presence of propionic acid. The same behavior is observed when the organic loading rate is increased, except when the temperature is 55ºC and the HRT is maintained at 1 day. Aerobic biodegradability batch tests results point out that anaerobic acidogenesis of the industrial wastewater improves its degradability by an aerobic biological culture. Improvements of 80% in the aerobic biodegradability degree were quantified and demonstrated that the potential of using anaerobic acidogenesis as a pre-treatment to enhance biological treatment in aerobic conditions must be explored in the future.Universidade de Aveiro2011-04-19T13:23:15Z2008-01-01T00:00:00Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/559porSoares, Micaela Alexandra da Rochainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T10:55:18Zoai:ria.ua.pt:10773/559Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:39:25.684523Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
title Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
spellingShingle Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
Soares, Micaela Alexandra da Rocha
Tratamento de águas residuais
Efluentes industriais
Indústria alimentar
Tratamento anaeróbico
Acidificação
title_short Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
title_full Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
title_fullStr Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
title_full_unstemmed Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
title_sort Acidificação anaeróbia como pré-tratamento de um efluente da indústria alimentar
author Soares, Micaela Alexandra da Rocha
author_facet Soares, Micaela Alexandra da Rocha
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Soares, Micaela Alexandra da Rocha
dc.subject.por.fl_str_mv Tratamento de águas residuais
Efluentes industriais
Indústria alimentar
Tratamento anaeróbico
Acidificação
topic Tratamento de águas residuais
Efluentes industriais
Indústria alimentar
Tratamento anaeróbico
Acidificação
description Com este trabalho pretendeu-se avaliar a aplicabilidade da acidificação anaeróbia, no pré-tratamento do efluente gerado na prensagem de compostos insolúveis de cereais e café de uma fábrica nacional de produtos alimentares. Este pré-tratamento teve como objectivo viabilizar o posterior tratamento biológico do efluente, em condições aeróbias. Nesse sentido foi montada uma instalação experimental constituída por dois reactores contínuos acidogénicos, sem controlo de pH e operados a duas temperaturas: mesofílica (36ºC) e termofílica (55ºC). Os reactores foram submetidos a uma matriz experimental de cargas orgânicas crescentes (2,5 gCQO L-1 d-1 a 10 gCQO L-1 d-1), o que permitiu estudar a influência do tempo de retenção hidráulico (TRH) e da carga orgânica na acidificação anaeróbia do efluente em estudo. O efluente acidificado obtido para cada estado estacionário dos reactores foi posteriormente avaliado em termos da sua biodegradabilidade aeróbia, através da realização de testes descontínuos. Para as condições testadas, os resultados experimentais obtidos indicam que os parâmetros operacionais tempo de retenção hidráulico e carga orgânica pouca influência apresentam no grau de acidificação atingido à temperatura mesofílica. Mas à temperatura termofílica, essa influência já se torna relevante para o parâmetro carga orgânica. Para o tempo de retenção hidráulico mais baixo (0,5 dia), o aumento carga orgânica imposta ao reactor termofílico diminui o grau de acidificação obtido em 36%, enquanto que para TRH de 1 dia, o grau de acidificação é favorecido em 14%. A temperatura é uma condição operatória que se reflecte na composição dos ácidos orgânicos voláteis (AOVs) presentes no efluente acidificado. O aumento da temperatura de 36ºC para 55ºC favorece a presença de n-butírico como o segundo AOV presente em maior quantidade, em detrimento do ácido propiónico. Para as duas temperaturas testadas, o ácido acético é o ácido orgânico volátil predominante. A diminuição do TRH favorece a produção de ácido acético e a diminuição da percentagem de ácido propiónico. O aumento da carga orgânica tem o mesmo efeito que a diminuição do TRH, embora a 55ºC isso apenas aconteça quando o TRH é mantido em 0,5 dia. Os testes de biodegradabilidade aeróbia dos efluentes acidificados indicam que o processo de acidificação anaeróbia permite melhorar a biodegradabilidade aeróbia do efluente em estudo, obtendo-se para alguns casos melhorias do grau de biodegradabilidade na ordem dos 80%. Estes resultados são indicadores de que a utilização deste processo como pré- tratamento do efluente, antes deste ser submetido a um tratamento aeróbio apresenta potencialidades que devem ser exploradas mais aprofundadamente. ABSTRACT: The aim of this dissertation project was to evaluate the applicability of anaerobic acidification as a pre-treatment process of industrial wastewater produced by a national food industry, in order to enhance its posterior biological treatment in aerobic conditions. For such an evaluation, two lab-scale continuous reactors, without pH control and operated at two different temperatures, mesophilic (36ºC) and termophilic (55ºC), were assembled and tested. The reactors were submitted to an experimental design characterized by increasing organic loading rates between 2,5 gCQO L-1 d-1 and 10 gCQO L-1 d-1. The influence of hydraulic retention time (HRT) and organic loading rate in anaerobic acidogenesis was assessed. The acidified effluent obtained for steady state conditions was evaluated in terms of its aerobic biodegradability, through the accomplishment of batch tests. For the tested conditions, experimental results indicate that the influence of hydraulic retention time and organic loading rate is not relevant to the acidogenic process, at mesophilic temperature. But at 55ºC, the role of organic loading rate can not be neglected. An increase in organic loading rate lowers the acidification degree in 36%, when the lowest hydraulic retention time is tested (0,5 day) and raises the degree achieved in 14% when HRT is 1 day. Temperature is an operational condition in anaerobic acidogenesis that influences the volatile fatty acids (VFA) distribution in the acidified effluent. The shift from 36ºC to 55ºC enhances the presence of n-butyric acid as the second VFA present in higher quantity and suppresses the presence of propionic acid. At both temperatures, acetic acid is the VFA predominant. A decrease in HRT stimulates the production of acetic acid and inhibits the presence of propionic acid. The same behavior is observed when the organic loading rate is increased, except when the temperature is 55ºC and the HRT is maintained at 1 day. Aerobic biodegradability batch tests results point out that anaerobic acidogenesis of the industrial wastewater improves its degradability by an aerobic biological culture. Improvements of 80% in the aerobic biodegradability degree were quantified and demonstrated that the potential of using anaerobic acidogenesis as a pre-treatment to enhance biological treatment in aerobic conditions must be explored in the future.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-01-01T00:00:00Z
2008
2011-04-19T13:23:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/559
url http://hdl.handle.net/10773/559
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137444184981504