História da Guerra do Peloponeso : análise e comentário ao Livro I de A guerra do Peloponeso de Tucídides

• Autor(a) principal: Cardoso, Filipe Alexandre de Paiva
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/56767
• topic: Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

A História da Guerra do Peloponeso é uma fonte essencial para o que sabemos sobre a Grécia do séc. V a.C. e, portanto, sobre um dos períodos de maior vitalidade da História Humana, tanto ao nível político, como intelectual. A consistência, racionalidade e os avanços historiográficos que Tucídides aplicou à sua obra tornaram-na um documento repleto de informações únicas e úteis para um variadíssimo número de áreas do saber, numa acepção que é tanto válida para o seu conteúdo como para a sua forma. Numa e noutra dimensão, o texto comporta informações essenciais para o entendimento da Grécia, de Atenas e das correntes de pensamento então emergentes: o «legado para sempre» de Tucídides está não apenas no que registou, como também na sua metodologia, ângulo, conclusões, omissões e estilo. Por tudo isto, entender a Grécia do séc. V a.C., e em certa medida a dos séculos imediatamente anteriores e posteriores, é um caminho que passa pela compreensão da obra tucididiana em todas as suas dimensões. Para tal, não é suficiente ler a obra, sendo também necessário conhecer o contexto e o próprio autor com alguma profundidade, tanto em termos biográficos, como ao nível do posicionamento intelectual, político e religioso. Assim, e com o propósito de criar uma base introdutória à compreensão de Tucídides e da História da Guerra do Peloponeso, construímos um percurso assente em dois caminhos complementares. No primeiro, propomos uma introdução alargada a Tucídides e à sua relação com as diferentes correntes de pensamento emergentes, e de que tanto foi herdeiro como percursor. Correntes que representaram um salto intelectual em grande parte assente no recém-descoberto antropocentrismo, também ele elemento central na obra tucididiana, em que se estreia a visão de uma História cujo motor é a Natureza Humana e não o Divino. Além da relação com estas ideias emergentes, nesta parte olhamos também para as heranças que Tucídides continuava e para a particularidade da sua relação com Aristófanes. Já no segundo caminho do nosso percurso, a proposta passa por «dissecar» o Livro 1 nas suas diferentes partes e subpartes. Por um lado, oferecendo introduções específicas a cada uma das grandes divisões do livro e, por outro, avançando com uma síntese da narrativa tucididiana para enquadrar, aprofundar e explicar o que nos diz a obra, oferecendo assim uma leitura acompanhada e reforçada do Livro 1. É pela conjugação destes dois caminhos que procuramos oferecer um primeiro e firme passo para uma maior e mais aprofundada compreensão da Grécia, de Tucídides, mas também da própria Natureza Humana.