A memória dos benefícios em Séneca e no infante das sete partidas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/7471 |
Resumo: | Um dia, JúUo César sentou-se na sua cadeira de juiz do povo para dirimir uma questão de má vizinhança. Um dos acusados aproxima-se e fixa os olhos no Imperador. Este não o reconhece. Ao dar-se conta do facto, o pobre homem antecipa-se a qualquer pergunta apelando à memória do Divino Júlio. Interpela-o no sentido de ele se recordar de um evento de guerra ocorrido então há alguns anos, num local dos arredores de Sucrão, na Espanha Tarraconense: a chegada a um sítio ermo onde restava apenas a sombra de uma frágil árvore perante a calma da tarde, o cansaço até à exaustão, a sede que a todos consumia, a ajuda de um modesto servidor ao estender ao seu chefe militar um manto para se recuperar do esforço despendido e ao alcançar-lhe a preciosa água com o recurso ao próprio capacete. Como resposta, diz lembrar-se de tudo isto, inclusivamente, da figura do soldado. É - lhe afirmado, então, que só não reconhece o seu antigo soldado na personagem que tem na sua frente, porque o capacete fora desfeito pelas incidências da guerra, e a cara por ele protegida havia de sofrer, mais tarde, a ablação de um dos olhos, numa refrega junto ao rio Munda. Surpreendido pela revelação. César nada mais quis ouvir e mandou o homem em paz, liberto de qualquer acusação, manifestando desta forma o seu agradecimento por um acto já pertencente ao passado. |
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